quinta-feira, 15 de outubro de 2015

O PAPEL DO PEDAGOGO CONSULTOR E MEDIADOR: DESAFIOS DO TRABALHO PEDAGÓGICO NO CONTEXTO ESCOLAR DA UMEI MILTON TRANCOSO DE AGUIAR Autora: Monique Ferreira Monteiro Beltrão.


Resumo
Este trabalho apresenta resultados de estudos desenvolvidos durante este ano letivo de 2015 na Unidade Municipal de Educação Infantil (UMEI) Milton Trancoso de Aguiar, cujo objetivo é refletir sobre o papel do pedagogo na UMEI, enquanto consultor e mediador do processo ensino aprendizagem, especialmente em relação aos desafios que envolvem uma participação verdadeiramente democrática, uma vez que , esta não constitui uma tarefa fácil, tendo em vista os limites enfrentados por eles no desempenho de suas funções. O presente trabalho dialoga com as determinações legais acerca da gestão democrática (LDB 9394/96) tomando como destaque a função do pedagogo na Instituição de Educação Infantil. No tanto, o presente estudo adota como modelo a ser investigado a Unidade de Educação Infantil Milton Trancoso de Aguiar e sua sistemática pedagógica de aprendizagem e de estudo dos pedagogos professores. A análise sobre a UMEI revelou achados essenciais, tanto em nível de reflexões sobre a problemática que permeia o campo de ação do pedagogo, como também veio a somar na própria formação. Enquanto pedagoga desta unidade, entendo que apesar dos avanços assistidos pela LDB, muito ainda temos que fazer e caminhar para alcançarmos o nível intelectual do professor consultor e mediador do processo acadêmico. Como este estudo é uma pesquisa em andamento, é prematuro tecer comentários efetivos definitivos sobre os resultados e conclusões a este respeito. Mas estaremos caminhando para entendermos e direcionarmos o processo acadêmico da consultoria e do trabalho pedagógico da mediação do processo de ensino e aprendizagem.
Palavras chaves: UMEI. Pedagogo. Trabalho Pedagógico. Consultoria.




Introdução com a Problemática Anunciada e Desenvolvida
Ao iniciar este trabalho escrito, percebi que a educação infantil deixa marcas na nossa vida, em primeiro lugar por ser um dos primeiros espaços sociais construídos em nós e por trazer à memória, situações com emoções particulares, expressivas e seguras, da minha vida para o mundo e lugares por onde passo.
Trazemos a tona aqui, uma observação segura a respeito das famílias, dos alunos e desta população que se direciona para a educação infantil, nesta época e nesta UMEI Milton Trancoso de Aguiar. Direciono meu olhar que não nasceu dos meus estudos e escolas, mas que é trabalhado no dia a dia com experiências dentro da escola, e no meu ponto de partida, foco do trabalho que são as crianças e suas respectivas famílias e que são também os nossos professores, mediadores.
Observamos o comportamento das famílias e das suas crianças a muitos anos, comportamentos singulares, autênticos e as vezes padronizados e cotidianos populares. As famílias surgem na Escola a cada ano, mais específicas, mais novas, com moldes modernos e quase sempre adaptáveis à sociedade que existe e fazem parte. O meu cuidado aqui é com o desempenho pedagógico deste aluno e o seu cotidiano na educação infantil a partir do seu contexto e das suas relações familiares.
O nosso maior cuidado também é com os professores, mediadores de vários processos e que ainda hoje e nesta UMEI Milton Trancoso de Aguiar, precisam de conteúdos, novas visões e perspectivas para demonstrarem modelos de ajuda e construir novos paradigmas a cada dia e instantes, se fazendo e tornando-se necessários. Responsabilidade pedagógica neste contexto e nesta UMEI. Fortalecimento pedagógico para este contexto escolar:
O professor, numa pedagogia que pretenda caminhar lado a lado com a transformação social, não é um ausente, mas uma presença atuante, participante, dirigente, “especialista mais político” (GRAMSCI, 1968 p.8), que anima, constrói, organiza. Que o professor participe, dirija, por meio de uma pedagogia diretiva ou não diretiva, isso é secundário. (GADOTTI, 2004, p.75).
