sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feliz Natal e Feliz Ano Novo!



Desejo a você um natal maravilhoso e um ano novo cheio de realizações. Felicidades! Monique Beltrão.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

PAIS AUSENTES GERAM PROBLEMAS

Por Monique Ferreira Monteiro Beltrão*.

A criança é colocada na escola para receber um tipo de educação que desenvolva particularmente seus dotes intelectuais. Segundo Rampazzo (1996:21), em seu escrito:
Na educação dos filhos, é preciso evitar dois excessos: de um lado, a imposição; de outro, a falta de acompanhamento. Poderíamos dizer que também a pessoa do filho tem uma liberdade que deve ser respeitada; mas por outro lado, estas liberdades do filho precisas de luzes, de indicações, de presença dos pais para estimular, corrigir, ensinar, convencer, numa só palavra: para ser educada.
Depois de a criança entrar na escola, o papel educativo da família não deveria diminuir de importância, pois, na realidade, nada a substitui.
No entanto, muitas vezes tal não acontece: há uma tendência da família em deixar a criança, desde então, entregue exclusivamente a escola, achando que já cumpriu o seu dever. Por outro lado, é comum o professor reclamar do aluno: “será que seus pais não lhe dão educação em casa?”, ou ainda: “escola é para instruir, a educação o aluno recebe em casa!”.
Em ambas as atitudes – a família deixando a educação por conta da escola e a da escola por conta da família – o que existe é uma lamentável incompreensão da responsabilidade dessas duas instituições irmãs. A escola e a família são duas instituições cuja existência deve estar indissoluvelmente ligada. A escola deve ser a continuação do lar ideal.
É, portanto, necessário à cooperação sempre uma com a outra, em benefício do educando. A escola pode cooperar com a família de várias formas: ajudando-a a formar o caráter do jovem, reforçando a autoridade dos pais, aconselhando diariamente a ouvir e respeitá-los. Por sua vez, a família deve colaborar com a escola, vivendo em contato com esta. Os pais devem comparecer sempre que possível na escola e entrar em entendimento com os professores de seus filhos.
A família precisa acompanhar passo a passo a vida escolar do filho e saber o que está fazendo na escola, qual o seu adiantamento, as suas notas e os seus progressos.
Nidelcoff (1994) aponta problemas existentes na escola e vice-versa. Tal situação, decorrente do fato de os campos de cada um dos lados não estarem bem delimitados, cria, segundo a autora, uma confusão que gera mais impasse do que crescimento.
A escola tem como função a transmissão de saberes e, para que isso aconteça, não há como invadir a privacidade do aluno. A escola não dá conta, por exemplo, de tornar uma criança mais feliz, porque isso está relacionado com o seio familiar, por outro lado a ausência familiar faz com que a escola se sinta, às vezes, na obrigação de repassar regras comportamentais, abrindo mão de sua função elementar.
Os pais encontram-se hoje mais preocupados com o não-desenvolvimento da aprendizagem dos filhos e com o medo de errar. Os pais não suportam suas falhas, são tão sufocantes quanto autoritários e acabam criando, em casa, pequenos autoritários.
Souza (1996) afirma que o ambiente de origem da criança é altamente responsável pelas suas atividades de segurança no desempenho de suas atividades e na aquisição de experiências bem sucedidas, o que faz a criança obter conceito positivo sobre si mesmo, fator importante para a aprendizagem.

Não se colocam por não suportar a realização e admitem que muitas vezes pais e escolas se omitem, deixando de exercer sua autoridade.
Em relação à falsa imagem do construtivismo aplicada em várias escolas públicas e privada – muitos equívocos são feitos em torno dessa linha de educação. No construtivismo, a criança não tem que fazer o que quer e o professor simplesmente aceitas, pois isso gera descompromisso. O professor deve definir regras, os instrumentos.
Nidelcoff (1994) ainda lembra que responsabilidade e autoridade antecedem a escola. Se os pais querem filhos responsáveis, têm que se conscientizar que há também uma responsabilidade que é sua. A escola não é só para estabelecer limites e disciplina, sendo que o investimento nesse campo vai além dos estabelecimentos de ensino.
Há determinados professores que têm dificuldades de saber qual é o seu papel. Crianças e adolescentes estão sempre testando os adultos e, quando isso se torna paralisante, com agressividade, é preciso que haja uma intervenção. Well (1991:45) faz a seguinte afirmação sobre conduta:

Recentes pesquisas de Psicanálise e de Psicologia Social colocaram em destaque fato de a conduta dos filhos na escola e em casa serem, em grande parte, uma reação ao comportamento dos pais para com os filhos. Isto é a tal ponto verdadeiro, que se constatou que a maioria dos problemas de comportamento, tais como a ausência de atenção, brutalidade ou instabilidade, são causados pelas atitudes dos pais.

Na natureza das relações entre pais e filhos se transmite de geração a geração; existem tradições de brutalidade, de autoritarismo, de superproteção que os filhos transmitem, quando adultos, às suas próprias crianças. Onde Há brutalidade, incompreensão, e hiper autoritarismo, não é possível construir verdadeira democracia, pois atitudes se propagam também fora do lar, no trabalho, nos negócios e, o que é mais sério, na direção dos destinos de uma nação.
A liberdade, dentro do respeito pelo próximo, tem de começar as ser cultivada nas relações entre pais e filhos, isto é, na própria célula familiar. Sem isto, os alicerces de qualquer nação não oferecem garantia para manutenção do que se deseja para uma verdadeira democracia.

* Monique Ferreira Monteiro Beltrão é Mestra em Educação, Pedagoga, Psicopedagoga, Especialista em Direito Educacional e Gestora em Ambientes de Educação.

Escola Para Todos..... Pensando um pouco sobre isto

* Por Monique Ferreira Monteiro Beltrão.


A diversidade não se opõe á igualdade. A desigualdade socialmente constrida é que se opõe á igualdade, pois supõe que uns valem menos que os outros. No entanto, nós profissionais da educação, necessitamos de uma disponibilidade interna para enfrentarmos as inovações, condição que passa a requerer uma postura diferenciada de fazer acontecer a verdadeira educação.

Essa visão de que a escola deve trabalhar com as diferenças é algo que muito importante. Embora tem muitos anos que estamos lutando por isso, mas infelizmente, ainda existe pessoas que sofreram e outras que ainda sofrem que o preconceitos na escola.


Foi de grande importância a trajetória da educação especial ela passou por três períodos.
· Normalização
· Integração
· Inclusão

Com essas possibilidades está sendo possível fazer com que nossas crianças especiais interajam que as outras crianças, e assim fazer trocas sociais e culturais, e o enriquecimentos e para todas as crianças.


Com a criação de leis e a reivindicação da população aos poucos está se tornando mais democrática e conseqüentemente mais plural.


A importância da formação docente referente ao papel do professor como gestor do conhecimento e da sua sala de aula fica esquecido quando se prioriza a aprendizagem dos conhecimentos científicos sem qualquer influência ou mediação do professor, agente fundamental de transformação da prática social.

È importante o professor compreender a diversidade, como riqueza e não como diferença. A diversidade na escola significa as crianças de diferentes classe sociais, gênero, etnias e raças, credos e valores culturas, história de vida e consequentemente, crianças que constroem o seu aprendizado em diferentes formas, ritmos e tempos.

A formação dos professores deve merecer atenção especial, pois muitas vezes, a rejeição docente quanto á idéia de inclusão se dá justamente por não se sentirem preparados para enfrentar esses desafio. Os professores precisam ser subsidiados para lidar com os alunos com diferentes deficiências. Diante disso, precisam estar em constante formação.


*Monique Ferreira Monteiro Beltrão é Mestra em Educação, Pedagoga, Psicopedagoga, Especialista em Direito Educacional e Gestora em Ambientes Educacionais.

Alguns Princípios do Ensino Aprendizagem

Por Monique Ferreira Monteiro Beltrão*.

Segundo Piaget (1981) o primeiro princípio enuncia que o aluno aprende melhor quando está preparado para aprender. Quando ele tem um firme propósito, uma razão bem definida para aprender alguma coisa, sendo muito mais fácil receber a instrução e conseguir progresso na aprendizagem. Exemplo: i, supervisor, que é instrutor de uma turma a qual está sendo ministradas aulas de eletricidade, deve despertar interesse dos alunos frisando a importância da eletricidade nos dias de hoje, mostrando que conhecendo o assunto, capacita o aluno a atingir um posto elevado na sua profissão, além de capacitar o aluno a compreender o funcionamento dos aparelhos elétricos em geral. O aluno assim estimulado se interessa pelo assunto, facilitando sua aprendizagem.
O segundo princípio afirma que quanto mais o aluno usar o que tiver aprendido, melhor poderá executar ou atender o que lhe foi ensinado.
O terceiro princípio enuncia que para o aluno aprender algo novo é mais fácil quando esta aprendizagem é baseada em conhecimentos ou experiências anteriores. É melhor partir das coisas simples e que o aluno já conhece para prosseguir no ensino de novas idéias e de tarefas mais complexas. Exemplo: é fácil comparar o movimento de uma bola rolando no chão para explicar como funcionam os rolamentos existentes nas máquinas.
O quarto princípio baseia-se, na prática, afirmando que a aprendizagem se realiza através da ação. Assim, antes que o processo educativo seja considerado completo, o aluno deve por em prática o que lhe está sendo ensinado.
Estes princípios que regem a aprendizagem devem estar sempre presentes na lembrança do professor, para que, ao transmitir os ensinamentos, o faça convenientemente. É importante ressaltar que os métodos utilizados na administração aulas também influem na aprendizagem.
Basicamente a aprendizagem está ligada à inteligência e aos sentidos físicos. Estes recebem a impressão sensitiva e a transmitem ao cérebro. Lá, esta impressão sofre um processo de comparação entre os conhecimentos antigos ou mais utilizados, que estão fixados na memória para servir de base para conhecimentos futuros que venha o aluno a adquirir ou para sua utilização na prática, isto é, tornar material a idéia formada e registrada na memória.
Na aprendizagem, os sentidos físicos são: visão, audição, tato, olfato, paladar e músculos. A porcentagem relativa ao tato, olfato paladar e músculo é de 10% BA aprendizagem; enquanto a visão é de 70% e a audição 20%.
O professor deve, no entanto, saber quais sentidos será utilizado pelo método de ensino que pretende adotar. Se cada um dos sentidos é capaz de levar impressões à mente do aluno, parecem muito provável que as impressões serão mais fortes quanto forem empregados vários sentidos simultaneamente.
Nestas condições, uma das tarefas do professor será a de organizar seu método de ensino, de maneira que as idéias que pretende transmitir aos alunos sejam conduzidas através do maior número possível de sentidos.
Nestas condições, uma das tarefas do professor será de organizar seu método de ensino, de maneira que as idéias que pretende transmitir aos alunos sejam conduzidas através do maior número possível de sentidos.
Ensinar consiste num arranjo e planejamento de contingência de reforço sobre as quais o estudante aprende. È de responsabilidade de o professor assegurar a aquisição do comportamento conforme Candau (1994).
Os comportamentos desejados dos alunos serão instalados e mantidos por condicionantes e reforçadores arbitrários, tais como elogios, notas prêmios, reconhecimento do professor e dos colegas, os quais, por sua vez, estão associados à outra classe de reforçadores mais remotos e generalizados, como: diploma, social.
É necessários que se considere que o comportamento humano é complexo e, muitas vezes, sujeitos as múltiplas ações presentes e passadas que possa como decorrência, mascarar os verdadeiros fatores que afetam o comportamento em um determinado momento. O importante seria que o ensino promovesse a incorporação, pelo aluno, do controle das contingências de reforços, dando lugar a comportamentos autogerados.
Os elementos mínimos a serem considerados de um sistema instrucional são: O aluno como objeto de aprendizagem e um plano para alcançar o objetivo proposto. A proposta de aprendizagem se encontra na estruturação dos elementos para as experiências curriculares. Será essa estruturação que irá dirigir os alunos pelos caminhos adequados.
O professor tem a responsabilidade de planejar e desenvolver o sistema de ensino-aprendizagem de forma tal que o desempenho do aluno seja maximizado, considerando-se igualmente fatores tais como economia de tempo, esforços e custos. Os passos do ensino, assim como os objetivos intermediários e finais, serão decididos com base em critérios que fixam os comportamentos de entradas e aqueles os quais o aluno deverá exibir ao longo do professor de ensino. Neste processo, o professor é considerado como um planejador, um analista de contingências de reforços de modo a possibilitar ou aumentar a probabilidade de ocorrência de uma resposta a ser aprendida.
Os objetivos de ensino têm importante papel em todo planejamento do processo instrucional. Mager (1971), citado por Candau (1994), propõe que sejam três elementos quando do estabelecimento de objetivos: o que quer ensinar, em que nível se quer que o aluno aprenda e quais as condições (materiais, procedimentos e estímulos) as quais o aluno deve responder.

