quinta-feira, 15 de outubro de 2015

O PAPEL DO PEDAGOGO CONSULTOR E MEDIADOR: DESAFIOS DO TRABALHO PEDAGÓGICO NO CONTEXTO ESCOLAR DA UMEI MILTON TRANCOSO DE AGUIAR Autora: Monique Ferreira Monteiro Beltrão.


Resumo
Este trabalho apresenta resultados de estudos desenvolvidos durante este ano letivo de 2015 na Unidade Municipal de Educação Infantil (UMEI) Milton Trancoso de Aguiar, cujo objetivo é refletir sobre o papel do pedagogo na UMEI, enquanto consultor e mediador do processo ensino aprendizagem, especialmente em relação aos desafios que envolvem uma participação verdadeiramente democrática, uma vez que , esta não constitui uma tarefa fácil, tendo em vista os limites enfrentados por eles no desempenho de suas funções. O presente trabalho dialoga com as determinações legais acerca da gestão democrática (LDB 9394/96) tomando como destaque a função do pedagogo na Instituição de Educação Infantil. No tanto, o presente estudo adota como modelo a ser investigado a Unidade de Educação Infantil Milton Trancoso de Aguiar e sua sistemática pedagógica de aprendizagem e de estudo dos pedagogos professores. A análise sobre a UMEI revelou achados essenciais, tanto em nível de reflexões sobre a problemática que permeia o campo de ação do pedagogo, como também veio a somar na própria formação. Enquanto pedagoga desta unidade, entendo que apesar dos avanços assistidos pela LDB, muito ainda temos que fazer e caminhar para alcançarmos o nível intelectual do professor consultor e mediador do processo acadêmico. Como este estudo é uma pesquisa em andamento, é prematuro tecer comentários efetivos definitivos sobre os resultados e conclusões a este respeito. Mas estaremos caminhando para entendermos e direcionarmos o processo acadêmico da consultoria e do trabalho pedagógico da mediação do processo de ensino e aprendizagem.
Palavras chaves: UMEI. Pedagogo. Trabalho Pedagógico. Consultoria.




Introdução com a Problemática Anunciada e Desenvolvida
Ao iniciar este trabalho escrito, percebi que a educação infantil deixa marcas na nossa vida, em primeiro lugar por ser um dos primeiros espaços sociais construídos em nós e por trazer à memória, situações com emoções particulares, expressivas e seguras, da minha vida para o mundo e lugares por onde passo.
Trazemos a tona aqui, uma observação segura a respeito das famílias, dos alunos e desta população que se direciona para a educação infantil, nesta época e nesta UMEI Milton Trancoso de Aguiar. Direciono meu olhar que não nasceu dos meus estudos e escolas, mas que é trabalhado no dia a dia com experiências dentro da escola, e no meu ponto de partida, foco do trabalho que são as crianças e suas respectivas famílias e que são também os nossos professores, mediadores.
Observamos o comportamento das famílias e das suas crianças a muitos anos, comportamentos singulares, autênticos e as vezes padronizados e cotidianos populares. As famílias surgem na Escola a cada ano, mais específicas, mais novas, com moldes modernos e quase sempre adaptáveis à sociedade que existe e fazem parte. O meu cuidado aqui é com o desempenho pedagógico deste aluno e o seu cotidiano na educação infantil a partir do seu contexto e das suas relações familiares.
O nosso maior cuidado também é com os professores, mediadores de vários processos e que ainda hoje e nesta UMEI Milton Trancoso de Aguiar, precisam de conteúdos, novas visões e perspectivas para demonstrarem modelos de ajuda e construir novos paradigmas a cada dia e instantes, se fazendo e tornando-se necessários. Responsabilidade pedagógica neste contexto e nesta UMEI. Fortalecimento pedagógico para este contexto escolar:
O professor, numa pedagogia que pretenda caminhar lado a lado com a transformação social, não é um ausente, mas uma presença atuante, participante, dirigente, “especialista mais político” (GRAMSCI, 1968 p.8), que anima, constrói, organiza. Que o professor participe, dirija, por meio de uma pedagogia diretiva ou não diretiva, isso é secundário. (GADOTTI, 2004, p.75).
Deste modo, o trabalho pedagógico deve ser construído de conteúdos, conhecimentos diversos e científicos e da metodologia da consultoria para o cuidado e o ensino prático e pedagógico para a vida. Um trabalho de renome, de ponta, com soluções harmoniosas e tecnológicas, que tragam á esta UMEI Milton Trancoso de Aguiar, paz acadêmica. Revendo os caminhos com a integridade dos conceitos teóricos, levando-nos a mudança e a melhora acadêmica. Formação acadêmica pedagógica por consultoria, estudo e análise de cada situação, por cada criança e por todas as faixas etárias deste estudo na educação infantil. O professor deverá possuir controle sobre os procedimentos e seus fazeres. Respondendo por cada passo e conectando as famílias em relação ao contexto do trabalho pedagógico. Direcionando assim, os caminhos percorridos e as respostas que queremos na formação dos sujeitos. E neste modelo de trabalho, o professor é o consultor e o mediador de todo o processo. Pois se direciona para cuidar, informar e mediar o processo de construção do conhecimento. Em favor do crescimento da UMEI e do fortalecimento intelectual do grupo. No que se refere à esta formação as vezes descontextualizada, Freire (1996) destaca que:
O professor que não leve a sério sua formação, que não estude, que não se esforce para estar á altura de sua tarefa não tem força moral para coordenar as atividades de sua classe. Isto não significa, porém, que a opção e a prática democrática do professor ou da professora sejam determinadas por sua competência científica (...). O que quero dizer é que a incompetência profissional desqualifica a autoridade do professor (FREIRE, 1996, p. 92).
O professor precisa se instrumentalizar e conhecer a sua força pedagógica, para um crescimento intelectual sobre o outro, sobre o aluno, a criança pequena que está iniciando a educação básica. Os entraves devem ser superados, mas aprovados e conhecidos. Precisamos fortalecer o conteúdo apreendido para vivenciar a prática na UMEI Milton Trancoso de Aguiar. E então, teremos uma mudança significativa na formalização do trabalho pedagógico e acadêmico em questão nesta UMEI.
Entendemos, que todo professor deve ser um profissional de espírito crítico e investigador, ou seja, que seja sempre um pesquisador, que levante hipóteses sobre as teorias e práticas construídas, que busque tirar dúvidas, que sugira coisas novas e que não se limite às práticas comuns e simples corriqueiras, desprovidas de resultados, mas especialmente aquele que exerce a docência na Educação Infantil, nesta UMEI Milton Trancoso de Aguiar. Deverá buscar a todo custo a construção do protagonismo em seu desenvolvimento profissional:
Falar de desenvolvimento profissional, para além da formação, significa reconhecer o caráter profissional específico do professor e a existência de um espaço onde este possa ser exercido. Também implica reconhecer que os professores podem ser verdadeiros agentes sociais, capazes de planejar e gerir o ensino-aprendizagem, além de intervir nos complexos, sistemas que constituem a estrutura social e profissional. (IMBERNÓN, 2006, p.46).
A LDB nos traz que o profissional da Educação Infantil tenha no mínimo uma formação em nível médio, antigo curso, voltado para o magistério. Não desmerecemos a formação ofertada por este nível de ensino, em vista que a mesma se desenvolveu durante décadas em nosso País, mas levando em conta a relevância do cuidar na Educação Infantil, se faz necessário que este profissional tenha o curso superior, curso de Pedagogia. Claro que não dará conta de tudo, de uma formação multidisciplinar, mas é o caminho para o conhecimento e as especializações desses conhecimentos. Portanto, não existe educador que não estude e sim que estude sempre. Precisamos abraçar o conhecimento e os múltiplos conhecimentos, conforme propõem o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil em seu volume I:
(...) o professor deve conhecer e considerar as singularidades das crianças de diferentes idades, assim como a diversidade de hábitos, costumes, valores, crenças, etnias etc. das crianças com as quais trabalha respeitando suas diferenças e ampliando suas pautas de socialização. Nessa perspectiva, o professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento (...). Na instituição de educação infantil o professor constitui-se, portanto, no parceiro mais experiente, por excelência, cuja função é propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências educativas e sociais variadas. (BRASIL, 1998 A, P.30).
Entendemos que o esforço para integração entre a teoria e a prática no cotidiano desta UMEI, está diretamente relacionada a formação deste educador e sua vontade de estudar ainda mais. Sua reflexão sobre a prática valoriza suas teorias e processos acadêmicos do fazer. Gerando novos processos e ressignificações para mediar valorosamente toda condução do processo do aprender e conviver aprendendo. Neste recorte, é papel do educador manter vivo e integrado os conhecimentos que envolvem os diversos campos do saber.