Deste modo, o trabalho pedagógico deve ser construído de conteúdos, conhecimentos diversos e científicos e da metodologia da consultoria para o cuidado e o ensino prático e pedagógico para a vida. Um trabalho de renome, de ponta, com soluções harmoniosas e tecnológicas, que tragam á esta UMEI Milton Trancoso de Aguiar, paz acadêmica. Revendo os caminhos com a integridade dos conceitos teóricos, levando-nos a mudança e a melhora acadêmica. Formação acadêmica pedagógica por consultoria, estudo e análise de cada situação, por cada criança e por todas as faixas etárias deste estudo na educação infantil. O professor deverá possuir controle sobre os procedimentos e seus fazeres. Respondendo por cada passo e conectando as famílias em relação ao contexto do trabalho pedagógico. Direcionando assim, os caminhos percorridos e as respostas que queremos na formação dos sujeitos. E neste modelo de trabalho, o professor é o consultor e o mediador de todo o processo. Pois se direciona para cuidar, informar e mediar o processo de construção do conhecimento. Em favor do crescimento da UMEI e do fortalecimento intelectual do grupo. No que se refere à esta formação as vezes descontextualizada, Freire (1996) destaca que:
O professor que não leve a sério sua formação, que não estude, que não se esforce para estar á altura de sua tarefa não tem força moral para coordenar as atividades de sua classe. Isto não significa, porém, que a opção e a prática democrática do professor ou da professora sejam determinadas por sua competência científica (...). O que quero dizer é que a incompetência profissional desqualifica a autoridade do professor (FREIRE, 1996, p. 92).
O professor precisa se instrumentalizar e conhecer a sua força pedagógica, para um crescimento intelectual sobre o outro, sobre o aluno, a criança pequena que está iniciando a educação básica. Os entraves devem ser superados, mas aprovados e conhecidos. Precisamos fortalecer o conteúdo apreendido para vivenciar a prática na UMEI Milton Trancoso de Aguiar. E então, teremos uma mudança significativa na formalização do trabalho pedagógico e acadêmico em questão nesta UMEI.
Entendemos, que todo professor deve ser um profissional de espírito crítico e investigador, ou seja, que seja sempre um pesquisador, que levante hipóteses sobre as teorias e práticas construídas, que busque tirar dúvidas, que sugira coisas novas e que não se limite às práticas comuns e simples corriqueiras, desprovidas de resultados, mas especialmente aquele que exerce a docência na Educação Infantil, nesta UMEI Milton Trancoso de Aguiar. Deverá buscar a todo custo a construção do protagonismo em seu desenvolvimento profissional:
Falar de desenvolvimento profissional, para além da formação, significa reconhecer o caráter profissional específico do professor e a existência de um espaço onde este possa ser exercido. Também implica reconhecer que os professores podem ser verdadeiros agentes sociais, capazes de planejar e gerir o ensino-aprendizagem, além de intervir nos complexos, sistemas que constituem a estrutura social e profissional. (IMBERNÓN, 2006, p.46).
A LDB nos traz que o profissional da Educação Infantil tenha no mínimo uma formação em nível médio, antigo curso, voltado para o magistério. Não desmerecemos a formação ofertada por este nível de ensino, em vista que a mesma se desenvolveu durante décadas em nosso País, mas levando em conta a relevância do cuidar na Educação Infantil, se faz necessário que este profissional tenha o curso superior, curso de Pedagogia. Claro que não dará conta de tudo, de uma formação multidisciplinar, mas é o caminho para o conhecimento e as especializações desses conhecimentos. Portanto, não existe educador que não estude e sim que estude sempre. Precisamos abraçar o conhecimento e os múltiplos conhecimentos, conforme propõem o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil em seu volume I:
(...) o professor deve conhecer e considerar as singularidades das crianças de diferentes idades, assim como a diversidade de hábitos, costumes, valores, crenças, etnias etc. das crianças com as quais trabalha respeitando suas diferenças e ampliando suas pautas de socialização. Nessa perspectiva, o professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento (...). Na instituição de educação infantil o professor constitui-se, portanto, no parceiro mais experiente, por excelência, cuja função é propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências educativas e sociais variadas. (BRASIL, 1998 A, P.30).