* Monique Ferreira Monteiro Beltrão é Mestra em Educação, Pedagoga, Psicopedagoga, Docente Universitária, Especialista em Direito Educacional e Gestora em Ambientes Pedagógicos.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Ética e Moral... Para Pensar!

Visão Crítica do Texto:
ÉTICA E EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS
Ética e educação moral
de Júlio Pompeu

Falando um pouco de nós mesmos somos éticos e sempre com moral, jamais entendemos o contrário ou o que não parece ser... Moralmente falando, somos o que é ideal para nós mesmos e sempre podemos investir nisto como sendo algo diversificado e irreversível. Alguém socorre o nosso ego e conquista as nossas vontades, mas mesmo assim, somos um ideal e um ideal a cada dia de sonhos e enganos. Moral se constrói comigo, mas tem forma no contexto e na vida que se leva e que se conserva. Diante deste mundo igualmente atento e vigilante, segue a idéia de que a moral é algo que vale a pena e que se destoa do grupo num contexto de intenção e inovação. Somos apenas idéia de crescimento e de construção. Moral, objeto de estudo da ética. Valho o que penso e construo o que pertence a mim e as minhas idéias de crescimento e inovação.
A moral nos leva pra longe de nós quando precisamos e nos deparamos com a idéia de julgamento e de mostras de várias situações. Somos produtos da nossa própria invenção e denotação da verdade e do cuidado disso conosco. Somos morais...
Somos causadores da nossa própria moral e da nossa própria fala moral. Nenhum objeto é capaz de ser diferente ou igual a nós. Simplesmente não somos. Contemplamos.
Impedimos a ação da ética pela moral, somos impedidos de construir a própria moral sem ética e em alguns momentos somos pura, ética e não moral. Nos bastamos em nossa consciência livre e na nossa maneira única de ver e agir no mundo. Nos indicamos como pessoas e como capazes de se socializarmos os resultados. Somos inventores de olhares e de situações ponderadas... Somos crescentes e inovadores no contexto de acrescentar nosso ponto de vista. Daí, moral significa muita das vezes independentes de nossas atitudes e dos nossos afazeres. As vezes nos encontramos em consciência livre: coisas acontecem porque podemos deliberar sobre nossas próprias condutas, de maneira que se algo aconteceu de determinada maneira, poderia ter sido diferente se tivéssemos deliberado de forma diferente, sendo assim, construímos nosso olhar e as nossas condições para viver e celebrar a vida sem olhares inadequados e tão poucos éticos.
Compartilhamos na vida social o mesmo problema. Convivemos, necessariamente, com pessoas de gostos e atitudes muito diversas das nossas. Se, por um lado, várias dessas diferenças devem ser toleradas para que possamos conviver bem, outras tantas não podem ser permitidas de maneira alguma, como os crimes. Não conseguimos explicar nunca sobre o que acontece ou o que acontecerá, apenas somos idealizadores de desejos, e quando estes saem do nosso contexto, apagando sua presença de nós.
Moral é sempre uma forma particular de julgar uma conduta ou alguém que tenha praticado algo, determinando em ambas as hipóteses a existência de uma consciência livre para libertar e causar a conduta em julgamento. Sou eu quem constrói o que de fato foi um episódio ou um acaso. Sou eu quem constrói uma idéia e uma forma de lidar com essa idéia. Construo a minha idéia a partir do que me envolve ou do que me faz mostrar-me. Consigo limitar-me e me expor. Apenas me apresento com meus afazeres e com os meus ideais. Formo o que parece-me bom e construtivo. Me refaço a cada momento. Construo o meu olhar e me mostro como pretendo ser e quero ser. Me mostro com moral. Acalento a ética e me faço presente.
O peso moral de uma decisão será tão maior quanto mais ciente de fatos moralmente relevantes e livre para agir por uma consciência. Sou agente da minha consciência e consigo ser além da conta dignificada por ela. Minha consciência traz a tona o peso moral, que me faz absorver idéias e inovar conceitos a partir do que considero bom ou ruim. Deste modo, quanto mais eu entender o peso moral, mais conseguirei ser diferente e com ações inovadoras a fim de admitir ou não o peso da moral.
Entendo mesmo assim, que o modo como me julgo, não é o mesmo que julgo os outros. Desta forma, o peso moral que tenho comigo, não é o mesmo que tenho dos outros, mas o mesmo que consigo enxergar de mim pra ti.
Fortifico os meus julgamentos com o meu modo de criação, com minha história e com as minhas condutas, desta forma, sou o que realmente posso ser para julgar alguém ou uma coisa. Tudo já está construído no meu modo de ver as coisas e através do meu modo de mover o meu mundo.
Quando o julgamento moral se personaliza, toma a condição de alguém, quanto mais nos identificamos com a pessoa julgada mais a moral e o moralismo coincidem, quando, ao contrário, percebemos o outro como alguém muito diferente de nós, a diferença se acentua e os critérios tomam forma e jeito de moral. Acentuamos o nosso olhar.
“A ética não é algo construído por sábios do passado. Livro das verdades do bem e do mal. É algo dinâmico, em constante construção e reconstrução quotidiana em todo e qualquer grupo social. Isto faz com que não apenas os professores e demais responsáveis por uma instituição de ensino sejam professores do comportamento moral, mas todo indivíduo que participe ativamente do jogo moral. Ora objetivando, ora subjetivando os valores e julgamentos morais; ora aumentando, ora reduzindo o peso moral de atitudes próprias e alheias.” Júlio Pompeu
Entretanto, ser sujeito quer dizer ser livre, num contexto social, normal, cotidiano e de valor sem igual para o legado do conhecimento e das experiências de liberdade e da conduta moral e ética. Sejamos pensadores de nós mesmos. Sejamos íntegros em nosso olhar.

Por Monique Ferreira Monteiro Beltrão
Mestra em Educação
Pedagoga
Psicopedagoga
Especialista em Direito Educacional

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Lúdico no Brincar - Cinco Ítens...

1. Uma ficção real: as atividades lúdicas possuem um aspecto de liberdade criadora, que nos afastam da realidade, mas que tem um comprometimento real de quem está brincando;

2. Uma trégua ativa: ao contrário da vida real, o jogo cria uma ruptura com as preocupações que nos acorrentam ao passado e ao futuro;

3. Uma ação séria: o jogo é um compromisso ativo e cada um joga com suas possibilidades, procurando se aperfeiçoar;

4. Uma vivência ambivalente: quando a criança joga uma contra outra, ao mesmo tempo que disputa, também interage e brinca com outra;

5. Um domínio gratuito: isso é o que diferencia o jogo de outras atividades: seu valor de realização gratuita e de prazer imediato.

Educação em Direitos Humanos e Metodologias Ativas...

Visão Crítica do Artigo: Educação em Direitos Humanos e Metodologias Ativas de Aprendizagem.
Por Ana Maria Klein