Objetivos
- Geral:
Discutir o papel do professor pedagogo na UMEI Milton Trancoso de Aguiar, entendendo os desafios que surgem no contexto da relação da teoria e prática entre o professor e o aluno pequeno. Transformando esta ação em mediação e consultoria pedagógica para o contexto do aprendizado e do trabalho social com as famílias e comunidade.
- Específicos:
·         Garantir reflexões a frente das práticas pedagógicas na UMEI Milton Trancoso de Aguiar, proporcionando discussões pertinentes acerca dos estudos e dos conteúdos científicos que fortalecerão o trabalho de mediação do processo acadêmico produtivo para a aprendizagem.
·         Estruturar a vida acadêmica do professor desta UMEI Milton Trancoso de Aguiar, Transformando-a numa prática inovadora, reflexiva e que se baseie no conhecimento teórico para a prática da sala de aula.
Desenvolvimento
O trabalho do professor pedagogo na área educacional, principalmente na educação infantil é de fundamental importância para as crianças, principalmente para o desenvolvimento educacional e social dos mesmos. O pedagogo mais do que qualquer outro profissional, apresenta uma visão ampla e qualificada para lidar com a educação infantil, seus desafios, limites e possibilidades.
“A criança é a chave do futuro, é a esperança de realização futuras em defesa do direito de todos, na transformação da sociedade (...)”. Devido a essa importância dada á criança coloca-se nas mãos do pedagogo, a responsabilidade de desenvolver as potencialidades, assim como também, trabalhar e reconhecer os limites dessas crianças, orientando-as para que elas saibam viver conscientemente lutar por uma sociedade melhor”. (FREINET, apud, ANGOTTI, 2003, p.48)
Quanto ao espaço físico escolar,
“Esse ambiente deve ser adequado, qualitativa e quantitativamente às crianças, para poder propiciar-lhes o crescimento, a realização da sua necessidade de experimentação, de trabalho de assimilação espontânea, e de nutrição do espírito”. (MONTESSORI, apud, ANGOTTI, 2003, p. 29).

Assim, este espaço escolar, incluindo materiais e objetos pertencentes ao mesmo, também deve ser objeto destinados às crianças, ao seu aprendizado e suas construções e deve estar organizado de acordo com o seu respectivo tamanho, a necessidade e o grau de ensino das mesmas, possibilitando maior acesso, entrosamento e desenvolvimento desses alunos pequenos. Nesta perspectiva, o professor mediador deve conciliar suas expectativas de formação acadêmica com maneiras interessantes de estudar o local, as diversidades, facilidades e dificuldades, tornando prático o desenvolvimento da criança e seu aprendizado.
Partindo para a área da observação, entendemos que o funcionamento do trabalho pedagógico e estruturação do ambiente escolar, porém, é dinâmico, produtivo e às vezes caótico quando não nos apropriamos dele e dos sentidos que ele nos trás. Desta forma, consolidamos o saber como riqueza pedagógica para a mudança do comportamento e sua adequação no sistema de ensino.
Educar é transformar o indivíduo, é prepará-lo para o mundo, conhecendo suas razões, a fim de promover sua integração total. É oferecer a este indivíduo melhores condições para não condicioná-lo, mas deixá-lo viver, conhecer, agir, querer, dizer e buscar o seu aprimoramento e a transformação do mundo. (BELTRÃO, 2012, p. 15).

Nosso ponto de contato serão os encontros pedagógicos constituídos na UMEI através dos estudos, análises e pesquisas que darão forma ao nosso trabalho pedagógico de construção e enriquecimento pessoal para a aprendizagem. Teremos o prazer em solidificar nossos enlaces com os grupos e alunos pequenos, transformando-os e construtores do seu próprio conhecimento e atitudes com o que aprendeu para o universo e o mundo. Construindo-se independente, analítico, crítico e acadêmico para o presente e o futuro.
Educar/ensinar crianças de 0 a 5 anos de idade é uma tarefa que reúne várias construções epistemológicas e práticas e que envolvem a formação do profissional da Educação Infantil. Não só na formação, mas numa estrutura física favorável ao desenvolvimento das atividades planejadas, recursos didáticos – pedagógicos, é preciso que o professor além da formação pedagógica lhe seja oferecido boas condições de trabalho e informações científicas e acadêmicas sobre o seu fazer e sua condução das aulas e produções. Entretanto, para que as práticas pedagógicas atendam aos aspectos fundamentais do desenvolvimento da criança, para que contemplem a integração real entre o cuidar e o educar, o professor deve caminhar para além de sua formação profissional. Deverá se constituir consultor técnico do seu trabalho, que necessitará acender em sua vida o desejo de estudar, de ser pesquisador, aquele que busca respostas e inova com qualidade o seu trabalho. Sendo útil e fazendo o que lhe compete de modo melhor e adequado a partir do seu conhecimento.

Referencial Teórico
Quando se trata de levar aos alunos a gostarem e se motivarem a aprender, faz-se necessário tornar a aprendizagem significativa e interessante para todos, assim é importante renunciar as práticas inadequadas e incoerentes ao contexto escolar, neste processo educativo emerge um grande desafio a todos que estão envolvidos na educação, propor algo novo, singular e atraente aos olhos de cada educando, isto sim representará um salto na qualidade do ensino.
Os professores precisam de orientação constante e estudos técnicos sobre os teóricos e teorias pedagógicas específicas.
A gestão pedagógica bem sucedida, portanto, é aquela voltada para a aprendizagem de todos os alunos e professores, e o desafio é qualificar melhor a comunidade interna da UMEI Milton Trancoso de Aguiar:
A gestão é um componente fundamental do sucesso escolar, sem dúvida é inegável as condições para o exercício da gestão variam de forma significativa de contexto para contexto e de situação para situação. Não é a mesma coisa gerir uma unidade com estrutura satisfatória ou insatisfatória (VIEIRA, 2008,P.132).
As práticas pedagógicas tem se tornado cada vez mais imediatistas, os problemas sociais tem agravado a situação da educação, uma vez que a Escola possui diversas demandas e responsabilidades suplementares. As tentativas de superar os males que afetam os processos de ensino e aprendizagem atribuem-se dentre outros fatores, a de delegar as unidades escolares, aos professores e a comunidade, as soluções dos problemas da Escola sem antes fortalecê-los com treinamentos ímpares e específicos para cada caso.
O instrumento de análise é a consciência intencional, motivo para se extrair sentido nas relações de vivência e realidade. A educação assim seria tratada como uma experiência existencial. (BELTRÃO, 2012, p.18).