Entendemos que o esforço para integração entre a teoria e a prática no cotidiano desta UMEI, está diretamente relacionada a formação deste educador e sua vontade de estudar ainda mais. Sua reflexão sobre a prática valoriza suas teorias e processos acadêmicos do fazer. Gerando novos processos e ressignificações para mediar valorosamente toda condução do processo do aprender e conviver aprendendo. Neste recorte, é papel do educador manter vivo e integrado os conhecimentos que envolvem os diversos campos do saber.

Objetivos
- Geral:
Discutir o papel do professor pedagogo na UMEI Milton Trancoso de Aguiar, entendendo os desafios que surgem no contexto da relação da teoria e prática entre o professor e o aluno pequeno. Transformando esta ação em mediação e consultoria pedagógica para o contexto do aprendizado e do trabalho social com as famílias e comunidade.
- Específicos:
·         Garantir reflexões a frente das práticas pedagógicas na UMEI Milton Trancoso de Aguiar, proporcionando discussões pertinentes acerca dos estudos e dos conteúdos científicos que fortalecerão o trabalho de mediação do processo acadêmico produtivo para a aprendizagem.
·         Estruturar a vida acadêmica do professor desta UMEI Milton Trancoso de Aguiar, Transformando-a numa prática inovadora, reflexiva e que se baseie no conhecimento teórico para a prática da sala de aula.
Desenvolvimento
O trabalho do professor pedagogo na área educacional, principalmente na educação infantil é de fundamental importância para as crianças, principalmente para o desenvolvimento educacional e social dos mesmos. O pedagogo mais do que qualquer outro profissional, apresenta uma visão ampla e qualificada para lidar com a educação infantil, seus desafios, limites e possibilidades.
“A criança é a chave do futuro, é a esperança de realização futuras em defesa do direito de todos, na transformação da sociedade (...)”. Devido a essa importância dada á criança coloca-se nas mãos do pedagogo, a responsabilidade de desenvolver as potencialidades, assim como também, trabalhar e reconhecer os limites dessas crianças, orientando-as para que elas saibam viver conscientemente lutar por uma sociedade melhor”. (FREINET, apud, ANGOTTI, 2003, p.48)
Quanto ao espaço físico escolar,
“Esse ambiente deve ser adequado, qualitativa e quantitativamente às crianças, para poder propiciar-lhes o crescimento, a realização da sua necessidade de experimentação, de trabalho de assimilação espontânea, e de nutrição do espírito”. (MONTESSORI, apud, ANGOTTI, 2003, p. 29).

Assim, este espaço escolar, incluindo materiais e objetos pertencentes ao mesmo, também deve ser objeto destinados às crianças, ao seu aprendizado e suas construções e deve estar organizado de acordo com o seu respectivo tamanho, a necessidade e o grau de ensino das mesmas, possibilitando maior acesso, entrosamento e desenvolvimento desses alunos pequenos. Nesta perspectiva, o professor mediador deve conciliar suas expectativas de formação acadêmica com maneiras interessantes de estudar o local, as diversidades, facilidades e dificuldades, tornando prático o desenvolvimento da criança e seu aprendizado.
Partindo para a área da observação, entendemos que o funcionamento do trabalho pedagógico e estruturação do ambiente escolar, porém, é dinâmico, produtivo e às vezes caótico quando não nos apropriamos dele e dos sentidos que ele nos trás. Desta forma, consolidamos o saber como riqueza pedagógica para a mudança do comportamento e sua adequação no sistema de ensino.
Educar é transformar o indivíduo, é prepará-lo para o mundo, conhecendo suas razões, a fim de promover sua integração total. É oferecer a este indivíduo melhores condições para não condicioná-lo, mas deixá-lo viver, conhecer, agir, querer, dizer e buscar o seu aprimoramento e a transformação do mundo. (BELTRÃO, 2012, p. 15).

Nosso ponto de contato serão os encontros pedagógicos constituídos na UMEI através dos estudos, análises e pesquisas que darão forma ao nosso trabalho pedagógico de construção e enriquecimento pessoal para a aprendizagem. Teremos o prazer em solidificar nossos enlaces com os grupos e alunos pequenos, transformando-os e construtores do seu próprio conhecimento e atitudes com o que aprendeu para o universo e o mundo. Construindo-se independente, analítico, crítico e acadêmico para o presente e o futuro.