A Educação em Direitos Humanos (EDH) é um objetivo certo e comum, assinado por todos os Estados signatários da Declaração dos Direitos Universal dos Direitos Humanos. No entanto, nosso objetivo maior é manter a nossa expectativa em vivência com o comprometimento com tais direitos e tais direcionamentos propostos nesta declaração. Desta forma, estamos assentados numa visão ampla e demasiadamente disposta a manter o desafio no Brasil.
Iniciou-se no Brasil de modo informal e reduzido a expectativa, sem visão de futuro e sem direcionamento adequado de onde se queria chegar. Existia no Brasil, terra abençoada a ditadura militar que causou uma parada neste olhar, onde só avistamos novamente quando demos de cara com a democracia e a constituição. Desta forma, cheia de entraves e pouca visão ainda, se apostou na Educação como ponto de partida para o início desta fase de implementação e continuidade do trabalho e olhar para os Direitos Humanos. Começamos a ganhar espaço e aderir os cadernos das crianças, trazendo a tona uma visão de mundo e do cuidado com o outro.
Deixamos de ser frutos da agenda civil e passamos a ser frutos da agenda educacional. O que nos deixa melhores situados. Diretrizes passam a democratizar a ação dos Direitos Humanos, Conferências democratizam os assuntos pertinentes e tomamos corpo com uma visão ideal e futurista.
Surge a visão da autonomia do sujeito e a descentralização da Educação que não passa pelas mãos do cidadão, mas pelos processos e planejamentos educacionais de revestimento social e ímpar. O processo prende-se no sujeito que aprende e no seu desenvolvimento. O conhecimento passou a ser redescoberto numa questão aberta de olhar social.
A aprendizagem é um caminho dinâmico e social, que constrói a inserção do indivíduo na sociedade através de suas construções e conhecimentos. O conhecimento passa então a ter controle junto aos seres aprendizes e favorece-se quem é mais direcionado e que se inventa através de seus recursos também cognitivos. Estamos vivendo a era da aprendizagem significativa e de olhar cidadânico, construindo espaços de conhecimento.
Entendemos e percebemos que o indivíduo constrói muito mais do que se permite aprender e que o processo de aprendizagem vai além, constrói muito mais do que se mostra. Os desejos afloram de modo único em cada um e as respostas são singulares e que também levam o indivíduo ao centro de um comportamento milenar da proposta de aprender e de se fazer gente. Gente que faz e que constrói. A aprendizagem deixa de ser uma mera apreensão de conteúdos e passa ser o que absorvemos e detemos em nossos olhares e poros. É muito maior.
Oferecemos conteúdos enquanto professor e destemidos educadores, mas o que esperamos é pouco do que se é construído. O aluno é capaz de redefinir o contexto e recontar os casos tratados, falando, criticando e construindo. Relendo o que lhe foi traduzido com olhar constante e deformador. Os alunos passam a refazer a nossa história com a visão de história que tem. Desafia o que não se diz e determina o que se pensa. Esse aluno passa pelo funil do conhecimento destemido e crescente conforme a prudência de se não limitar. Um Direito Humano.
Aprendemos através dos problemas e da maneira como nos conduzimos. Somos pluralistas e sociais. Não sabemos como aprendemos, mas aprendemos e socializamos o que aprendemos sem saber como passamos e nos tornamos em tudo populares por ensinar e fazer aprender. Não separamos o que aprendemos de como se aprende. Apenas somos o que temos e vivemos a partir do que construímos e fazemos.
Valorizamos o individual porque entendemos onde queremos chegar e quais as possibilidades de se chegar e para onde chegar. Deste modo, aprendemos o que queremos de modo salutar e que é aprovado no social, a partir do que construímos. A nossa transformação é o que nos idealiza como somos. O que transforma é modificado ou se modifica a partir do outro. Só somos idealizadores do que pretendemos, mas sonhamos muito com o que queremos ser. Essa liberdade se constrói em nós porque temos liberdade e Direitos Humanos de sermos cidadãos.
Deste modo, matemo-nos aprendendo a aprender, fazendo e construindo o outro e sendo o que nos idealizamos com liberdade de ação e percepção. Demonstramos realmente o que construímos e dialogamos em nossos desejos e corações.
Desta forma, entendo que a autora feliz e dinâmica, esclarece de modo bem simpático a cidadania participativa como alvo, a integração do capital e o social como unidade e a educação por valores de modo a construir o pro - sociabilidade. Construímos exatamente com liberdade o que pensamos ter sido primordial para o nosso crescimento. Desta forma, a aprendizagem dota sentido aquilo que o ser humano faz, transforma a realidade e nos direcionam as questões contemporâneas.
Direitos Humanos, só se fazem existir o que realmente já está estabelecido em leituras diferentes em nossos olhares e horizontes simples e despreparados e muitas vezes. Essa necessidade permanente nos remete aos temas transversais que acrescentam esse universo e favorece as dimensões que nos ampliam e nos fazem crescer enquanto cidadão numa cidadania aberta e dialógica. Favorecemos o aprendizado até o final dos nossos dias. Transforma-se a realidade em argumento favorável.

Por Monique Ferreira Monteiro Beltrão.
Mestra em Educação,Pedagoga,Psicopedagoga e Especialista em Direito Educacional.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

As Cinco Disciplinas

por Peter Senge - agosto 1998

O especialista Peter Senge diz em entrevista exclusiva que os programas de aprendizado podem ser a única fonte sustentável de vantagem competitivaSe o ponto de partida para se tornar uma learning organization está no engajamento de todos os membros da empresa, o passo seguinte é incorporar as cinco disciplinas de aprendizagem: domínio pessoal, modelos mentais, visão compartilhada, aprendizado em equipe e pensamento sistêmico. Quem diz isso é Peter M. Senge, o maior especialista em aprendizado organizacional da atualidade, autor do livro A Quinta Disciplina (ed. Best Seller), referência em todo o mundo.Em entrevista exclusiva, Senge aproveita para derrubar vários mitos. Ele relega a segundo plano, por exemplo, a importância da tecnologia da informação para o aprendizado organizacional e também não valoriza muito o treinamento. "As pessoas aprendem no dia-a-dia, ao longo do tempo", argumenta. Além disso, afirma que, para que o aprendizado efetivamente aconteça, a liderança mais importante não vem de quem está no topo da pirâmide, mas dos "líderes de linha locais": líderes de equipes, gerentes de desenvolvimento, gerentes de vendas, gerentes de unidades de produção e chefes de operações de produção.

A entrevista é de Mercedes Reincke.





Explicando Melhor:

Por Monique Beltrão.


Essas cinco disciplinas são programas permanentes de estudo e prática que levam ao aprendizado organizacional e continuam as mesmas, porque o que importa é adquirir as capacidades fundamentais para organização.
A primeira disciplina é o domínio pessoal. Significa aprender a expandir as
capacidades pessoais para obter os resultados desejados e criar um ambiente empresarial
que estimule todos os participantes a alcançar as metas escolhidas.

A segunda disciplina, que chamo de modelos mentais, consiste em refletir, esclarecer continuamente e melhorar a imagem que cada um tem do mundo, a fim de verificar como moldar atos e decisões.
A terceira disciplina, visão compartilhada, é estimular o engajamento do grupo em relação ao futuro que se procura criar e elaborar os princípios e as diretrizes que
permitirão que esse futuro seja alcançado.

A quarta disciplina, aprendizado em equipe, está em transformar as aptidões coletivas ligadas a pensamento e comunicação, de maneira que grupos de pessoas possam desenvolver inteligência e capacidades maiores do que a soma dos talentos individuais.

E finalmente a quinta disciplina, pensamento sistêmico, é criar uma forma de analisar e uma linguagem para descrever e compreender as forças e inter-relações que modelam o comportamento dos sistemas. É essa quinta disciplina que permite mudar os sistemas com maior eficácia e agir mais de acordo com os processos do mundo natural e econômico.


Não há modelos ou empresas-modelo. Não é assim que trabalhamos. Estamos interessados nas capacidades fundamentais de uma organização e em ferramentas, métodos e processos que tornem possível a aquisição dessas capacidades. Algumas organizações estão mais adiantadas do que outras, é claro, mas evitamos tomá-las como modelo. Por quê? Simplesmente porque não é dessa forma que a inovação acontece; não se pode copiar. Para inovar é preciso ter capacidades novas e fundamentais. Por isso, não somos muito favoráveis ao benchmarking e outras técnicas semelhantes. Mais uma vez, esse tipo de coisa é muito útil para promover um aprendizado de pequenas coisas, mas não interessa quando se trata de um aprendizado profundo. Precisamos da integridade pedagógica para melhorar a sintonia entre o ontem e o hoje. Fico por aqui.

Pensando no Futuro da Escola.......

A Escola é um caminho, uma morada e um desafio... Grande são as situações que passamos por lá. Cada dia um momento encantador e as vezes assustador. Mas se faz assim a Escola. somos a esperança de um povo e a ameaça de outros tantos... Somos um futuro muito distante, mas capaz de mudar os corações e as aplicações da bolsa.
Mudamos a forma de algumas pessoas pensarem, porque pensamos pelo futuro e pela criatura do amor.
Fazemos Escola através dos muros, dos problemas e dos rangeres dos dentes... Apenas possuímos a idéia de Escola para o mundo. aquela que sobrevive a tudo e a todos, mas consegue não sair do lugar. apenas se comove.
Fazemos propostas de construção e idealização, mas não fazemos mudanças nas condições dos pincéis e dos recreios. Apenas pensamos e filosofamos. A Escola também sabe aguardar. Sabe preencher e tem inovações 0plausíveis, mas não sonsome o tempo e nem inova o pensamento. apenas muda o foco.
A Escola que queremos nunca existirá, apenas se fortalecerá. A Escola que vivemos é eterna e a Escola que construiremos não se afastará de nós nem por um momento.
Somos a Escola que existe com muros, sem muros, com vidros, sem vidros, com aulas e sem aulas. A Escola é o retrato do que acreditamos para as pessoas e o que sonhamos para nós. Apenas se revela por existir através de nós. somos a excelência dos sonhos e a idéia de Escola e comunidade que temos. Somos implacáveis na historicidade, mas construímos a idéia de Escola durante nossa vida e nossos sonhos. Apenas construímos idéias... Mas as vezes e em alguns momentos reativamos a ordem de consquistas e sucesso.
Construímos vidas com as vidas que temos... construímos valores e perdemos o foco através do cotidiano escolar que qualifica e modifica um olhar. Diversidade ou caos? Talento... Apenas talento para desvendar o social e o comunitário de uma Escola que surge e que refaz a cada instante. Dilemas e problemas, lá vem a Escola. Sucesso e qualificação, somos a Escola.... Dilemas!
A Escola que temos ultrapassa nossos olhares e pela diversidade reconhece sonhos e limita idéias com vontade de crescer e ser melhor. Essa Escola que caminha para a inovação se fadiga e esbarra na gestão e nos seus limites fracos e impotentes. Se esbarra na incompetência de gerir processos e na ganância de um cargo maior. Se limita num só olhar e se coloca dentro de uma condição imatura de socializar conhecimento e entendimento de todo processo. Se escravisa e ainda se mostra descontente porque não atingiu o sucesso e nem a condição humanan de se assemelhar para gerir, de se mostrar para ter o que esconder e de se aliar para mostrar-se forte. Quantos são os modelos de gestão que impõem e impede.. Se mostra, mas se esconde? Quantos são? Quntos somos? Apenas fazemos Escola...
O futuro da Escola são os nossos olhares e o foco que damos a ela... O futuro pode ser hoje, logo ou eternamente. O futuro é o marco entre eu, você e a nossa relação no dia a dia do cotidiano escola. Que futuro é esse?