A melhoria da educação de qualidade começa a acontecer, através da mediação da escola de modo pontual e sério da comunidade e governo. Para tanto, faz-se necessário contar com a participação de gestores, professores, comunidade e pais comprometidos com as mudanças de sucesso para a qualidade de ensino. Esta UMEI precisa de apoio para crescer intelectualmente e pedagogicamente e refazer seus hábitos e cultura pedagógica para acrescentar novos hábitos em seu progresso. O perfil de formação docente deve surgir ilimitado e favorável às novas gerações de pais e alunos que se atende hoje.
Para o funcionamento natural da Escola faz-se necessário que a gestão de pessoas ocorra de maneira salutar, uma vez que é das interações e relações pessoais que nascem o compromisso e o interesse de todos em desempenhar um bom trabalho. Nesta perspectiva que emerge uma gestão escolar verdadeiramente democrática, onde há a participação e o cuidado de todos com aquilo que é coletivo, a Escola e o perfil educacional dos seus alunos.
Vencer o desafio da educação, em nosso País, pressupõe um pacto de toda sociedade pela educação. Somente assim, esta deixará de ser prioridade do discurso dos políticos e da política, transformando-se em prioridade na prática da gestão pública. (VIEIRA, 2008, p.48).
As dificuldades encontradas pelo pedagogo no desempenho de seu papel esbarram em outros assuntos a serem superados, o acúmulo de atribuições, as carências estruturais e culturais desencadeiam preocupações ao cenário brasileiro. Desta forma, apresentamos o modelo de consultoria a partir do conhecimento e dos estudos realizados para mudar este cenário e mediar de fato os processos acadêmicos de aprendizagem para criança pequena. Precisaremos apenas de mudar o foco e entender o processo. Chegaremos ao que hoje ainda é início de uma questão profunda. O estudo permanente de teorias e questões pedagógicas para evidenciar de modo produtivo a prática e o contexto efetivo da aprendizagem.
O papel fundamental do Pedagogo reside na capacidade de mobilizar os professores, alunos e comunidade para a constituição e concretização do Projeto Político Pedagógico da Escola. (CARDOSO. 2008, p.139):

O pedagogo exerce um importante papel, mobilizar pessoas e incentivar o grupo. Ele atua como um agente transformador da realidade escolar, o mesmo é lembrado por viabilizar as ações responsáveis para articulação e execução do P.P.P.( Projeto Político Pedagógico). Precisa orientar e trabalhar com os professores, mediadores a fim de acrescentar conhecimento científico aos seus fazeres, tornando-os viáveis a cultura escolar e social. Transformando-os em consultores de suas ações e dos porquês das suas ações das salas de aulas.
A indefinição das funções e a necessidade atendimento às peculiaridades de cada escola é uma das discussões que se coloca. Argumenta-se sobre a necessidade de se definir a identidade do coordenador, cujo espaço parece não estar assegurado; daí, os desvios da função e o engessamento de seu trabalho pelas relações de poder, tanto na escola, como em outras instâncias dos órgãos governamentais. (PLACCO; ALMEIDA; SOUZA, 2010, p. 232).
Alguns desafios tem tornado o trabalho do pedagogo cada vez mais engessado, do ponto de vista da criatividade, especialmente no que se refere aos constantes desvios de funções. A tarefa principal do pedagogo constitui a formação de seus docentes, por meio de formações continuadas que os professores terão a oportunidade de vivenciar a troca de experiências, saberes e projetos coletivos da escola, este momento de troca que humaniza a instituição e torna mais democrática em suas relações fortalecendo-as.
As aprendizagens do professor, no contato com a realidade em que desenvolve seu trabalho, são tecidas de dificuldades e de possibilidade de construção e reconstrução dos conhecimentos e saberes. A análise sobre sua vida e sua prática, diante da política de educação e as mudanças dela decorrentes precisa apontar para a disponibilidade de fazer do trabalho um espaço de reflexão profissional (CAVALCANTE; LIMA, 2002, p.106).
Essas questões são complexas pela própria natureza do problema, os pedagogos por vezes não apresentam condições reais para articularem a formação em serviço, seja pela ausência de formação dedicada a este fim, ou ainda pela ausência de tempo e materiais necessários para o desenvolvimento desta tarefa. Dessa maneira, esse profissional sofre crises em sua identidade profissional e acaba tornando-se um “simples fazedor de coisas”.
Embora a integração e articulação entre meios e objetivos são da responsabilidade de todos os membros da equipe escolar, cabe maior responsabilidade, especificamente, à direção e à coordenação pedagógica, às quais, no âmbito da escola, respondem mais diretamente pelas condições e pelos meios de realização do trabalho escolar (LIBÂNEO, 2006, p.307).
As dificuldades encontradas sãos limites e desafios a serem superados, e sempre serão tratados como absurdo para as atribuições do pedagogo.
Os estudos evidenciam que o papel do pedagogo é refletir e auxiliar nos aspectos que referem a formação de professores e orientação pedagógica. No entanto, as vivências diárias no cotidiano deste profissional interferem diretamente na execução de suas tarefas, as dificuldades e limites enfrentados pela escola no seu dia-a-dia levam este profissional a uma prática impensada, cercada de “afazeres” desordenados e imediatistas, assim, ele vai perdendo sua função social e de transformação dentro da instituição de ensino. Muita das vezes precisa se reinventar.
O pedagogo então deve sensibilizar pessoas e fomentar discussões a cerca dos conteúdos e dos teóricos para mediar a proposta pedagógica da escola e suprir as necessidades de carência de conteúdos dos professores. Deve se manter em estudo e pesquisa, inovando conhecimentos e ampliando as fontes de pesquisa para o sucesso educacional. A intelectualidade deve existir a tempo de socorrer a causa da ajuda.
É exatamente no contexto de maior valorização dos meios e na organização dos serviços educacionais, tendo em vista a racionalização do trabalho educativo, que ganham relevância os técnicos, também chamados de especialistas em educação, entre eles, o pedagogo. (SAVIANI. 2003, p.27).
Neste sentido, o trabalho do pedagogo deve propiciar permanentemente a reflexão e discussão dos problemas da UMEI Milton Trancoso de Aguiar, de modo a possibilitar a presença e participação de todos os segmentos da comunidade escolar, para que assim sejam repensadas novas formas de superar os desafios e extinguir as relações de poder que se firmam dentro da escola e que não fundamentam uma prática relevante e progressiva. Precisamos interligar a teoria com a prática dos afazeres.
Segundo os estudiosos analisados, o pedagogo tem a tarefa de aperfeiçoar práticas pedagógicas e os diferentes saberes, de modo que possibilite o aprendizado dos alunos e o aperfeiçoamento das práticas docentes pelos professores. Assim como nos afirma, Libâneo (2006), o pedagogo é aquele que assume a viabilização, integração e articulação do trabalho pedagógico, de modo que ele encontra-se diretamente relacionado aos professores, alunos e pais. Deste modo, o convite deste trabalho é assumir as necessidades invocadas pelo dia a dia e trazer esta prática pedagógica ao convívio diário do professor enquanto produtor das suas práticas e consultor dos seus estudos a partir dos teóricos estudados e pesquisados para a inovação e atualização do trabalho pedagógico de construção.
Metodologia
Pode-se inferir que o pedagogo que atua na Educação Infantil está em processo de construção de sua identidade, ou seja, do que realmente significa ser professor deste nível de ensino. Muito há que se descobrir e descortinar sobre o papel deste profissional responsável pela organização dos processos de ensino-aprendizagem de educandos que se encontram na primeira etapa de suas vidas e na primeira etapa da educação brasileira, Educação Básica. O certo é que, o pedagogo, professor da Educação Infantil, deverá reunir uma gama de conhecimentos específicos sobre o desenvolvimento da criança, como este se organiza a níveis cognitivo, social e afetivo, e como resolver saberes. É sensato que busque encontrar também a si mesmo, enquanto pessoa que se constrói profissionalmente e humanamente.
Nossa metodologia entretanto, segue o modelo da pesquisa ação que nos remete a condição de investigadores e estudiosos do assunto educação, transcendendo nossos desejos e limites, para de fato conhecermos os nossos pontos fortes e inovadores para favorecermos nossa identidade e funcionalidade na Escola e na vida escolar do nosso aluno.
A idéia de autonomia como finalidade da educação será central na abordagem construtivista, tão central que para ela convergem professores/educadores e educandos. Só é possível construí-la, o educador que for autônomo. Não é possível ensinar algo que não se sabe. Por esta orientação, o saber construído virá de trocas constantes. (BELTRÃO, 2012, p.30).