Educar/ensinar crianças de 0 a 5 anos de idade é uma tarefa que reúne várias construções epistemológicas e práticas e que envolvem a formação do profissional da Educação Infantil. Não só na formação, mas numa estrutura física favorável ao desenvolvimento das atividades planejadas, recursos didáticos – pedagógicos, é preciso que o professor além da formação pedagógica lhe seja oferecido boas condições de trabalho e informações científicas e acadêmicas sobre o seu fazer e sua condução das aulas e produções. Entretanto, para que as práticas pedagógicas atendam aos aspectos fundamentais do desenvolvimento da criança, para que contemplem a integração real entre o cuidar e o educar, o professor deve caminhar para além de sua formação profissional. Deverá se constituir consultor técnico do seu trabalho, que necessitará acender em sua vida o desejo de estudar, de ser pesquisador, aquele que busca respostas e inova com qualidade o seu trabalho. Sendo útil e fazendo o que lhe compete de modo melhor e adequado a partir do seu conhecimento.

Referencial Teórico
Quando se trata de levar aos alunos a gostarem e se motivarem a aprender, faz-se necessário tornar a aprendizagem significativa e interessante para todos, assim é importante renunciar as práticas inadequadas e incoerentes ao contexto escolar, neste processo educativo emerge um grande desafio a todos que estão envolvidos na educação, propor algo novo, singular e atraente aos olhos de cada educando, isto sim representará um salto na qualidade do ensino.
Os professores precisam de orientação constante e estudos técnicos sobre os teóricos e teorias pedagógicas específicas.
A gestão pedagógica bem sucedida, portanto, é aquela voltada para a aprendizagem de todos os alunos e professores, e o desafio é qualificar melhor a comunidade interna da UMEI Milton Trancoso de Aguiar:
A gestão é um componente fundamental do sucesso escolar, sem dúvida é inegável as condições para o exercício da gestão variam de forma significativa de contexto para contexto e de situação para situação. Não é a mesma coisa gerir uma unidade com estrutura satisfatória ou insatisfatória (VIEIRA, 2008,P.132).
As práticas pedagógicas tem se tornado cada vez mais imediatistas, os problemas sociais tem agravado a situação da educação, uma vez que a Escola possui diversas demandas e responsabilidades suplementares. As tentativas de superar os males que afetam os processos de ensino e aprendizagem atribuem-se dentre outros fatores, a de delegar as unidades escolares, aos professores e a comunidade, as soluções dos problemas da Escola sem antes fortalecê-los com treinamentos ímpares e específicos para cada caso.
O instrumento de análise é a consciência intencional, motivo para se extrair sentido nas relações de vivência e realidade. A educação assim seria tratada como uma experiência existencial. (BELTRÃO, 2012, p.18).

A melhoria da educação de qualidade começa a acontecer, através da mediação da escola de modo pontual e sério da comunidade e governo. Para tanto, faz-se necessário contar com a participação de gestores, professores, comunidade e pais comprometidos com as mudanças de sucesso para a qualidade de ensino. Esta UMEI precisa de apoio para crescer intelectualmente e pedagogicamente e refazer seus hábitos e cultura pedagógica para acrescentar novos hábitos em seu progresso. O perfil de formação docente deve surgir ilimitado e favorável às novas gerações de pais e alunos que se atende hoje.
Para o funcionamento natural da Escola faz-se necessário que a gestão de pessoas ocorra de maneira salutar, uma vez que é das interações e relações pessoais que nascem o compromisso e o interesse de todos em desempenhar um bom trabalho. Nesta perspectiva que emerge uma gestão escolar verdadeiramente democrática, onde há a participação e o cuidado de todos com aquilo que é coletivo, a Escola e o perfil educacional dos seus alunos.
Vencer o desafio da educação, em nosso País, pressupõe um pacto de toda sociedade pela educação. Somente assim, esta deixará de ser prioridade do discurso dos políticos e da política, transformando-se em prioridade na prática da gestão pública. (VIEIRA, 2008, p.48).