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Honra ao Mérito


Escola Terra Vermelha homenageia alunos pelo desempenho escolar
01/09/2011 - 09:26

Com o objetivo de estimular o interesse pelo estudo e promover a valorização do aluno enquanto cidadão, a Escola Estadual Terra Vermelha, que fica em Vila Velha, está desenvolvendo o projeto “Honra ao Mérito” com todas as turmas.Na última semana, a escola realizou uma solenidade na quadra de esportes para homenagear os alunos que tiveram melhoria no desempenho escolar. Os estudantes foram avaliados considerando os seguintes critérios: pontuação, assiduidade, comportamento, postura social e cidadania. A pedagoga Monique Beltrão disse que essa é uma forma de estimular os alunos no seu compromisso enquanto aluno e cidadão. “Eles se sentem mais valorizados e, ao mesmo tempo, tornam-se mais responsáveis e dedicados com os estudos”, avalia Monique. Os alunos premiados receberam um certificado assinado pela direção e uma placa de honra ao mérito. Na ocasião, também foi feita uma reflexão sobre a importância de estudar. Outros temas foram reforçados como o respeito ao próximo, resgate do valor em ser estudante e a busca pela cidadania na escola e comunidade.A unidade de ensino já prepara as próximas homenagens para o mês de setembro e dezembro. “Todos estão empolgados com o próximo evento. Esperamos também a participação da família e toda a comunidade” conclui Monique.



Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação/Sedu Rovena Storch/ Aline Nunes/ Karolina Gazoni Tels.: 27 3636-7705 / 3636-7706 E-mail: rsdamasceno@sedu.es.gov.br/aanunes@sedu.es.gov.br/ kpgbissoli@sedu.es.gov.br / arocon@sedu.es.gov.brTwitter: @sedu_esTexto: Andressa Rocon

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Para Uma Imagem não Deformada do Trabalho Científico

Para Uma Imagem não Deformada do Trabalho Científico.


Quais os argumentos comuns?
- Trabalho científico coisa da minoria.
- Masculinidade dos trabalhos.
- Influência das escritas acadêmicas e dos livros no trabalho do professor.
- Visão comum da ciência, reflexão crítica e limitada.

Quais os argumentos divergentes?
As concepções aparecem associadas entre si , como se fosse global, ingênua e científica, chegando ao ponto máximo social.
Um professor de ciências deveria estar preparado para assumir a idéia da prática e da física com mais facilidade em seu trabalho e não consegue tão bem assim.
A literatura muitas vezes transmite uma visão rígida e divergente da prática sensível e salutar, desvirtuando a questão prática da teoria e dificultando o proceder em alguns conteúdos.
Outro argumento divergente e sério é o de que o conhecimento científico parte de uma visão rígida de um processo as vezes linear numa visão simplista da evolução dos conhecimentos científicos.

Qual a idéia predominante?
Reconhecer as visões deformadas dos professores sobre o trabalho científico e suas questões. Favorecer o trabalho pedagógico do professor ilimitando-o das questões práticas da física bem como o bom entendimento da literatura proposta. Favorecendo assim o ensino da nova didática das ciências.

Concepções de Ciências Geralmente Apresentadas Pelos Professores

Características Relacionadas a Cada Uma das Concepções Enumeradas
Concepção empírica restrita
Visão popular da realidade científica, sem respaldo nem comprovação da ciência.
Concepção de uma imagem inadequada do que seja um trabalho científico
Professores imaginam o trabalho científico como sendo uma aprendizagem a partir das descobertas.

Concepções epistemológicas inadequadas e incorretas.
Imaginam o método científico como sendo composto de etapas rígidas e mecânicas.

Concepção da certeza do inevitável científico
Se for científico, é complicado, difícil inesperado e não flexível e prático.

Concepção exclusivista analítica
Limita-se o estudo simplificando-o.
“Folk “ “Nay”
Ciência de modo popular.

Concepção do método científico em construção numa nova imagem acadêmica.
Usar o método científico como sendo para construir idéias ainda não tratadas.

Concepção empírica da ciência.
A ciência como algo que se toca, se pega e se coloca na mão sem preceitos ou direcionamentos específicos.

Concepção positiva verbalizada do trabalho científico
Idéia popular do que seja um trabalho científico do ponto de vista acadêmico.

Concepção enfática do rigor do método científico.
Difícil idéia e aceitação do método científico como aliado ao processo pedagógico e acadêmico.

Concepção”masculina” do método científico
Refere-se de forma preconceitual sobre a possibilidade maior do acerto do homem do que o acerto da mulher.

Concepção influente da literatura científica no cotidiano acadêmico.
Visão deformada de que o método científico não faz parte do dia a dia da escola.

Por Monique Ferreira Monteiro Beltrão, Mestra em Educação, Pedagoga, Psicopedagoga, Especialista em Direito Educacional, Professora Universitária, Palestrante e Oficineira.

O Professor de Física do Ensino Médio







Por Ralph Marques Pereira.

O Professor de Física do Ensino Médio é responsável por orientar o aluno no desenvolvimento das competências relacionadas com a investigação e compreensão dos fenômenos, utilização da linguagem física e sua comunicação. Os conhecimentos e procedimentos dessa disciplina contribuem para entender e relacionar-se com a natureza, para o questionamento dos diferentes modos de nela intervir e, ainda, para a conscientização sobre as mais variadas formas de utilizar os recursos naturais.
Na sua prática pedagógica, o professor contextualiza, seleciona, prioriza e organiza os objetivos da Física de forma a integrá-los às demais disciplinas, dando-lhes sentido e proporcionando o desenvolvimento de um conjunto de competências específicas que permita ao aluno, compreender os processos naturais e tecnológicos, o universo, por meio do estudo de princípios, leis, modelos, terminologias, tabelas, gráficos e relações matemáticas. Além disso, contribui para o desenvolvimento da criticidade e a formação de opinião e juízo em relação a situações sociais nas quais os aspectos físicos sejam relevantes.
Na implementação da prática pedagógica da disciplina, o Professor prioriza estratégias e conteúdos que possibilitem a interpretação dos fatos considerando a interação do homem com a natureza, a sua contextualização histórica e social, e a formação do cidadão participativo, com responsabilidade social e ética. Para tal, conduz a mediação adotando como ponto de partida a investigação, abstração e generalização do saber da Física, sua dimensão conceitual, provendo o pensamento crítico e criativo, a correlação de evidências e explicações, o confronto de diferentes idéias e a utilização de estratégias cognitivas diversificadas.
Cabe a este Professor oportunizar ao aluno experiências educativas que contribuam para a sua autonomia pedagógica, a reflexão, a reformulação, o desenvolvimento do sentido estético, respeitando a forma de trabalhar com a Física e seu impacto na sociedade e no ambiente.

Elementos/Aspectos Analisados
Informações Encontradas no Artigo

Contexto educacional
Fazer com que o aluno se interesse pela Física numa concepção sobre ciências a partir de idéias de teóricos da epistemologia das ciências.

Justificativa
De natureza epistemológica, de onde admitimos que o pensar científico é constituído em meio à resolução de problemas típicos da ciência, ou seja, onde a elaboração de conhecimento se dê em função da necessidade de encontrar procedimentos, organizar, relacionar, confrontar e veicular informações para compreender, resolver ou mesmo formular uma dada situação problema relacionadas às demandas existenciais da humanidade, sejam elas de natureza material ou espiritual. Pensar e agir cientificamente contribuem para entender-se no mundo e com o mundo.
De origem ideológica, de onde admitimos que algumas das tomadas de decisões pela sociedade e por seus cidadãos devem ser orientadas pelo entendimento de como funciona a ciência, pois muitas dessas decisões são instruídas pelo conhecimento científico e são por ele legitimadas. Pensar e agir cientificamente sustentam decisões
socialmente responsáveis.
A terceira repousa nos objetos da educação em si, de onde admitimos que ensinar e aprender ciências são atividades adequadamente planejadas quando seus atos, cenários, propósitos e meios mediacionais guardam uma estreita aproximação com a cultura científica, e alunos e professores se vejam como agentes de autênticas comunidades escolares.

Propósitos/Objetivos
Fazer com que haja através da visão do próprio aluno de Ensino Médio o interesse pelo estudo de ciências, obtendo-se representações do cotidiano de cientistas através de desenhos feitos por eles mesmos.

Amostra
Realizado em sala de aula de uma escola particular paulistana, entre 15 alunos voluntários na faixa etária de 15 a 18 anos cursando Ensino Médio.

Metodologia
Questionário realizado pelos alunos através de perguntas e desenhos.

Resultados
Os alunos conseguiram expor através de seus desenhos a visão que eles observam a ciência.

Conclusões
Os desenhos apresentados como meio de estudo apresentam várias concepções de como que os alunos vêem o cientista: um deles apresenta um cientista futurista, com comportamento excêntrico e cercado por grandes inventos.

O cientista possui, aparentemente, atitudes e experimentos menos exóticos. Exibe um cientista tipo “bonachão” (explode o laboratório)
Contém uma visão de cientista do tipo “trabalhador”. Coloca um cientista aparentemente drogado, ou viciado.

Implicações Educacionais
Que se fortaleça a visão pelo gosto da ciência de forma agradável, explorando ao máximo as competências e habilidades da disciplina.

Ralph Marques Pereira é Economista, Professor de Matemática, Professor de Física, Palestrante e Coordenador Escolar.


Referência bibliográfica:
KOSMINSKY, L.; GIORDAN, M.,Visões sobre Ciências e sobre o Cientista entre Estudantes do Ensino Médio.Química Nova na Escola, v.15, p.11-18, 2002)

O Construtivismo na Prática de Professores de Ciências: Realidade ou Utopia?