Prepararemos reuniões de estudos científicos com plenitude e atitude de discussão e reflexão, trazendo a tona algumas convicções e ponderações para nosso suporte de conhecimento pedagógico dentro das nossas vivências e dentro do contexto escolar. Estudos, análises, escritas e construções pedagógicas sobre a criança; seus contextos e vivências. Observações e análises das observações. Ponderações em grupo e prática a partir dos assuntos e teorias estudadas e construídas. Cada um realizará suas ponderações e serão construídas suas vivências, a partir do seu olhar e considerações dos teóricos e assuntos científicos na área da educação infantil e para esta UMEI.
Os trabalhos serão densos, estruturados e com mediação de todos na interferência da construção e da constatação do que de fato completa e acrescenta valor a prática diária da sala de aula.
O pedagogo professor consultor e mediador, falará de suas necessidades, pautadas nas estruturas descobertas e analisadas a partir de estudos, análises e construções coletivas trazidas a tona para reflexões nas reuniões periódicas de estudo e envolvimento.
Esta UMEI Milton Trancoso de Aguiar tem vivenciado encontros acadêmicos de conhecimento teórico, facilitando assim o trabalho pedagógico, através do novo e do conhecimento sobre o desconhecido que aparece nos conteúdos e estudos realizados. Transformando-os em temas específicos e desmistificados para a inclusão no trabalho cotidiano e reflexão do professor.
Deste modo, construímos cada passo por vez e criamos hábitos de superação e alimentação contínua de atividades pedagógicas de crescimento e de atendimento as necessidades diárias e constantes das nossas crianças, sujeitos das suas casas e regiões, mas com certeza, pessoas do mundo e para o mundo. Traduzindo suas idéias e consolidando seu conhecimento e aprendizado a partir das reflexões advindas dos nossos encontros, estudos e análises.
Conclusão
Finalizando a discussão, podemos afirmar que, em termos legais o papel do pedagogo e de uma gestão verdadeiramente democrática encontram-se em construção nesta UMEI Milton Trancoso de Aguiar, uma vez que a lei obriga aos sistemas de ensino a seguir os princípios de uma gestão democrática, mas as construções são pessoais e acadêmicas, acontecendo a partir das retomadas e re construções.
De fato, constatamos uma necessidade de uma reflexão e estudos sobre os contextos escolares, conteúdos pedagógicos e sobre teóricos específicos, precisaremos estudar e implantar no espaço, ações pedagógicas de rotina para o estudo e o trabalho científico. Colaborando para o crescimento cultural, a investigação e a teoria a partir da prática. Consolidando assim, o trabalho de consultoria e mediação pedagógica entre os professores praticantes da sala de aula com crianças pequenas, nesta UMEI.
Este trabalho nos revelou achados fundamentais, tanto em nível de reflexão sobre a problemática que permeia o campo da gestão pedagógica escolar, como também veio somar em nossa formação, enquanto educadores, a experiência vivenciada aproximou-nos de nossa prática pedagógica, fazendo-nos refletir sobre as práticas, os conteúdos e a nossa formação acadêmica não só para o cuidar, mas para o instruir e para a escolarização.
Das reflexões apresentadas, identificamos como um dos grandes desafios que surge no contexto da relação teoria e prática o fato de que seja realmente o professor da Educação Infantil nesta UMEI Milton Trancoso de Aguiar, um sujeito crítico reflexivo, com bagagem teórica incluída aos seus planejamentos e ações, uma vez que isto só será realidade na medida em que o desejo de mudança seja alimentado pela auto formação, pela auto avaliação, pelo autoconhecimento e pelo conhecimento através das aprendizagens e das diversas construções e análises. Precisaremos recriar um processo acadêmico personalizado para este crescimento pedagógico.
Na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico, necessário a reflexão crítica, tem de ser de tal modo concreto que quase se confunda com a prática. O seu “distanciamento epistemológico da prática enquanto objeto de sua análise, deve “aproximá-lo” ao máximo. Quanto melhor faça esta operação tanto mais inteligência ganha da prática em análise e maior comunicabilidade exerce em torno da superação da ingenuidade pela rigorosidade. Por outro lado, quanto mais me assumo como estou sendo e percebo a ou as razões de ser de porque estou sendo assim, mais me torno capaz de mudar, de promover-me, no caso, do estado de curiosidade ingênua para o de curiosidade epistemológica. (FREIRE, 1996, p.39).
O presente trabalho é importante e relevante por contribuir com reflexões acerca do papel do pedagogo professor da Educação Infantil, por permitir reflexões frente às práticas pedagógicas e por proporcionar discussões pertinentes sobre a formação acadêmica para este nível de ensino e criança pequena. É tempo de fazer a Educação Infantil desta UMEI se projetar enquanto nível de ensino no corpo da educação básica, num local de transformações e de pensar construtivo sobre as práticas e os fazeres através da teoria e dos estudos sobre as crianças pequenas e seu aprendizado para a vida.
É inegável que hoje o professor é cercado de várias oportunidades para se capacitar ou se instruir profissionalmente, quer seja por intermédio da formação em serviços nas escolas, da formação continuada ofertada através de inúmeros eventos educativos espalhados não só pelo País. Mas é através destes estudos nesta UMEI que fortaleceremos estes vínculos e partilharemos deste olhar para crescermos juntos e também a partir disto.
A capacitação deve preencher os espaços e transformar este sujeito ativo que é o professor, em agente de mudanças e profissional capaz de rever sua postura e fortalecer-se através dos estudos, das análises e das descobertas em suas pesquisas e socializações.
Referências
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LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. Pesquisa em Educação: Abordagens qualitativas. 1. ed. São Paulo: ED.PEDAGÓGICA E UNIVERSITÁRIA - EPU, 1996.

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VIEIRA, S. L. Educação Básica: política e gestão da escola. Fortaleza: Liber, 2008.



VISÃO PARTICIPATIVA NA ESCOLA COM GESTÃO ESCOLAR INTEGRADA . Autora: Monique Ferreira Monteiro Beltrão.



Resumo
O texto baseia- se numa pesquisa de experiências da Unidade Municipal de Educação Infantil de Vila Velha E.S. Brasil, que tem como objetivo a prática realizada nesta unidade que em uma Visão Integrada e Clima Organizacional, na Gestão Escolar, implicar diretamente no bom desempenho e boas expectativas nas relações inter- pessoais, possibilitando o sucesso e o prazer das pessoas que direta ou indiretamente fazem parte do ambiente. A metodologia adotada foi de observação e experiências vivenciadas no espaço escolar e também bibliográfica em livros e sites. As grandes alterações na organização e administração do trabalho vem sendo acompanhadas de um intenso debate, ganhando importância as propostas de administração democrática, descentralizada e participativa. Tais propostas combatem o centralismo burocrático, inflexível e ineficaz, que há anos vem sendo estabelecido nas instituições, tornando o processo educacional da escola básica estáticos e desvinculados com a realidade. Dessa forma, para dar um novo rumo à gestão da educação, esse trabalho analisa a importância da gestão escolar na educação básica comprometida com a sua realidade e seu projeto político pedagógico.
Palavras Chaves: Gestão Participativa - Clima Organizacional - Gestão Escolar