As dificuldades encontradas pelo pedagogo no desempenho de seu papel esbarram em outros assuntos a serem superados, o acúmulo de atribuições, as carências estruturais e culturais desencadeiam preocupações ao cenário brasileiro. Desta forma, apresentamos o modelo de consultoria a partir do conhecimento e dos estudos realizados para mudar este cenário e mediar de fato os processos acadêmicos de aprendizagem para criança pequena. Precisaremos apenas de mudar o foco e entender o processo. Chegaremos ao que hoje ainda é início de uma questão profunda. O estudo permanente de teorias e questões pedagógicas para evidenciar de modo produtivo a prática e o contexto efetivo da aprendizagem.
O papel fundamental do Pedagogo reside na capacidade de mobilizar os professores, alunos e comunidade para a constituição e concretização do Projeto Político Pedagógico da Escola. (CARDOSO. 2008, p.139):

O pedagogo exerce um importante papel, mobilizar pessoas e incentivar o grupo. Ele atua como um agente transformador da realidade escolar, o mesmo é lembrado por viabilizar as ações responsáveis para articulação e execução do P.P.P.( Projeto Político Pedagógico). Precisa orientar e trabalhar com os professores, mediadores a fim de acrescentar conhecimento científico aos seus fazeres, tornando-os viáveis a cultura escolar e social. Transformando-os em consultores de suas ações e dos porquês das suas ações das salas de aulas.
A indefinição das funções e a necessidade atendimento às peculiaridades de cada escola é uma das discussões que se coloca. Argumenta-se sobre a necessidade de se definir a identidade do coordenador, cujo espaço parece não estar assegurado; daí, os desvios da função e o engessamento de seu trabalho pelas relações de poder, tanto na escola, como em outras instâncias dos órgãos governamentais. (PLACCO; ALMEIDA; SOUZA, 2010, p. 232).
Alguns desafios tem tornado o trabalho do pedagogo cada vez mais engessado, do ponto de vista da criatividade, especialmente no que se refere aos constantes desvios de funções. A tarefa principal do pedagogo constitui a formação de seus docentes, por meio de formações continuadas que os professores terão a oportunidade de vivenciar a troca de experiências, saberes e projetos coletivos da escola, este momento de troca que humaniza a instituição e torna mais democrática em suas relações fortalecendo-as.
As aprendizagens do professor, no contato com a realidade em que desenvolve seu trabalho, são tecidas de dificuldades e de possibilidade de construção e reconstrução dos conhecimentos e saberes. A análise sobre sua vida e sua prática, diante da política de educação e as mudanças dela decorrentes precisa apontar para a disponibilidade de fazer do trabalho um espaço de reflexão profissional (CAVALCANTE; LIMA, 2002, p.106).
Essas questões são complexas pela própria natureza do problema, os pedagogos por vezes não apresentam condições reais para articularem a formação em serviço, seja pela ausência de formação dedicada a este fim, ou ainda pela ausência de tempo e materiais necessários para o desenvolvimento desta tarefa. Dessa maneira, esse profissional sofre crises em sua identidade profissional e acaba tornando-se um “simples fazedor de coisas”.
Embora a integração e articulação entre meios e objetivos são da responsabilidade de todos os membros da equipe escolar, cabe maior responsabilidade, especificamente, à direção e à coordenação pedagógica, às quais, no âmbito da escola, respondem mais diretamente pelas condições e pelos meios de realização do trabalho escolar (LIBÂNEO, 2006, p.307).
As dificuldades encontradas sãos limites e desafios a serem superados, e sempre serão tratados como absurdo para as atribuições do pedagogo.
Os estudos evidenciam que o papel do pedagogo é refletir e auxiliar nos aspectos que referem a formação de professores e orientação pedagógica. No entanto, as vivências diárias no cotidiano deste profissional interferem diretamente na execução de suas tarefas, as dificuldades e limites enfrentados pela escola no seu dia-a-dia levam este profissional a uma prática impensada, cercada de “afazeres” desordenados e imediatistas, assim, ele vai perdendo sua função social e de transformação dentro da instituição de ensino. Muita das vezes precisa se reinventar.
O pedagogo então deve sensibilizar pessoas e fomentar discussões a cerca dos conteúdos e dos teóricos para mediar a proposta pedagógica da escola e suprir as necessidades de carência de conteúdos dos professores. Deve se manter em estudo e pesquisa, inovando conhecimentos e ampliando as fontes de pesquisa para o sucesso educacional. A intelectualidade deve existir a tempo de socorrer a causa da ajuda.