Resenha Crítica Sobre o Artigo: O construtivismo na prática de professores de ciências: realidade ou utopia?
De Vânia Galindo Massabni

Construtivismo é uma das correntes teóricas empenhadas em explicar como a inteligência humana se desenvolve partindo do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio.
A idéia é que o homem não nasce inteligente, mas também não é passivo sob a influência do meio, isto é, ele responde aos estímulos externos agindo sobre eles para construir e organizar o seu próprio conhecimento, de forma cada vez mais elaborada.
A autora em questão nos lembra das possibilidades de não ter na verdade conhecimento de uma prática íntegra sobre o construtivismo em sala de aula, por não perceber realmente a aplicação pelos professores de ciências. Isto eu também questiono, já que o trabalho pedagógico em sala de aula constitui um conjunto de afazeres teóricos que alimentam a escola como produtora de conhecimentos científicos vividos e atuantes. Não creio muito na verdade da aplicação. Concordo com momentos e pensamentos construtivistas que contribuam para o crescimento humano e acadêmico.
Em geral, podemos dizer que todas as tentativas de privilegiar ora uma elaboração cuidadosa e articulada do conteúdo a ser aprendido, ora uma metodologia atenta exclusivamente ao desenvolvimento psicológico do estudante, não somente têm reduzido o espaço de ação do professor e perturbado sua sobrevivência profissional, mas também têm obtido resultados insatisfatórios quanto à aprendizagem dos estudantes. O recente crescimento de uma visão construtivista de ensino e aprendizagem nos meios didáticos recoloca o problema da formação do professor, ressaltando a importância do seu conhecimento científico e da natureza de sua competência profissional.
Nesta concepção epistemológica o professor tem a tarefa principal de monitorar o crescimento cognitivo e o amadurecimento pessoal dos estudantes, contribuindo para a construção, por parte de cada um, de um conhecimento científico pessoal, com a dupla característica de ser semelhante ao conhecimento científico estabelecido. Essa construção envolve necessariamente um relativo afastamento das concepções e da visão do senso comum, pelo menos na interpretação das situações e dos contextos analisados em sala de aula.
Críticas recentes dos modelos tradicionais de mudança conceitual focalizam a importância de elementos de natureza motivacional e salientam a grande dependência entre a estabilidade da aprendizagem dos estudantes e a continuidade no esforço para alcançá-la. Em particular a relação professor-estudante é considerada como fortemente capaz de influenciar o nível de envolvimento dos estudantes nas tarefas escolares e sua vontade de persistir nelas, a atuação do professor na sala de aula pode mudar uma concepção e uma idéia de trabalho construtivista. É preciso estar atento nas entrelinhas e na condição de trabalho e enfoque do professor. Como conseqüência também a reflexão sobre a natureza da competência do professor têm evoluído, este está pensando muito mais em habilidades e competências do que antes. Hoje a área de conhecimento, conduz o sujeito a uma interação mais pronta para se chegar ao entendimento perfeito do conteúdo. Esse aluno de hoje consegue se preparar para elaborar projetos e entender conceitos. Vale a pena investir. Nisso pode agregar valor e impedir o caus na educação e no futuro dela.
Por outro lado, no caso específico do ensino de Ciências no Brasil, o número elevado de estudantes em cada classe e a heterogeneidade de suas capacidades e suas formações tem sido um complicador não indiferente do comportamento do professor e de seu processo de escolha e organização das atividades didáticas. Assusta e faz com que muitos professores não se estabeleça com dignidade em suas funções acadêmicas.
A competência profissional do professor de ciências repousa essencialmente na elaboração de uma síntese, cada vez renovada, entre a clareza das metas científicas a serem atingidas e a sensibilidade referente à situação dos estudantes seu grau de envolvimento, seu conhecimento e suas possibilidades efetivas de evolução. O tempo reduzido que o professor tem para elaborar uma síntese entre suas percepções e seus objetivos, tornam sua profissão essencialmente artesanal e profundamente dependente de suas intuições concretas. “O reconhecimento de tais características impõe vínculos significativos ao processo de formação, básica e em serviço, dos professores de ciências” (Gil & Carvalho, 1992;Villani & Pacca, 1992c).
O presente material deve colaborar para que todos os professores de ciências sejam pontuais, preparados e envolvidos com as necessidades dos alunos, ora longe do currículo escolar.

Por Monique Ferreira Monteiro Beltrão.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Indignação! Buraco no Muro da Escola














Indignação é pouco, saber que uma Escola que se constroem com pessoas passa por uma trágica situação de desespero e de carência de cuidados efetivos e sociais da população agraciada e tratada dentro desse cotidiano.
Aluno, vizinhos, sabe lá quem... Resolveram abrir um buraco a pontapés no muro da Escola, o qual tem valores e impressões guardadas nele.
Inicialmente a prefeitura da cidade fazendo obras de tubulações ao redor da Escola se colocou perto do muro e acidentalmente tocou-lhe causando danos na estrutura... Daí por diante, só Deus para entender o processo.
Pessoas, alunos, colegas e vizinhos, aproveitando-se da situação do acidente colocaram o muro no chão e no chão caíram todas as imperfeições e angustias junto com o muro. Criou-se um tormento.
O portão não se fez mais importante do que o muro, mas o muro era a figura lamentável e original desse processo. Cada um tirava por menos, mas o muro ali esteve sobre vigilância e guarda de olhares e pensamentos. Que coisa, que juízo se fez de todos os que se aproveitaram da situação precária e imóvel deste muro. Atentou-se então para os culpados. Quem? Quais? Afinal derrubar um pedaço do muro da Escola não é difícil, mas mantê-lo no chão é estúpida e milenar a situação.
Que gravidade obesa e intrépida. Não poderíamos carregar sem antes nos sentir parte do contexto social que guardava a perda do pedaço do muro. Mas o que partiu mesmo? O muro ou parte dele? Sinto que do muro não sobrou nada, apenas sorrisos marotos e empenhos terríveis capazes de limitar o nosso campo de ação.
Perderam-se aulas, perderam-se disciplinas imponentes e severas no currículo do Estado em tempos de Área de Conhecimento. Perdeu-se tempo de professores “caros” que desempenham suas funções após dias e dias de planejamentos e encontros com a Pedagoga em PLs. Perdeu-se tempo de cuidado com o tal buraco.
Buraco afoito, agressivo e que limitava alguns passos, a fim de limitar outros tantos e que sem saída usavam a passagem livre e liberta de ações perdidas e confusas.
Que notícia para a comunidade? Que certeza imunda de um buraco sem solução. Saídas? Uma luz no fim do túnel, buscar entre eles alguém que percebeu o buraco e as ações em seu redor. Buraco de sorte esse!. Indignada ainda estou, mas sabendo ainda que os culpados fazem parte do buraco que envolve nossos sonhos. Buraco malvado. Limita o meu acesso, mas trazem a tona tantos outros acessos. Buraco infeliz.
Alunos foram ouvidos e pais também, afinal estes alunos são menores, pequenos e incalculavelmente sozinhos em partilhar desses assuntos tão sérios. Que coisa importante. Alunos culpados. Abriram um buraco pra vida. Um grito de socorro quem sabe! Uma idéia de nunca ou de sempre... Um chute no balde, uma revolta.
Diretora, Pedagoga e Coordenador numa conversa séria e destemida sobre o assunto do “buraco”. Famílias desgarradas e sem ação entendem o caos causado pelos filhos que hoje um buraco lhes fez refém. Conselho Tutelar, Polícia e Pessoas a mais calculavam o prejuízo e estes foram impressos nos olhares e escombros a certeza de que o refazer o muro seria a melhor solução.
Construir o muro, reconstruir e recolocar... O que fazer melhor! Apenas rever alguns conceitos e repor o que foi tirado sem cuidado e sem demora. Saiu à idéia! Muros e tijolos a serem colocados. Pais pagantes e assustados junto com seus pequenos irreverentes, paga e recoloca os tijolos que custaram aulas e disciplinas do contexto. Aulas e carga horárias e ainda dia letivos e momentos acadêmicos. Sapatos, nem pensar. Cada um teve o seu justo a seu pé e longe da parede que compunha o muro. Pés no chão agora. Ufa! Agora dentro na Escola e entendo sobre o muro. Tá fechado! Tá falado. Confirmado!

Por Monique Ferreira Monteiro Beltrão, Mestra em Educação, Pedagoga, Psicopedagoga, Especialista em Direito Educacional, Professora Universitária e Palestrante.



sexta-feira, 22 de julho de 2011

Construindo a Intervenção Pedagógica

Intervenção Pedagógica do Ponto de Vista do Cotidiano Escolar

Motivos:
A intervenção só acontece quando existe alguma falha ou empecilhos para o contínuo trabalho. Cada indivíduo merece ser respeitado, mas deve ser conduzido e apalpado pedagogicamente, com o intuito de ser completamente acompanhado.
Em alguns momentos a falha dos conteúdos pode ser o grande motivo. Em outros momentos, o condicionamento ou a informação são o que nos basta para intervir.
Na Escola do Ensino Fundamental, a intenção é garantir a informação acadêmica e a investida do conhecimento na vida e no contexto das crianças. Daí, surge a nossa criatividade.

Intenção:
Garantir educação de qualidade e de modo pessoal e intencional.

Objetivo:
Mediar o processo de ensino aprendizagem, observando de modo singular os problemas ou interferências que causam o ruído da informação. Implementando cada passo e tirando cada erro de conduta ou de atualização dos conteúdos do caminho da aprendizagem dos alunos.

Fatores prováveis para que ocorra a intervenção:
- Falta de apoio da família.
- Desagregação dos pais.
- Alunos desnutridos e com falta de alimentação adequada.
- Falta de conhecimento prévio dos conteúdos vigentes.
- Descontentamento e sofrimento pela situação social.
- Falta de acompanhamento e estudos em casa.
- Falta de rotina doméstica.
- Assiduidade comprometida.
- Falta de comprometimento com a escola, no seu roteiro de atividades diárias.

Roteiro da Intervenção:

Desalinhar e desconstruir cada passo e cada aliança realizada na Escola e em casa para desvincular os rótulos e informar com conteúdo e carga horária de estudos.
Montar um esquema promissor a respeito do trabalho possível pedagógico e alinhar todo o processo a este foco até que o problema ou ruído acabe. A programação deverá ser inclusa no calendário escolar e inserida nas reuniões de pais, professores e alunos. Deste modo, a escola poderá ser melhor vivenciada e pronta a investir no seu conceitual e social.

Planejamento:

Diário, sequencial e conceitual.

Duração:

Máximo 10 meses de intervenção para não sair do foco e não perder o limite do ano vigente.