Este trabalho nasce de uma inquietação, experiências vivenciadas das escolas municipais e estaduais, salas de aula e gestão experimentada, percebemos a necessidade de entender como o “Gestor Escolar” pode melhorar a qualidade interna na escola, propiciando um clima agradável e onde as pessoas envolvidas direta e/ou indiretamente se sentisse parte de todo o processo. Segundo Guillon e Mirshawka (1994), pensando nos resultados de uma empresa, nas quais foi enfatizando, que a melhor maneira de se administrar é com a conjugação do esforço de todos, a superação dos antigos paradigmas, um novo estilo de liderança, muito treino, mudança de postura, discussões, desafio e motivação.
Em todo processo,  o que busco é inserir no ambiente escolar, onde as pessoas fiquem a vontade para dialogar, fazer criticas construtivas e sentindo se responsáveis pelas tomadas de decisões. Segundo Sergiovanni; Carver (1973), na verdade, a melhora do clima de ensino depende do clima organizacional da escola. O atrito interpessoal excessivo entre professores e administradores, a moral baixa, um sentimento de fraqueza por parte dos professores e uma estratégia de submissão coercitiva, não podem ser removidos, apenas fechando a porta. Eles tem efeitos poderosos sobre o que os professores fazem, na maneira como os professores se relacionam entre si, como a realização do estudante e suas aquisições efetivas.
A escola é, sem dúvida, uma organização que, mesmo complexa em demasia, tem poderes para participar intensamente na transformação da sociedade. O caminho é a capacitação dos professores e também do pessoal técnico e administrativo, para que possam todos, participar do processo educativo. (NIELSEN, 2005. P.11).
Diante de todo trabalho pedagógico presente na Escola hoje, se faz necessário que a organização seja onipresente e enfática para que todos façam parte do processo e do dinamismo da escola como parte integrante do crescimento das ideias, dos acontecimentos e da cidadania que se instala. Que se faça a diferença. Uma escola com a participação da família e outra que não se constitui assim. Deste modo, teremos uma ideia do que é Ser Escola e Participar da Escola.
Chalita (2001) afirma que a Constituição Federal do Brasil de 1988 é considerada o grande instrumento de cidadania e dignidade, pois a sua promulgação foi á reconquista da liberdade sem medo, e por meio dela, a educação ganhou notável relevância. A constituição assegura, pelo menos no plano formal, a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a produção artística, intelectual e a valorização da autonomia e da participação popular. O artigo 205 da Constituição Federal determina que a educação é um direito de todos – ricos e pobres, negros e brancos, mulheres e homens, índios e filhos de estrangeiros, habitantes da cidade ou da zona rural. 
E o Estado brasileiro é também, responsável por fazê-la valer. A colaboração da sociedade tem o sentido de assegurar que o ensino seja compartilhado, que os projetos educacionais sejam desenvolvidos de forma consensual e participativa. (CHALITA, 2001).
Desta forma, o autor acima citado afirma que o pleno desenvolvimento da pessoa humana acontece em todas as dimensões, e não contempla apenas os aspectos cognitivos, mas o ser humano em essência. Por isso a importância dada ao incentivo da cultura, às práticas esportivas, à convivência social, ao cuidado com o meio ambiente.
No Brasil, afirma Chalita (2001) somente em 20 de dezembro de 1996 com LDB 9394/96 passou a ter importância na concretização desses ideais e princípios constitucionais. Vários de seus artigos demonstram preocupação com uma educação mais abrangente, valorizando o desenvolvimento do ser humano como um todo.
O artigo 2º da LDBN anuncia que a educação é dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, e tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (LDBN 9394/96, p. 246).
O trabalho é o chão firme das chances de liberdade para o ser humano. Aprender, portanto, é conhecer e aprender a fazer. A liberdade das potencialidades humanas é a condição prévia da educação. Este alicerce de todo o processo de realização individual e coletivo não pode permanecer divorciado da educação.
A educação é um objeto de análise completo e complexo, enquanto tema é infinito e generoso. A temática da educação gera polêmica e desperta diversos questionamentos. Questionamentos estes que dizem respeito ao que se ensinar? Para quê? E para quem? Nas palavras de Codo (1999):    
Trabalho é o nosso objetivo de pesquisa, condições objetivas de trabalho, a nossa área. A esperança é a de que um olhar de fora possa ajudar, mesmo sem nunca substituir o olhar dos profissionais que dedicam suas horas ao tema: educação. (CODO, 1990, P.37).   
Necessário, em uma escola, que se visite a dureza e a satisfação, é preciso observar no dia-a-dia, as alegrias e as tristezas, prazeres e desprazeres dos educadores, professores e outros participantes do processo.
O que se cera é trabalho duro, uma verdadeira máquina que não pára, está sempre funcionando; no entanto pouco se lê e ouve falar do educador e da educação (CODO, 1990).             
De forma simplista, é possível definir educação como um processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano, um ato ou efeito de educar. Assim é interessante perguntar: Onde começa e onde termina a educação? Mas se pensarmos bem, a resposta basicamente circularia em termos dos mesmos elementos reticentes: começa em qualquer lugar, em nenhum lugar, em todos os lugares, nunca termina; acompanha cada homem, cada mulher, desde o primeiro passo, ao último suspiro. Cada chance, cada experiência a cada minuto, contribui para formar patrimônio que vai se acumulando invisível no caráter de cada um de nós, coisa que ninguém vê e todos nós somos capazes de reconhecer.
Objetivos
Geral:
Ø  Avaliar, se a visão participativa e o clima educacional, possibilita a capacidade  de interagir e,  se influencia nos problemas e soluções considerados numa coletividade, bem como os meios de decidir a respeito de encaminhar a tomadas decisões, criando a consciência de participação e aproximando as relações que dizem respeito à escola e ao seu clima organizacional de paz e salutar.
Específicos:
Ø  Pretende-se mostrar aos professores e funcionários que através de uma reflexão positiva e singular, deveremos dar importância a uma gestão sincera, participativa e de diálogos para a formação da cidadania do respeito e da coletividade saudável para todos os dias de trabalho.
Ø  Melhorar a participação de todos nas retomadas de atitudes e nas práticas do diálogo para as considerações de melhoras das ações do dia a dia. Favorecendo a saudável vida escolar inclusive para professores e funcionários.
Desenvolvimento
Sampaio (2004), quando diz que a educação é o caminho para a realização humana afirma que diante do atual contexto, a educação exerce um papel fundamental no resgate do seu real significado: educar é puxar para fora, ou seja, colocar para fora todo o potencial interno no desenvolvimento dos valores humanos, pois o homem nasce e se aperfeiçoa com aquilo que já tem em potencial.
Chalita (2001) afirma que a Constituição Federal do Brasil de 1988 é considerada o grande instrumento de cidadania e dignidade, pois a sua promulgação foi á reconquista da liberdade sem medo, e por meio dela, a educação ganhou notável relevância. A constituição assegura, pelo menos no plano formal, a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a produção artística, intelectual e a valorização da autonomia e da participação popular.
O artigo 205 da Constituição Federal determina que a educação é um direito de todos – ricos e pobres, negros e brancos, mulheres e homens, índios e filhos de estrangeiros, habitantes da cidade ou da zona rural. 
E o Estado brasileiro é também, responsável por fazê-la valer. A colaboração da sociedade tem o sentido de assegurar que o ensino seja compartilhado, que os projetos educacionais sejam desenvolvidos de forma consensual e participativa. (CHALITA, 2001).
Desta forma, o autor acima citado afirma que o pleno desenvolvimento da pessoa humana acontece em todas as dimensões, e não contempla apenas os aspectos cognitivos, mas o ser humano em essência. Por isso a importância dada ao incentivo da cultura, às práticas esportivas, à convivência social, ao cuidado com o meio ambiente.
No Brasil, afirma Chalita (2001) somente em 20 de dezembro de 1996 com LDB 9394/96 passou a ter importância na concretização desses ideais e princípios constitucionais. Vários de seus artigos demonstram preocupação com uma educação mais abrangente, valorizando o desenvolvimento do ser humano como um todo.
O artigo 2º da LDBN anuncia que a educação é dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, e tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (LDBN 9394/96, p. 246).
De acordo com Manacorda (1997) apud Carneiro (1998), a educação deve ser concebida como um processo onde ciência e trabalho se coincidem. Assim, o objetivo essencial da educação científica é a unilateralidade do homem, visto que é no trabalho que ele se realiza. O trabalho é o chão firme das chances de liberdade para o ser humano. Aprender, portanto, é conhecer e aprender a fazer. A liberdade das potencialidades humanas é a condição prévia da educação. Este alicerce de todo o processo de realização individual e coletivo não pode permanecer divorciado da educação.
A educação é um objeto de análise completo e complexo, enquanto tema é infinito e generoso. A temática da educação gera polêmica e desperta diversos questionamentos. Questionamentos estes que dizem respeito ao que se ensinar? Para quê? E para quem?