É exatamente no contexto de maior valorização dos meios e na organização dos serviços educacionais, tendo em vista a racionalização do trabalho educativo, que ganham relevância os técnicos, também chamados de especialistas em educação, entre eles, o pedagogo. (SAVIANI. 2003, p.27).
Neste sentido, o trabalho do pedagogo deve propiciar permanentemente a reflexão e discussão dos problemas da UMEI Milton Trancoso de Aguiar, de modo a possibilitar a presença e participação de todos os segmentos da comunidade escolar, para que assim sejam repensadas novas formas de superar os desafios e extinguir as relações de poder que se firmam dentro da escola e que não fundamentam uma prática relevante e progressiva. Precisamos interligar a teoria com a prática dos afazeres.
Segundo os estudiosos analisados, o pedagogo tem a tarefa de aperfeiçoar práticas pedagógicas e os diferentes saberes, de modo que possibilite o aprendizado dos alunos e o aperfeiçoamento das práticas docentes pelos professores. Assim como nos afirma, Libâneo (2006), o pedagogo é aquele que assume a viabilização, integração e articulação do trabalho pedagógico, de modo que ele encontra-se diretamente relacionado aos professores, alunos e pais. Deste modo, o convite deste trabalho é assumir as necessidades invocadas pelo dia a dia e trazer esta prática pedagógica ao convívio diário do professor enquanto produtor das suas práticas e consultor dos seus estudos a partir dos teóricos estudados e pesquisados para a inovação e atualização do trabalho pedagógico de construção.
Metodologia
Pode-se inferir que o pedagogo que atua na Educação Infantil está em processo de construção de sua identidade, ou seja, do que realmente significa ser professor deste nível de ensino. Muito há que se descobrir e descortinar sobre o papel deste profissional responsável pela organização dos processos de ensino-aprendizagem de educandos que se encontram na primeira etapa de suas vidas e na primeira etapa da educação brasileira, Educação Básica. O certo é que, o pedagogo, professor da Educação Infantil, deverá reunir uma gama de conhecimentos específicos sobre o desenvolvimento da criança, como este se organiza a níveis cognitivo, social e afetivo, e como resolver saberes. É sensato que busque encontrar também a si mesmo, enquanto pessoa que se constrói profissionalmente e humanamente.
Nossa metodologia entretanto, segue o modelo da pesquisa ação que nos remete a condição de investigadores e estudiosos do assunto educação, transcendendo nossos desejos e limites, para de fato conhecermos os nossos pontos fortes e inovadores para favorecermos nossa identidade e funcionalidade na Escola e na vida escolar do nosso aluno.
A idéia de autonomia como finalidade da educação será central na abordagem construtivista, tão central que para ela convergem professores/educadores e educandos. Só é possível construí-la, o educador que for autônomo. Não é possível ensinar algo que não se sabe. Por esta orientação, o saber construído virá de trocas constantes. (BELTRÃO, 2012, p.30).

Prepararemos reuniões de estudos científicos com plenitude e atitude de discussão e reflexão, trazendo a tona algumas convicções e ponderações para nosso suporte de conhecimento pedagógico dentro das nossas vivências e dentro do contexto escolar. Estudos, análises, escritas e construções pedagógicas sobre a criança; seus contextos e vivências. Observações e análises das observações. Ponderações em grupo e prática a partir dos assuntos e teorias estudadas e construídas. Cada um realizará suas ponderações e serão construídas suas vivências, a partir do seu olhar e considerações dos teóricos e assuntos científicos na área da educação infantil e para esta UMEI.
Os trabalhos serão densos, estruturados e com mediação de todos na interferência da construção e da constatação do que de fato completa e acrescenta valor a prática diária da sala de aula.
O pedagogo professor consultor e mediador, falará de suas necessidades, pautadas nas estruturas descobertas e analisadas a partir de estudos, análises e construções coletivas trazidas a tona para reflexões nas reuniões periódicas de estudo e envolvimento.
Esta UMEI Milton Trancoso de Aguiar tem vivenciado encontros acadêmicos de conhecimento teórico, facilitando assim o trabalho pedagógico, através do novo e do conhecimento sobre o desconhecido que aparece nos conteúdos e estudos realizados. Transformando-os em temas específicos e desmistificados para a inclusão no trabalho cotidiano e reflexão do professor.