Por Monique Ferreira Monteiro Beltrão.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Intervenção Pedagógica


O Ensino Fundamental no Espírito Santo: O Currículo e a Intervenção Pedagógica

Neste período de transições históricas, tempos incertos e volúveis, a escola tradicional já não atende às necessidades para responder aos anseios da vida contemporânea; a escola atual está em sintonia com os sistemas de ensino, reconstrói o currículo em resposta às necessidades materiais e resgata os valores e princípios de valorização e afirmação da vida necessários para a construção de uma nova sociedade, caracterizando-se no tempo presente.
O Currículo Básico Escola Estadual, avanço construído com o protagonismo dos professores estaduais, dá novo sentido à educação, guiando e fortalecendo a função docente, promovendo mudança e renovação na cultura das escolas, ao mesmo tempo em que associa a unidade do sistema à flexibilidade e identidade de Unidade Escolar.
O Currículo Básico Escola Estadual apresenta princípios que referenciam e desafiam a escola pública:

o Valorização e Afirmação da Vida
o O reconhecimento da diversidade na formação humana
o A Educação como bem público
o A aprendizagem como direito do educando
o A ciência, a cultura e o trabalho como eixos estruturantes do Currículo

Além disso, o Novo Currículo apresenta a organização do saber escolar por área do conhecimento indicando as competências e habilidades a serem construídas pelos estudantes ao longo da escolarização.
Diante desses paradigmas, a preocupação com a aprendizagem escolar de crianças e jovens é a pauta da educação. Assumimos que todos os estudantes buscam aprender algo. Suas famílias também têm a mesma expectativa. Se tivermos certeza de que a escola é avaliada pelos resultados de seus estudantes, também sabemos que esses resultados não dependem apenas da escola. Concorrem as características pessoais, as opções de sua família, os condicionantes sociais, questões de etnia, gênero, situação econômica e outros.
Dentre os fatores escolares, ganha destaque nas pesquisas educacionais, a existência de recursos escolares que incrementem a prática pedagógica; a organização e gestão da escola; o clima acadêmico com primazia atribuída ao ensino e aprendizagem; a liderança do diretor; o nível de exigência e compromisso dos professores; a formação e valorização docente considerando ainda a permanência destes no cotidiano escolar superando os altos índices de absenteísmo; a responsabilidade compartilhada e a ênfase no pedagógico.
As ações desenvolvidos no âmbito da escola devem convergir para a potencialização do currículo que é dinamizado pelo(a): Projeto Ler, escrever e Contar, Programa Leia, Espírito Santo, Programa Mais Tempo na Escola, Olímpíadas de Língua Portuguesa, Olimpíada Brasileira de Matemática, Oficinas de Idéias Metodológicas, Roteiros de Estudos quinzenais, Planos de Estudos da Alfabetização, entre outros. Essas ações bem articuladas promovem o desenvolvimento de competências e habilidades mínimas requeridas pelo
processo de aprendizagem.
No sentido educacional reconhecemos a Intervenção Pedagógica como importante estratégia. A intervenção é uma (re)orientação do trabalho pedagógico, a partir do desenvolvimento do Currículo Básico Escola Estadual, quando os educadores são convidados a estabelecer prioridades, rever concepções e (re)criar novos meios de atuação com intencionalidade educativa específica para um contexto escolar projetando na prática, a concretização do seu trabalho.
Intervir tem como foco eminentemente a ação pedagógica com o objetivo de garantir aos estudantes o direito de aprender. Essa aprendizagem, embora seja um grande desafio, é um direito de todos conforme preconiza a Constituição Federal.
Neste contexto, a intervenção pedagógica é uma ação de toda a comunidade escolar que pactua o compromisso de promover a melhoria da aprendizagem do estudante.
Considerando os resultados apresentados pela avaliação da aprendizagem que acontece no cotidiano escolar, além das avaliações sistêmicas nacionais e estaduais, como é o caso do PAEBES, é de fundamental importância, nesse momento, intervir pela melhoria da aprendizagem, confirmando esse direito. Assim, a escola deve elaborar um Plano de Intervenção com propostas concisas e eficazes capazes de trazer modificações substanciais para o aprendizado dos estudantes.


Objetivos da Intervenção Pedagógica:

o Elevar os índices de aprendizagens dos estudantes da escola, especialmente em
Língua Portuguesa e Matemática;
o Garantir a todos os estudantes o direito de aprender, tendo em vista o
desenvolvimento dos conhecimentos, competências e habilidades propostos no
Currículo Básico Escola Estadual; A ação pedagógica de intervenção envolve o planejamento previsto a curto e médio prazos:
o Revisr e reelaborar o Projeto Político Pedagógico da escola, do plano de ensino
trimestral e do plano de aula;
o Revisar a práxis pedagógica a partir dos estudos dos roteiros quinzenais;
o Desdobrar as ações expressas no plano de intervenção pedagógica e nas
sequências didáticas;
o Comprometer-se com o planejamento coletivo.

Fonte: DIREITO AO APRENDIZADO
GUIA DE ORIENTAÇÕES PARA A
INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
ENSINO FUNDAMENTAL Ano II - SEDU

domingo, 17 de julho de 2011

Contribuições de Rousseau à Educação Moderna

*Por Monique Ferreira Monteiro Beltrão.

Segundo Naradowski (1994, p.33), Jean Jacques Rousseau nasceu na Genebra, Suíça em 28 de junho de 1712 e faleceu em 2 de julho de 1778, aos 66 anos. Entre suas obras destacam-se: Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens; o Contrato Social, e Emílio ou Da Educação (1762).
Segundo Luiz Roberto Salinas Fontes em seu texto, Rousseau era filho de Isaac Rousseau, relojoeiro de profissão. A herança deixada pelo avô paterno de Rousseau foi dividida entre 15 irmãos. O pai sempre dependeu do que ganhava com o próprio trabalho para o sustento da família. Sua mãe era Suzanne Bernard, filha de um pastor de Genebra; faleceu poucos dias depois de seu nascimento. Rousseau tinha um irmão, François, mais velho que ele sete anos, o qual, ainda jovem, abandonou a família.
Considera-se que o fato de sua mãe ter morrido poucos dias depois de seu nascimento, em conseqüência do parto, tenha marcado Rousseau desde criança. É pelo menos curioso que chamasse “mamãe” sua primeira amante e “tia” à segunda. Foi criado, na infância, pr uma irmã de seu pai e por uma ama.
Num certo sentido perdeu também o Pai porque este, no ano de 1722, desentendendo-se cm um cidadão de certa influência, feriu-o no rosto em um encontro de rua. Este incidente o obrigou a deixar Genebra para não ser injustamente preso. Rousseau e o irmão ficaram sob a tutela do tio Gabriel Bernard, engenheiro militar, que era irmão de sua mãe e casado com uma irmã de seu pai
Rousseau não teve educação regular senão por curtos períodos e não freqüentou nenhuma Universidade. Ainda na casa paterna, leu muito: lia para o pai, enquanto trabalhava em casa. Usava os livros deixados por sua mãe e pelo Pastor seu avô materno.
Muito antes do nascimento de muitos filósofos. Rousseau propôs a liberação do indivíduo, a exaltação da natureza e da atividade criadora, e a rebelião contra o formalismo e a civilização, sempre partira de uma filosofia otimista que vinculava ao homem a natureza.
Seu pensamento político baseava-se na idéia da bondade a desnaturalização, a injustiça e a opressão da sociedade contemporânea. O Contrato Social (1762) e Emílio, o Da Educação(1762), são entre suas obras, as de maior conteúdo pedagógico. Por meio delas postula um sistema político, educativo, moral e religioso, extremamente controvertido.
O que nos intriga é o fato de não ser formalmente uma pessoa estudada, mas que conseguiu m sua vida e experiências, sobrepor algumas formas de entender como se ensina e como se aprendem reconhecendo possibilidades, imaginando caminhos e esclarecendo as falhas no ato de reproduzir, repassar e ensinar algo. Politizou a educação quando entendeu que todos tem que saber igualmente sobre tudo. Com direito de poder obter os mesmos conhecimentos e saberes.
Rousseau, filósofo da natureza, da liberdade e igualdade, com suas obras, ainda inquieta a humanidade. Friza bastante a desigualdade como um problema político e social. O que vemos nos dias de hoje.
A Educação como forma de se tornar ideal, adequada e moderna buscava em Rousseau valores ainda não resgatados, mas que formulam uma ação natural para uma educação correta e adequada com legitimidade.

Sua proposta tem interesse tanto pedagógico quanto político, nesse sentido, propunha tanto uma pedagogia da política, quanto uma política de pedagogia. Um dos instrumentos essenciais de sua pedagogia é o da educação natural: Voltar a unir natureza e humanidade, A família, vista como um reflexo do Estado é outro dos elementos centrais de sua pedagogia. Considerado por vários estudiosos como autor da “concentração motriz de toda racionalidade pedagógica moderna”, Rousseau vê a infância como um momento onde se vê, se pensa e se sente o mundo de um modo próprio. Para ele a ação do educador, neste momento, deve ser uma ação natural, que leve em consideração as peculiaridades da infância, a ingenuidade e a inconsciência” que marcam a falta da razão adulta (NARADOWSKI, 1994, P.33-34.).


A função social da educação para Rousseau propõem a liberação do indivíduo, a exaltação da atividade criadora. Servia para ele como fonte de liberdade de ação consciente e implacável da criação do homem em relação ao aprender. A sociedade para ele limitava a todos com seus hábitos, formatos e modelos de cada um ser como é cada um. A sociedade profunda marido, só marido, cidadão, sócidadão, patriota, só patriota e que criança sempre seria inocente sem saber de nada, ingênua e “boba”. Percebo nas leituras que Rousseau previa os papéis das pessoas em sociedade. Já naquela época se preocupava com a educação sem a previsão de quem educa, sem rótulos, sem barreiras, daí uma educação voltada para a espontaneidade e o prazer de viver a partir dos interesses e individualidades de cada um. Jean Jacques Rousseau; ”Introduziu a concepção de que a criança era um ser com características próprias em suas idéias e interesses, e desse modo não mais podia ser vista como um adulto em miniatura”.
Com este pensamento Rousseau causou um impacto grande às pessoas e a educação infantil daquela época, pois acreditava que a educação inicial não era uma educação para a vida, pois era mutável a cada dia e em cada fase da vida possuía características únicas, individuais. Jean Jacques Rousseau; “A educação não vem de fora, é a expressão livre da criança no seu contato com a natureza”.
Sendo assim, o uso da memória em demasia, a disciplina rigorosa e outros não faziam sentido. O pegar, o contato, o envolvimento da criança com o canto, a massa, a terra, a geometria e outros estaria envolvendo a criança no caminho do aprender e do seu relacionamento com a vida. Daí a função de educar a partir dos interesses dados pela natureza do educar.
Afinação em Ré, afinação do coração, seria a proposta de Rousseau para a educação e para o viver de cada um. Jean Jacques Rousseau; Percebemos que o papel do professor seria bem mais específico que apenas oferecer conhecimento, mas iniciar um processo de humanização, de valorização do ser humano, onde ele possa reconhecer o seu aprendizado como uma prática na sua vida, no seu viver. Essas idéias e propostas docentes facilitam a vida acadêmica, mas se tornam correntes, modismo, falação e discurso obtuso do que se quer fazer com essa realidade.
Até hoje, somos levados a praticar uma pedagogia falada, que não se corresponde à escrita e, portanto, não acrescenta em nada o prosseguir de Rousseau.

Para tanto, construir um novo amanhã através da educação só será possível desde que as intervenções educativas se aportem nas virtualidades humanas, que estão presentes na infância, criação, empreendimento, liberdade e cooperação e que potencialmente possibilitarão a construção de uma nova sociedade (o capitalismo par Rousseau, e o socialismo humanista, para Freinet) (NASCIMENTO, 1995. P.46.).