Necessário, em uma escola, que se visite a dureza e a satisfação, é preciso observar no dia-a-dia, as alegrias e as tristezas, prazeres e desprazeres dos educadores, professores e outros participantes do processo. De forma simplista, é possível definir educação como um processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano, um ato ou efeito de educar. Assim é interessante perguntar: Onde começa e onde termina a educação? Mas se pensarmos bem, a resposta basicamente circularia em termos dos mesmos elementos reticentes: começa em qualquer lugar, em nenhum lugar, em todos os lugares, nunca termina; acompanha cada homem, cada mulher, desde o primeiro passo, ao último suspiro. Cada chance, cada experiência a cada minuto, contribui para formar patrimônio que vai se acumulando invisível no caráter de cada um de nós, coisa que ninguém vê e todos nós somos capazes de reconhecer. Desta forma:
Melhor enfatizar que, mesmo em nível de senso comum, a primeira olhada nos arrasta até a constatação de que a educação não tem um lugar, ocupa todos os lugares, não tem início ou um fim, acompanha todos os gestos, todas as crenças e intenções. (CODO, 1999, p.39).
Referencial Teórico
A Família e a Educação Suas Funções e a Educação Suas Funções Básicas Entre o Aluno e a Escola.
Essa peculiaridade do educando enquanto objeto de trabalho que ao mesmo tempo participa como consumidor e como produtor do processo de produção pedagógica, traz implicações de extremo interesse para o estudo da Gestão Escolar. A perspectiva do aluno enquanto objeto de trabalho implica que o sucesso do trabalho não dependa apenas da escola, mas também do tipo de educando que ela recebe; em outras palavras, para aprender, o aluno deve apresentar pré-requisitos mínimos, relativos tanto a sua saúde física e mental quanto a uma prontidão afetiva, intelectual e cultural. Mas como sabemos, a grande maioria da população de nossas escolas apresenta todo o tipo de problemas relacionados a desnutrição, fome, carência cultural e afetiva, falta de condições materiais e psicológicas  para o estudo em casa, necessidade de trabalhar para ajudar no orçamento doméstico, bem como uma série de outros problemas, advindos todos eles do estado de injustiça social vigente e que comprometem o desenvolvimento do aluno na aprendizagem.
É importante lembrar, que a criança vem do convívio de pessoas queridas, para um ambiente completamente estranho, onde existem normas a serem seguidas, até então desconhecidas. Portanto a escola deve procurar adaptar-se ao aluno, para aos poucos ir fazendo com que se adapte. Gavaldoni (1997:34) faz as seguintes indagações: Quem é o aluno? É mais da família ou mais da escola? A quem cabe a educação do aluno, da criança – à família ou à escola? O aluno é a intersecção, pertence aos dois grupos. Para concretizar a formação do indivíduo, cabe à escola a educação formal, sistemática: à família, cabe a educação geral, informal e assistemática. A família envia a criança à escola visando programar sua formação plena, para que na sua construção torne-se um indivíduo realizado e útil à sociedade.
A lei número 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu Artigo, 4, II, estabelece em relação á convivência familiar:
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, educação, ao esporte, ao Lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Formar alguém implica em exigir e compreender limitações em doses certar e na hora certa, sem fantasias e sem medos, reconhecendo e respeitando a criança em suas potencialidades. Assim sendo a família, como elemento fundamental no processo desencadeador da formação da criança, futuro adulto, deverá levá-la a ser um indivíduo coerente, consciente e, na medida do possivelmente um cidadão realizado.
Ao professor cabe desenvolver as qualidades positivas de cada educando e fazer com que cada ser humano saiba aproveitá-las para ser um profissional capacitado, bom cônjuge e pai quando for adulto.
A escola não é um elemento isolado dentro da comunidade. Ela faz parte da mesma, sendo considerado um prolongamento do lar, deve estar preparada para receber os alunos, como também conhecer seus problemas. Não conhecendo a comunidade seus problemas, suas necessidades e aspirações, a escola não estará apta a oferecer aos seus alunos condições de adaptação, sendo assim responsável pelos desajustes que poderão vir a ocorrer.
Para Vygotsky, a tarefa da escola consiste em desenvolver todos os esforços para ensinar a criança a aprender, permitindo-lhe trabalhar além do nível de desenvolvimento real: determinado por solução de problemas, o potencial: solução de problemas com orientação de adultos ou em colaboração com companheiros, mobilizando também a sua zona de desenvolvimento proximal que constitui a fase na qual uma criança pode dominar uma tarefa, caso receba ajuda e suporte adequado. Portanto a mediação do professor e as interações que se estabelecem na sala de aula são primordiais para o processo de aprendizagem e do desenvolvimento do educando.
Entendemos o papel das emoções e dos sentimentos nesse processo, e quão importante é a mediação do professor nas relações que se estabelecem numa sala de aula. A afetividade e o sentimento de simpatia, presentes nas relações entre professores, alunos e demais segmentos de uma escola, potencializam, significativamente, os momentos de aprendizagem.
Sabemos que a sala de aula é um dos principais cenários da formação do educando, entretanto, nos bastidores, nos corredores, nas outras salas que ficam ao redor desta sala ou até mesmo nos caminhos que levam até ela, acontecem importantes fatos e tomadas de decisões que, certamente, se reverterão, posturas, ações socialmente expressivas, realizadas por esse educando.
Cada escola tem, pois, uma cultura própria que possibilita entender muitos acontecimentos de seu cotidiano. Essa cultura, porém, pode ser modificada pelas pessoas, pode ser discutidas, avaliada, planejada, num rumo que responda mais de perto aos interesses e às aspirações da equipe escolar, o que justifica a formulação conjunta do projeto pedagógico-curricular, a gestão participativa, a construção de uma comunidade de aprendizagem. Conforme escrevem Escudero e González:
A concepção crítica da cultura escolar se articula sobre a ideia de que a escola é um ligar de luta entre interesses em competições onde se negocia continuamente a realidade, significados e valores da vida escolar. (...) As políticas culturais das escolas costumam ser muito complexas, entre outras coisas, porque distintos grupos podem levar à organização bagagens culturais distintas que podem originar sérios conflitos sobre ideologia e tecnologia; neste sentido, a prática educativa de uma escola, sua definição de pedagogia e currículo, avaliação e disciplina, é resultado das políticas culturais que caracterizam cada escola em particular. Essas culturas internas à escola, resultado de suas políticas culturais, não são independentes do contexto sociopolítico em que se situam, mas derivam e contribuem à divisão de classe, gênero, raça, idade, próprios da sociedade mais ampla. As culturas das escolas se relacionam com as da sociedade mais ampla. ( Escudero e González, 1994, p. 91).   
O planejamento, a organização, a gestão, a direção, a avaliação, as responsabilidades individuais dos membros da equipe e a ação organizacional coordenada e supervisionada precisam atender a objetivos sociais e políticos claros, relativos à escolarização da população.        
A escola é uma instituição educativa, que tem como objetivo formar indivíduos participativos, críticos e, ao dar oportunidade aos seus estudantes de participar dos órgãos colegiados, está fornecendo mecanismos de participação nas discussões do cotidiano escolar e em seus processos decisórios. A participação nesses espaços contribui para a aprendizagem da função política da educação e para o aprendizado de práticas democráticas.
É imprescindível a formação continuada dos professores
para o bom desempenho de sua prática pedagógica, e, em se
tratando do Construtivismo e da Pedagogia de Projetos essa
exigência torna-se ainda mais necessária, pois a maioria das
escolas ainda não conseguiu se libertar do tradicionalismo,
portanto não estão preparadas para desenvolver uma prática
docente atualizada, inovadora e transformadora; falta ainda aos professores a qualificação necessária, ou seja, uma formação continuada que lhes permita um bom desempenho docente.(BELTRÃO,2012.P.19).
A democratização da escola pública tem no colegiado escolar a possibilidade de uma gestão horizontal, sendo um processo de conquista que ainda tem longos caminhos a percorrer. Mediante a prática participativa, é possível superar o exercício do poder individual e promover a construção de uma gestão de competência, centrado na unidade social escolar como um todo. Por isso é fundamental, que os conselhos estejam conscientes do significado social da escola, que suas reivindicações sejam legítimas em prol do aluno que é o personagem mais importante do sistema escolar, e que estes se tornem cientes e conscientes de sua responsabilidade como cidadãos participantes de uma sociedade que pode ser mais justa e fraterna.
Os Conselhos de Escola e a comunidade trouxeram para o cotidiano escolar, vozes diferentes e discordantes, mas importantes no conjunto das relações democráticas, porque fazem refletir, e provam que a realidade não é homogênea e está sempre em movimento. As iniciativas se multiplicam nas escolas, quando os conselhos são atuantes, os direitos e os deveres passam a fazer parte do cotidiano. A confiança na coisa como bem é restabelecida. Cabe a todos os Sujeitos participar. Tais mecanismos de democracia implicam que os gestores tenham o compromisso e o desafio de reunir a comunidade interna e externa para pensar conjuntamente, discutindo e decidindo questões que diz respeito a todos.
Escola e Comunidade
Há determinados princípios éticos que são universais como, por exemplo, o respeito à vida. Em povo nenhum, em cultura nenhuma, o desrespeito à vida é passível de aceitação. A defesa da vida, e do ser humano como um todo é um princípio ético universal. A ética não tem, a princípio, a função de dizer o que é certo e o que é errado. Isto é uma questão de decisão pessoal. De acordo com Meister (1996).