Deste modo, construímos cada passo por vez e criamos hábitos de superação e alimentação contínua de atividades pedagógicas de crescimento e de atendimento as necessidades diárias e constantes das nossas crianças, sujeitos das suas casas e regiões, mas com certeza, pessoas do mundo e para o mundo. Traduzindo suas idéias e consolidando seu conhecimento e aprendizado a partir das reflexões advindas dos nossos encontros, estudos e análises.
Conclusão
Finalizando a discussão, podemos afirmar que, em termos legais o papel do pedagogo e de uma gestão verdadeiramente democrática encontram-se em construção nesta UMEI Milton Trancoso de Aguiar, uma vez que a lei obriga aos sistemas de ensino a seguir os princípios de uma gestão democrática, mas as construções são pessoais e acadêmicas, acontecendo a partir das retomadas e re construções.
De fato, constatamos uma necessidade de uma reflexão e estudos sobre os contextos escolares, conteúdos pedagógicos e sobre teóricos específicos, precisaremos estudar e implantar no espaço, ações pedagógicas de rotina para o estudo e o trabalho científico. Colaborando para o crescimento cultural, a investigação e a teoria a partir da prática. Consolidando assim, o trabalho de consultoria e mediação pedagógica entre os professores praticantes da sala de aula com crianças pequenas, nesta UMEI.
Este trabalho nos revelou achados fundamentais, tanto em nível de reflexão sobre a problemática que permeia o campo da gestão pedagógica escolar, como também veio somar em nossa formação, enquanto educadores, a experiência vivenciada aproximou-nos de nossa prática pedagógica, fazendo-nos refletir sobre as práticas, os conteúdos e a nossa formação acadêmica não só para o cuidar, mas para o instruir e para a escolarização.
Das reflexões apresentadas, identificamos como um dos grandes desafios que surge no contexto da relação teoria e prática o fato de que seja realmente o professor da Educação Infantil nesta UMEI Milton Trancoso de Aguiar, um sujeito crítico reflexivo, com bagagem teórica incluída aos seus planejamentos e ações, uma vez que isto só será realidade na medida em que o desejo de mudança seja alimentado pela auto formação, pela auto avaliação, pelo autoconhecimento e pelo conhecimento através das aprendizagens e das diversas construções e análises. Precisaremos recriar um processo acadêmico personalizado para este crescimento pedagógico.
Na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico, necessário a reflexão crítica, tem de ser de tal modo concreto que quase se confunda com a prática. O seu “distanciamento epistemológico da prática enquanto objeto de sua análise, deve “aproximá-lo” ao máximo. Quanto melhor faça esta operação tanto mais inteligência ganha da prática em análise e maior comunicabilidade exerce em torno da superação da ingenuidade pela rigorosidade. Por outro lado, quanto mais me assumo como estou sendo e percebo a ou as razões de ser de porque estou sendo assim, mais me torno capaz de mudar, de promover-me, no caso, do estado de curiosidade ingênua para o de curiosidade epistemológica. (FREIRE, 1996, p.39).
O presente trabalho é importante e relevante por contribuir com reflexões acerca do papel do pedagogo professor da Educação Infantil, por permitir reflexões frente às práticas pedagógicas e por proporcionar discussões pertinentes sobre a formação acadêmica para este nível de ensino e criança pequena. É tempo de fazer a Educação Infantil desta UMEI se projetar enquanto nível de ensino no corpo da educação básica, num local de transformações e de pensar construtivo sobre as práticas e os fazeres através da teoria e dos estudos sobre as crianças pequenas e seu aprendizado para a vida.
É inegável que hoje o professor é cercado de várias oportunidades para se capacitar ou se instruir profissionalmente, quer seja por intermédio da formação em serviços nas escolas, da formação continuada ofertada através de inúmeros eventos educativos espalhados não só pelo País. Mas é através destes estudos nesta UMEI que fortaleceremos estes vínculos e partilharemos deste olhar para crescermos juntos e também a partir disto.
A capacitação deve preencher os espaços e transformar este sujeito ativo que é o professor, em agente de mudanças e profissional capaz de rever sua postura e fortalecer-se através dos estudos, das análises e das descobertas em suas pesquisas e socializações.
Referências
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