Para Rousseau toda educação é sempre e também hetero-educação: É na relação com o outro que alguém, de pretensa pura naturalidade, chega a constituir-se como humano. A educação passa pelas pessoas até que chegue ao seu consciente e entranhas, a razão; pois só assim, será possível destacar o homem do cidadão. O homem só se torna livre para aprender e quando reconhece a aprendizagem no outro. Precisa conhecer o quanto não nasce o homem entendendo tudo, mas acontece politicamente a partir da sua casa e das suas observações, seu contexto acelera suas virtudes, vontades e crenças. Mas apenas a sua vontade o transforma.
Sócrates em suas falas ignora o que não sabia, mas tinha certeza do que queria realmente. Sendo assim, educação para ele era algo que oderia mudar o temperamento da lama e trazer a fora à pessoa que existe no profundo dela.
A consciência faz parte da vida das pessoas e do momento em que elas se encontram, principalmente para aprender e mudar as suas vidas pedagógicas e de aprendizagens modestas. Acreditava no bom mestre e nos ensinamentos de cada um por todos em uma união normal do saber.
Observamos que durante a sua vida seus sentimentos através de suas dificuldades e fatalidades encontradas pelo caminho. Cada um poderia se sentir assim, caso tivesse um passado tão extremo como o de Rousseau. Preservava a natureza e o modo individual das pessoas lidarem com seus conhecimentos. Na verdade poderia acrescentar sempre que fosse colocado diante de impasses educacionais.
Rousseau percebe a natureza humana, daí imagina e começa a formular idéias que façam mudar este ponto de vista e passa a valorizar e a acrescentar os passos que um dia foram vividos por ele e que deveriam ser abastecidos e concluída por todos, formulando assim uma educação ideal e profunda, holística para atingir todo o ser humano valente e cidadão como ele.
Tentava-se fazer com que a criança estabelecesse vínculos afetivos e de troca, fortalecendo ainda mais a auto-estima e ampliando, gradativamente, suas possibilidades de comunicação e interação social. A criança precisa observar e explorar os ambientes com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente, valorizando atitudes que contribuam para a sua conservação, para que a intervenção educativa seja eficiente, é preciso conhecer o aluno e o objeto de ensino. Daí a importância enorme do educador se conhecer, entender o conteúdo e ter vivências para passar aos alunos, numa prática pedagógica de compromisso com essa perspectiva de trabalho onde o aluno se torne um integrante e não apenas um mero participante e agregado às normas a seguir. O compromisso que hoje é o nosso diferencial é a criatividade, o talento e a competência em lidar com o aluno do jeito que ele verdadeiramente é. Sem maquiagem e intenções de privilégios.
O movimento indica solidez de expressão de sentimentos, emoções e pensamentos. Enquanto vivem: ouvem música, se tocam, brincam, correm e observam; podem crescer com maior habilidade no âmbito da credibilidade e acrescentando mudanças significativas. Neste sentido Rousseau pensou há tantos anos e séculos atrás. Mas só hoje conseguimos apenas começar o caminho...

*Monique Ferreira Monteiro Beltrão é Mestra em Educação, Pedagoga, Psicopedagoga, Especialista em Direito Educacional, Professora Universitária e Acadêmica em treinamentos.
Bibliografia:

TEIXEIRA, Anísio. A Mensagem de Rousseau. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Rio de Janeiro. V. 38, nº88, out/dez. 1962 p.3-5.

NARODNSKI, Mariano. Infância Y Poder: La conformación dela pedagogia moderna. Buenos Aires: Aique, 1994. p. 33-34.

NASCIMENTO, Maria Evelyna do. A pedagogia Frenet: Natureza, educação e sociedade. Campinas: Unicamp, 1995 p.46.
Texto Rousseau: O Bom Selvagem de Luiz Roberto Salinas Forts. p. 1-3.

ROSSEAU, Jean Jacques, Discurso sobre as ciências e as artes – Ridendo Castigat Mores. 2001.

CHAUÍ, Marilena. Filosofia – Série Novo Ensino Médio – Volume Único Editora Ática. P.71-73. 1ª edição – 5ª impressão.
Coleção Lastro Educacional – Diretriz Pedagógica – Educação Infantil Ensino Fundamental e Ensino Médio. 200. p.13-14. Editora Lastro Educacional.

A REVOLUÇÃO FRANCESA COMO O DESPERTAR DO ROMANTISMO DAS ARTES

Por Monique Ferreira Monteiro Beltrão*

À véspera da Revolução de 1789, a França não era ainda um país unificado׃ leis, costumes, privilégios, impostos, pesos e medidas eram diferentes de uma região para outra. Os gastos desenfreados da Corte levantavam a população contra ele, e a burguesia, rica e produtiva, aspirava a uma parte da direção dos negócios públicos. O País na realidade prosperava, mas os recursos eram mal repartidos, as finanças públicas faziam num estado lamentável, e os espíritos estavam tão exaltados que as reformas se revelavam indispensáveis. Tendo, porém, as classes privilegiadas – nobreza, assembléias dos notáveis e parlamentos – recusando qualquer concessão importante, o rei Luís XVI teve de convocar os chamados Estados Gerais. Estava começada a Revolução, que permaneceu monarquia constitucional, pela insurreição de agosto de 1792, que era uma resposta às ameaças das potências estrangeiras (Prússia e Áustria). A comuna de Paris decretou que o País se achava sem perigo e massacrou os detidos nas prisões. Uma nova assembléia, a Convenção, decretou a abolição da realeza e a execução de Luís XVI, em 1793, acusado de cumplicidade com o estrangeiro. A anarquia tinha chegado ao auge, mas logo a ditadura dos extremistas da esquerda, sob a direção de Robespiere, havia de se impor pelo terror, ao mesmo tempo em que a junta de Salvação Pública decretava o recrutamento geral contra o inimigo externo. As vitórias dos exércitos republicanos, em junho de 1794, indicavam que o País não mais estava em perigo. Formou-se contra Robespiere uma conspiração, que o abateu a 9 do tremedor (27 de julho). A situação, no entanto, continuava sendo de extrema instabilidade. Rebentavam movimentos realistas em diversas províncias e até em Paris, onde um general Jacobino, Bonaparte foi encarregado de desarmar a população.
Em outubro de 1795, foi dissolvida a Convenção. A Revolução estava terminada. A célebre divisa Liberdade, Igualdade, Fraternidade iria difundir-se por todo o mundo. Sua influência foi um dos fatores que ocasionavam a Inconfidência Mineira.
Revolução Francesa, movimento político e social que, no fim do século XVIII, derrubou o ancien regime na França e levou ao poder a burguesia. Colocou-se num contexto internacional extremamente efervescente e desorientado pelo sucesso da revolução americana, que foi um estímulo para a burguesia francesa na luta pelo poder político. Contemporaneamente, e em conseqüência da grave crise econômica de 1787-1788, com as péssimas colheitas e o espectro da carestia, também as massas populares estavam permeadas pelos fermentos revolucionários. Por sua parte o movimento cultural do iluminismo que teve na Enciclopédia, em Montesquieu, Voltaire, Rousseau e Denis Diderot suas maiores expressões, forneceu aos revolucionários os instrumentos ideológicos adequados, enquanto a crise financeira do Estado fazia preciptarem-se os acontecimentos ׃ para preencher, de fato, o déficit do estado era necessário impor taxas também à aristocracia (nobreza e clero) que, porém, se opôs às várias exigências dos ministros das finanças, chegando finalmente a pedir a convocação dos estados gerais, estes se reuniram no dia 5 de maio de 1789, mas o pedido do terceiro estado que se procedeu à votação por cabeça, e não por ordem, como queria a aristocracia, dividiu a assembléia e provocou a defecção dos liberais do clero e da nobreza que uniram os deputados liberais do clero e da nobreza que se constituíram independentemente em Assembléia Nacional (7 de julho) e no dia 20 juraram não dissolver-se senão depois de dar à França uma constituição. A tentativa de Luís XVI de sufocar o movimento em 14 de julho provocou uma insurreição popular e a tomada da Bastilha, símbolo perverso do antigo regime. Enquanto em toda a França surgiam revoltas camponesas, a constituinte abolia o regime feudal e aprovava a declaração dos direitos humanos e do camponês, em 26 de agosto, inspirada nos princípios de liberdade e propriedade, inserida depois na constituição de 1791. Em seguida a Assembléia Legislativa promulgou decretos contra os foragidos e atacou o inimigo externo declarando guerra à Áustria e à Préssia.
A Revolução Francesa foi a única ecumênica. Seus exércitos partiram para revolucionar o mundo, suas idéias de fato o revolucionaram. Foi o primeiro grande movimento de idéias da Cristandade Ocidental que teve qualquer efeito real sobre o mundo, local de nascimento ou residência do homem, tinha começado a se transformar, sob sua influência, em algo parecido com patrie, o termo “liberdade”, antes de 1800 sobre tudo uma expressão legal que denota o oposto de “escravidão”, tinha começado a adquirir um novo conteúdo político.
De acordo com César Augusto de Oliveira Casella, liberdade, igualdade, fraternidade, sua política e ideologia foram construídas fundamentalmente pela Revolução Francesa. É a revolução que dá o escopo para a ascenção da burguesia, é um marco inicial do nosso mundo burguês. É a revolução, também, que funda um imaginário próprio e nos legou códigos legais e morais, uma política liberal e nacionalista, certa organização técnica e científica, que vai se espalhar pelo mundo todo, geográfica e temporalmente. Dentre as muitas classificações possíveis para a Revolução francesa, com certeza uma é a de movimento que fundou a modernidade.

Sob os olhos de Baudelaire: “A modernidade é o transitório, o efêmero, o contingente, é a metade da arte, sendo a outra metade o eterno e o imutável”.

Para Argan, É a arte moderna se engendrou a partir do iluminismo e em estreita conexão com a revolução industrial.
Ao longo dos séculos XVIII a sociedade francesa foi o palco de um fenômeno que ajudou a redefinir o papel da cultura e da filosofia no que diz respeito à função social dos artistas e dos pensadores enquanto sujeitos engajados nos movimentos políticos de usa época. Usando a terminologia de Pierre Bourdieu, pode-se dizer que nesse período diversos integrantes do campo literário procuraram redimensionar seu capital simbólico seu status no meio artístico no sentido de interferir ativamente nas esferas próprias do campo de poder da monarquia francesa. Esse processo complexo de mudanças nas configurações sociais foi muito bem descrito por Pierre Lepage em Voltaire. Nascimento dos intelectuais no século das luzes, onde, utilizando a biografia do escritor como uma bússola e um fio de Ariadne, o autor narrou a história que, dos homens de letras, a se impor na sociedade francesa e somente nela como uma força autônoma, dotada de um poder social reconhecido e legítimo, grupo esse que mais tarde iria ser batizado de os intelectuais. (lepage, 1995, p.59).
Surge aí a arte pela arte, transformando a vida das pessoas, agindo sobre os livros, os interesses a s vontades de querer transcender os limites. Daí começou a surgir a opinião pública, que especializou pessoas e divulgou informações para todo o mundo.