O conceito de ética não muda, pode-se dizer que existe duas grandes correntes sobre o conceito de Ética. A primeira é aquela que parte da origem etimológica da palavra ethos – do latim, significando costume ou seja, seria ético aquilo que está arraigado aos costumes de uma determinada civilização, de um determinado povo.
A outra visão, talvez a mais usada, seria a que parte da ética como princípio de ação, estabelecido a partir de características de uma comunidade, de uma época, de um grupo de pessoas. Então, a ética não seria única para todo mundo, embora o princípio ético tenha que ser o mais universal possível. Talvez isso pareça impossível com a diferenciação de locais, de tradição, de cultura e, até mesmo, de condições ambientais.
São determinados princípios de Ética específicos que atingem a todos. Por exemplo, a ética da tecnologia: já não se pode mais usar a tecnologia de qualquer forma, porque se sabe que o meio ambiente pode ser afetado. A ética tecnológica se preocupa com a questão do meio ambiente – esta é uma questão que vem se acentuando nos últimos vinte anos. Hoje existe uma consciência maior de que uma pesquisa se justifica, se fundamenta, quando traz mais benefícios do que prejuízos para aqueles seres envolvidos, especialmente os seres humanos. O ser humano tem oportunidade de participar, de se formar durante o decorrer de toda sua vida. A escola deve ser um abridor de horizontes, deve ser a janela que se abre para a sociedade onde vai atuar o estudante. A escola tem, sim, uma tarefa muito importante, que é de iniciar o ser humano o ato de ler, de interpretar um texto; a escola é muito importante dentro da sociedade moderna.
A família entregou à escola toda a tarefa de ensinar a questão da decodificação social, até mesmo a própria interpretação de fatos de notícias, de um programa de televisão ou mesmo de uma novela.
Hoje, uma das grandes discussões na educação, segundo Hoffer(1997) é a questão da avaliação, o que é possível corrigir. O problema é como corrigir. Observa-se uma grande diferença entre as duas atitudes: o professor corrige os erros de ortografia dos alunos, o que não impede de ver que, atrás deste erro, existe uma excelente ideia que deve ser valorizada. O importante é que o aluno aprenda a pensar. Nem todas as ideias podem ser aceitas. O que se pode corrigir não é a ideia como tal, embora se possa questionar uma ideia quando ela fere determinados princípios ou estiver muito fora da realidade.
É dever de o professor fazer o questionamento para que o próprio aluno consiga dar-se conta daquilo que ele está pensando. A escola deve formar a pessoa para pensar, mas também deve fazer com que ela possa ter chance da própria sociedade.
Atualmente, existe uma sociedade extremamente competitiva – não que se admita a competição como sendo cera, mas a realidade é essa. Se o professor não corrigir o erro ortográfico, o erro de português, o erro de conclusão de ideias, não se está impossibilitando esse aluno de disputar o seu espaço no mundo? Querendo ou não, o emprego ainda depende de uma seleção.
Vê-se o erro dentro de um processo mais amplo de avaliação. O professor não deveria ser o único e exclusivo juiz na avaliação de um aluno.
Tudo o que se fala diz respeito ao princípio da solidariedade. Ética e solidariedade. Ética e solidariedade parecem estar intimamente ligadas, uma vez que têm o bem comum como objetivo. Ser solidário é buscar o bem comum em vista do próprio bem comum. A educação também deve ser solidária. Paulo Freire disse que “ninguém educa ninguém, nós nos educamos mutuamente”.
A Escola Pensada Como Agência Educacional
Salviani (1993) relata em sua literatura que a escola é considerada e aceita como uma agência educacional que deverá adotar uma forma peculiar de controle, de acordo com os comportamentos que pretende instalar e manter. Cabe a ela, portanto, manter, conservar e em parte modificar os padrões de comportamento aceitos como úteis e desejáveis para uma sociedade considerando-se um determinado contexto social, na medida em que atende, portanto, os objetivos daqueles que lhe confere o poder.
A escola está ligada a outras agências controladoras da sociedade, do sistema social (governo, política, economia) e depende delas para sobreviver. Estas agências, por sua vez, necessitam da escola, pois é a instituição onde as novas gerações são formadas. A escola é a agência que educa formalmente. Não é necessário a ela oferecer condições ao sujeito para que ele explore o conhecimento, explore o ambiente, invente e descubra. Ela direciona o comportamento humano ao caráter social. 
Apesar de a lei dizer que a educação é um direito e um dever de todas, as portas da escola está fechado para muitos. Os dados estatísticos demonstram que, para o Brasil tomado como um todo, apenas duas crianças em cada três tem realmente acesso a escola. Essa dificuldade de acesso é ainda maior nas zonas rurais onde apenas uma criança em cada duas frequenta a escola, e nas regiões mais pobres, apenas uma em cada três consegue estudar.
A escola, que deve atender a todos, na verdade atende mais e melhor às crianças dos grandes centros urbanos e das regiões mais desenvolvida do país, o que só faz agravar as desigualdades entre as regiões ricas e pobres.
Esses poucos alunos que têm sucesso são sempre mostrados como exemplo de que todos poderiam ter sucesso se realmente tivessem se esforçado. E esses mitos de igualdade de oportunidades que faz com que os que se culpem a se mesmos e a família que não os incentivaram. Os que têm sucesso, por sua vez, acreditam que devem isso à família, aos professores e a seus próprios méritos e talentos.
Na verdade, a escola não passa de uma peça numa engrenagem ainda maior que é a sociedade em que todos vivem e a família também é uma peça desta engrenagem.    
A ansiedade em relação a dinheiro ou a mudança de residência, a discórdia familiar ou doença pode não apenas ser prejudicial em si mesma, mas com o tempo pode corroe4r a disposição de uma criança para confiar, assumir riscos e ser receptiva a novas situações que são importantes para o sucesso na escola.
Cabe a família função de ensinar aos indivíduos seus vários papéis. Que crianças assimilam o que significa ser pai, mãe, marido ou esposa, cidadão, o que é ser jovem. Portanto a educação há muito tempo, já deixou de ser monopólio da família e passou a ser ministrada por agências especializadas, em especial as escolas. Na antiguidade Grega, embora feita no espaço do lar, a instituição era ministrada por professores contratados, ou seja, um membro estranho à família. Após a revolução industrial, acelerou-se a separação entre família e a educação profissionalizante.
Deve ser observado que a função socializadora desempenhada exclusivamente pela família na pré-história passou a ser feita por outros agentes que chegaram a transmitir normas e valores divergentes daqueles transmitidos no lar. Os grupos de jovens e os meios de comunicação de massa competem com a família e, conforme a idade, a superam na disputa pelo coração e mente dos jovens. 
Conforme Piletti (1997), o conhecimento da família do aluno é indispensável para a eficácia do trabalho escolar. Embora tal conhecimento seja essencial para o professor, a escola, através do serviço de intercâmbio com a comunidade, pode fazer tais visitas e colocar as informações a disposição dos professores. Entretanto, nada substitui para o professor o contato direto com a família do aluno e com seu ambiente familiar.
 A participação da família nas atividades escolares tem como princípio fundamental, além de otimizar a utilização dos recursos disponíveis na comunidade, propiciar uma educação que tenha como característica principal a troca entre a cultura veiculada pela escola e a cultura do contexto social onde a escola está inserida. (D’ANTOLA.1983, p.8).
Portanto nesta citação, D’Antola enfatiza a importância do envolvimento da família no processo de ensino aprendizagem do aluno, entretanto, podemos considerar imprescindível, também, o envolvimento de todos aqueles que possam gerar contribuições para essa formação, tornando-a um processo integrado à realidade em que o aluno vive contextualizado com o meio em que é parte.
A melhoria do ensino envolve, necessariamente, maior aproximação dos pais, da família e da comunidade em relação à escola; no momento em que essa aproximação é traduzida em resultados, percebe-se que ela reforça a ideia de prestação de pequenos serviços, colaboração material e humana para a unidade de ensino.
Logo, pensar em escola é pensar também em comunidade, em sociedade e em todos os que dela participam. Se um problema, um incidente atinge a comunidade, com certeza terá repercussões na escola e vice-versa. Segundo Matos (1993, p.364), participação significa co-responsabilização, liderança e sua prática. Afirma, ainda, que a motivação em contribuir é a grande mola da ação inteligente e realizadora, pois só com a participação é que há cooperação espontânea, identificação com a causa, gosto por pertencer e realizar. Desta forma, faz-se necessária uma gestão democrática como facilitadora do aprendizado do aluno, permitindo-lhe que, através das aptidões cognitivas, construa a sua caminhada ao longo da vida. Neste sentido parece estar implícita a importância da gestão compartilhada, não apenas como instância de natureza administrativa, mas como mediação de uma prática pedagógica e política que leva a construção da escola de qualidade, pretendida pela sociedade.
A participação coletiva também se faz presente na composição do Conselho de Classe, que é um órgão colegiado, representado pela direção, equipe pedagógica, e o aluno aleito representante de cada turma. O Conselho de Classe acontece no final de cada bimestre com o objetivo de refletir, avaliar e propor ações no acompanhamento do processo pedagógico da escola.
Metodologia

