sábado, 12 de maio de 2012

Cidadão Bolha de Ar

Cidadão Bolha de Ar

Refletindo sobre educação.

O que seria melhor para todos nós, ter cabeça ou o que nela deve haver? Ter olhos ou saber enxergar? Ter boca ou saber falar? Ter escolarização ou saber respeitar as pessoas e seus semelhantes? O que é melhor? O que é pior?...

Diante de um monte de coisas interessantes a fazer e construir, temos o empenho holístico de apreciar pessoas e falar sobre elas, e, não se envolver em nada. Somos o que pretendemos ou determinamos, mas somos ainda o que de fato determinamos... Construímos sonhos e devolvemos idéias e contradições. Somos o que há de melhor na construção do inexistente, mas construímos pessoas. Educamos princípios e determinamos algo que de fato fará falta... Somos o inevitável mover do conhecimento com a prática de um cotidiano traumático e interessante, do dia a dia entre os muros e o olhar da escola.

Falo de cidadãos colegiados, amparados e especulados em olhares e visões acadêmicas de enormes possibilidades. Falo do que, de repente é assombrado e questionado como sendo o universo a se abrir. Construo imaginações e os coloco diante de cada passo que dou e remeto o meu cotidiano especial e acadêmico. Sonho com pequenos modelos e me escapo de muitos outros modelos. Mas observo e semeio o que o ar não consegue fazer subir...

Cidadão Bolha de Ar, justo, apela para as enormes possibilidades de construção e empenho para um crescimento profundo e não limitado. Eu cresci, flutuo porque não apresento formação adequada para pisar no chão. Não consigo me prender ou ter rumo, mas afirmo construir o meu futuro do lado de dentro dos muros da escola. Sou o futuro, mas não piso no chão. Deslizo com leveza, e, subo ainda menino sem saber pra onde vou... Não sei ler, não sei orar, não sei falar... Mas penso coisas só minhas e não consigo chegar mais perto. Flutuo!

Perco as oportunidades porque não sei o que são e o que posso com elas, mas; me pego chorando quando perco a oportunidade de ser melhor e poder reconhecer isso. Sou inofensivo, mas ainda flutuo... Perco e ganho tempo, mas sou imbatível no que me expõe sem me causar dor ou sofrimento. Construo sem grandes esforços, mas ainda não sei me esforçar. Penso em muitas coisas, mas não sei começar... Estou na Escola, mas ainda não sei o que faço lá... Não sei o que posso lá. Não sei o que ganho por lá... Mas flutuo!

Não conquisto o meu espaço, ganho o espaço e faço parte da fila, contudo, flutuo.... Sou aluno e nem sempre sei o que sou. Cresço e nem sempre alegro-me por isso, mas flutuo, porque não compreendo como parar e permanecer no chão. Flutuo como bolha de ar. Mas estou na escola e certamente aprenderei a parar com os pés no chão! Deixarei de flutuar...

Por Monique Beltrão.

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