A escola, assim, só será uma organização humana e democrática à medida que a fonte desse autoritarismo, que ela identifica como sendo administração (ou a burocracia, que é o termo que os adeptos dessa visão preferem utilizar), for substituída pelo espontaneísmo e pela ausência de todo tipo de autoridade ou hierarquia nas relações vigentes na escola.(PARO, 2002.p.12).
Sendo assim, é necessário que a gestão escolar tenha a consciência de que precisa estar sujeita a mecanismos de controle e fiscalização pela própria comunidade da qual faz parte, haja vista que democracia e irresponsabilidade não podem coexistir.
Para tanto, o papel da escola precisa ser reestruturado, indo além da simples transmissão de conhecimentos e saberes, a fim de formar pessoas capazes de participar ativamente de uma sociedade mais igualitária. A gestão democrática é pautada em três pontos principais, essenciais ao seu pleno desenvolvimento, participação, descentralização e transparência. A conquista da cidadania requer um esforço dos educadores em estimular as instâncias e práticas de participação popular. Todos os segmentos da comunidade podem compreender melhor o funcionamento da escola; a participação significa a atuação dos profissionais da Educação e dos usuários na gestão dessa escola. Freire (1995) também faz uma definição importante sobre o que é essa participação.
Como forma de se combater a apatia e o desinteresse da comunidade em relação aos assuntos educacionais, a escola pública precisa criar mecanismos para receber a atenção que merece. É preciso que haja uma eficiente campanha de conscientização, além de um programa específico de reuniões com horários e locais que atendam às especificidades de cada região. A participação na gestão escolar será facilitada pela conquista de crescente autonomia, pela escola, nos domínios da gestão financeira, pedagógica, administrativa e cultural.
Conclusão
A transformação da sociedade passa pela democratização do conhecimento produzido na escola, e, portanto, o gestor é peça fundamental nesse novo panorama social, em que os paradigmas da gestão tradicional, que sobrevivem há séculos, precisam ser rompidos.
Nesse sentido, o trabalho de gestão escolar deve ser entendido como uma construção coletiva, com participação ativa de toda a comunidade escolar, que contribua para a qualificação da prática pedagógica. Por isso, numa visão democrática, a gestão precisa estar intimamente ligada à interação do gestor com os demais atores do processo educacional. Entendemos que delegar poderes é o ponto principal de qualquer trabalho coletivo, pois capacitar, mediar e orientar são a essência da função gestora.
O gestor que assume uma postura democrática deve proporcionar a toda a comunidade escolar ações e atividades que sejam desenvolvidas e trabalhadas de forma compartilhada; assim como deve garantir a formação continuada de seus professores, buscando melhorar suas práticas pedagógicas, sem deixar de lado planos de ação para a aplicação dos recursos financeiros e utilizar as tecnologias disponíveis para melhorar a comunicação entre escola e sociedade. Para que tais objetivos sejam alcançados, é fundamental que o gestor tenha uma visão ampliada sobre as diferentes realidades que se manifestam no espaço escolar, criando uma rede de relações entre alunos, professores, pessoal de apoio, pais e comunidade do entorno da escola, promovendo a mediação entre todos os envolvidos para que a escola construa sua própria identidade. Assumindo tal postura, o gestor abre as portas da escola para que ela tenha a oportunidade de responder aos anseios e às necessidades da sociedade que a financia.
Lopes (1997) afirma que a organização escolar do próximo século terá que possuir uma postura de responsabilidade, presteza de decisões, propósitos claros e visão eventualista como forma de pensar em existir agilidade, maleabilidade e suas proposições bem definidas pelo consenso do coletivo. No sistema de ensino atual, a figura do gestor é cercada de complexidade. O gestor educacional constitui a base, o alicerce de todo o sistema escolar; da sua atuação dependem a qualidade do ensino, o nível e o valor da instituição.
O gestor é o elo entre família, corpo docente e corpo discente. Na gestão democrática, sua capacidade de dirigir e coordenar as atividades coletivas para realizar ou mudar os objetivos propostos precisa estar em constante evidência, exercitando, dessa forma, seu papel de líder. Para que a gestão participativa seja, de fato, implementada com sucesso, é preciso que o sistema público de ensino conceda as devidas condições, pois, enquanto exige que o gestor assuma uma postura de líder e de agente de mudança diante de uma escola mais democrática, não oferece condições e recursos para que isso aconteça.
O gestor, enquanto líder é responsável pela administração das leis e normas, além de cuidar da dinâmica escolar, tendo que prestar contas das ações de toda a sua equipe. Por isso, mais que administrar orçamentos, calendários, vagas e materiais, o gestor precisa ser um educador; o que significa estar ligado ao cotidiano da escola, conhecer os alunos, os pais e os professores. Somente valendo-se de tais atribuições, ele se torna um líder, e não alguém que possui a autoridade burocrática. Para tanto, o gestor capaz e eficiente é aquele que valoriza a qualidade do ensino, o Plano Político-pedagógico (PPP) da escola, a supervisão e a orientação educacionais, criando oportunidades de capacitação para os docentes. Além disso, tem a preocupação de manter a democracia na escola, agregando a comunidade e incentivando o trânsito livre da mesma na escola.
O bom gestor indica caminhos, é sensível às necessidades da comunidade, desenvolve talentos, facilita o trabalho de sua equipe e auxilia na resolução de problemas. A dificuldade em se ter essas características é evidente, por isso é importante saber equilibrá-las com colaboradores que sejam um suporte, delegando funções. Em grandes empresas e companhias, os bons gestores são prestigiados e estimulados a continuar na função, exercendo-a com dedicação e tendo a possibilidade de um aumento gradual de salário. Já nas escolas públicas, o trabalho do gestor é minado por baixos salários, cobranças contínuas e multiplicação de afazeres burocráticos, levando bons profissionais a desistirem do cargo. Se não ocorrer a devida valorização dos trabalhos do gestor e também dos professores, não há como garantir a melhoria do padrão da Educação, tampouco realizar com sucesso a gestão participativa. É urgente, portanto, que a Educação ocupe o lugar de destaque que merece em nosso país, pois é através dela que podemos ter a chance de construir um Brasil melhor. Uma Escola melhor inclusive na educação infantil.
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