* Monique Ferreira Monteiro Beltrão é Mestra em Educação, Pedagoga, Psicopedagoga, Especialista em Direito Educacional, Professora Universitária e Acadêmica em Treinamentos.

Bibliografia.

HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções. Europa 1789 – 1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1989.
- - - - - - - . A Revolução Francesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Palestra sobre mercado de trabalho.

16/2/2011 - 11:29
Alunos da Escola Terra Vermelha participam de palestra sobre mercado de trabalho
A palestra foi destinada aos alunos da 6ª e 7ª séries do Ensino Fundamental


Com o objetivo de conscientizar os alunos sobre a importância de se fazer presente no mercado de trabalho, com competência, talento e postura profissional, a Escola Terra Vermelha, em Vila Velha, realizou, na manhã desta quarta-feira (16), a palestra “Formação Profissional e Recursos Humanos”, apresentada pela psicóloga Daniella Heringer.
A palestra foi destinada aos alunos da 6ª e 7ª séries do Ensino Fundamental. Segundo a pedagoga Monique Beltrão, embora com pouca idade, muitos alunos já estão inseridos no mercado de trabalho.
“Estamos atentos sobre o que acontece na vida de nossos estudantes. Em função disto, hoje procuramos mostrar o ritmo de trabalho e as necessidades de mudanças que ocorrem a cada dia em vários setores”, afirmou a pedagoga.
Monique Beltrão afirma ainda que é importante para os jovens, enquanto alunos e futuros trabalhadores, estar cientes de como ter uma postura no mercado. “Queremos visualizar o futuro de nosso aluno orientando-o para o mercado de trabalho e ensinando a importância de obedecer às regras, como por exemplo, o Regimento Escolar. É algo que vai ajudá-los para toda a vida”, concluiu.


Fonte: Assessoria de Comunicação da Sedu

Assunto: Erros de Estratégia

“CUIDADO COM O MAIS E COM O MENOS”

Um palestrante entrou num auditório para proferir uma palestra e,
com surpresa, deu com o auditório vazio. Só havia um homem sentado
na primeira fila. Desconcertado, o palestrante perguntou ao homem
se devia ou não dar a palestra só para ele. O homem respondeu:

- Sou um homem simples, não entendo dessas coisas. Mas se eu
entrasse num galinheiro e encontrasse apenas uma galinha para
alimentar, eu alimentaria essa única galinha.

O palestrante entendeu a mensagem e deu a palestra inteira, conforme
havia preparado.
Quando terminou, perguntou ao homem:

- Então, gostou da palestra?

O homem respondeu:

- Como eu lhe disse, sou um homem simples, não entendo dessas
coisas. Mas se eu entrasse num galinheiro e só tivesse uma única
galinha, eu não daria o saco de milho inteiro para ela.


Uma das tarefas mais importantes na nossa vida profissional é saber
mudar os planos, quando a situação muda. O cliente sempre quer
trabalhar com empresas que têm estratégia. Todos têm um plano, mas
nem todos sabem o que fazer quando ele não dá certo.

Por Monique Ferreira Monteiro Beltrão.

A ATUALIDADE DO PENSAMENTO DE ANÍSIO TEIXEIRA.

Profa Nilda Teves
Rio de Janeiro - 2000


Palestra proferida na Associação Brasileira de Educação - ABE



Quero registrar, na abertura desta palestra, que tenho consciência plena da responsabilidade que assumo em falar, para platéia tão seleta, sobre a atualidade do pensamento de Anísio Teixeira. Sem dúvida, um dos maiores representantes da nossa Educação.
Suas obras e seus conceitos continuam sendo ricas fontes de conhecimento e de inspiração para os que se preocupam com a educação e com o futuro do nosso país.
Anísio deixou como herança um acervo que tem sido objeto de pesquisas, monografias e teses. Seus textos são revisitados com freqüência como fonte primária para as investigações da história da educação brasileira, por estudiosos de variadas áreas do conhecimento.
Anísio ao analisar a importância da educação, como centro de uma política de desenvolvimento social, criticou nossos sistemas arcaicos de ensino, com seus métodos obsoletos, as falhas na organização das escolas e a formação equivocada dos professores, enfim, tocou em todos os pontos que se referem à educação. Nada passou incólume aos olhos daquele pensador.
Já em 1933 ele falava das duas tendências sociais que modelavam a vida moderna: ciência e democracia. Ele disse que "a civilização moderna tem uma feição singular; ela é uma civilização em permanente mudança". Ciente das mudanças que ocorriam no mundo e preocupado com os destinos do país, e por decorrência, com a educação do nosso povo, ele trouxe para si a árdua missão de defender a escola pública.
Ao apontar caminhos para a reconstrução educacional, em uma sociedade mais justa e mais humana, Anísio se nutriu da utopia de uma escola pública de qualidade para todos e para qualquer um. Utopia, não como algo quimérico, irrealizável ou fantasioso mas, utopia como aquilo que se pode sonhar e se constituir em outro topos, em um lugar onde se pode fazer alguma coisa. Uma utopia racional, como dizia ele, fundada na virtualidade e potencialidade dos conhecimentos humanos existentes, aqui e agora.
É nesse sentido que caminhava seu idealismo e sua visão profética de uma escola de qualidade, legitimada pelo postulado que todos os homens são suficientemente educáveis para conduzir a vida em sociedade, de forma que cada um, e todos, dela partilhassem como iguais, a despeito das diferenças das respectivas histórias pessoais e das diferenças individuais.
Afirmamos que o Professor Anísio Teixeira, sem nenhuma dúvida, foi um dos mais importantes protagonistas da Educação Brasileira, de todos os tempos, e um defensor ímpar da educação democrática. Ele defendeu a democracia como necessidade vital da sociedade moderna. Lutou por isto, até seus últimos dias, e foi uma vítima desta luta.
Por tudo isto volto a dizer que é um desafio falar do pensamento desse homem: um intelectual cuja vida foi exemplo de coerência entre pensar e agir.
Seria veleidade minha admitir originalidade nesta fala. Sabemos todos que falar é se expor. Ao aceitar o convite da Presidência desta histórica Associação Brasileira de Educação, que muito me honra, eu me exponho ao vivo e a cores e submeto ao julgamento dos senhores presentes, algumas reflexões que fiz sobre um tema muito em evidência na nossa sociedade: a formação dos professores e a utilização dos Meios da Educação a Distância. Este é o recorte que faço nas obras de Anísio Teixeira. E é a partir dele que teço considerações sobre a atualidade de seu pensamento. Procurei fazer um como-se-fosse-diálogo-imaginário com seus textos. Mas, me detive, basicamente, em Mestres de Amanhã onde esta questão é mais evidente.

MESTRES DE AMANHÃ.
A produção intelectual de Anísio Teixeira é rica, original e abrangente. Entretanto é possível identificar um eixo em torno do qual giram suas reflexões, inquietações e idéias: a crise da educação brasileira. É a partir da visão dessa crise, de sua evolução e nuanças que seu pensamento atravessa mais de meio século e se mantém vigoroso até hoje. Talvez, alimentado por nossa própria crise.
A idéia de crise aparece nos textos de Anísio como o rompimento entre o passado desgastado, que já não se considera influente e um futuro que ainda não está constituído. A idéia de crise é a transição que implica em uma separação. E, como toda separação um afastamento, um distanciamento, entre o que era, o que foi e o que virá-a-ser. Mas nem sempre é fácil caracterizar o momento exato de separação, pois não existe um antes e um depois como momentos diferenciados e nitidamente definidos. O antes permanece no depois e vice versa, mantendo sua marca e interação dinâmica.
Uma crise não pode ser considerada somente como estado caótico e turbulento. De modo geral ela é também construtiva já que permite a criação de nossos espaços para o futuro. Ou seja, ela é sempre uma fase cheia de perigos mas, também, de possibilidades. E é com esse olhar dialético que Anísio vê as crises de seu tempo. Como um homem público que passou grande parte de sua vida dentro dos Governos, vivendo sob tensão, ele denuncia: a situação de transição em que se encontra o Brasil faz com que o seu desenvolvimento esteja sob a influência de forças que não são as mais aptas para a sua integração na civilização tecnológica e industrial de amanhã. Mas ao mesmo tempo em que ele denuncia, rascunha soluções, apresenta caminhos de superação para os impasses em que a sociedade se encontrava.
Para o educador baiano, a crise do processo educacional desenvolve-se nesse espaço: o da inadequação entre as necessidades emergentes da época e o espírito do homem de até então. Pensar o futuro significa agir na sua direção. Para isso é fundamental romper as barreiras reais e imaginárias, incluindo-se aí, a formação de professores. Ele viu, nitidamente, que o mestre da escola elementar e da secundária, o nosso professor do ensino básico, é que está em crise. E se vê mais atingido e compelido a mudar pelas pressões do tempo presente. E por quê?, indaga ele. Pelo fato de que estamos entrando em uma fase nova da civilização chamada industrial. Se isso foi dito à cerca de quase meio século, imaginem hoje quando nos aproximamos da era pós-industrial.
Seus comentários reforçam nossas preocupações quando ele diz que "até então, a educação do homem tem sido na direção de uma sociedade mais simples, ou seja, escolas desambiciosas cujo propósito mais imediato era formar jovens para o convívio político, social e econômico de uma sociedade de trabalho competitivo mas, que se acreditava relativamente singela e homogênea. Com a tecnologia e com a extrema complexidade conseqüente da sociedade moderna, mudanças radicais precisam ser feitas". Ele se reporta a aceleração do processo científico-tecnológico como algo complexo que impõe terríveis mudanças à vida humana. Reconhece que, em termos de educação, ainda pouco se fez no sentido de preparar o homem para a época a que foi arrastado pelo seu próprio poder criador. Textualmente diz que "todo o nosso passado, os nossos mais caros preconceitos, os nosso hábitos mais queridos, a nossa agradável vida paroquial, tudo isto se levanta contra o tumulto e a confusão de uma mudança profunda de cultura, como a que estamos sofrendo. Contudo, a mocidade, está a aceitar esta mudança, é verdade que um tanto passivamente, mas sem nada que lembre a nossa inconformidade. A mudança, todos sabemos, é irreversível. Só conseguiremos restaurar-lhe a harmonia, se conseguirmos construir uma educação que a aceite, a ilumine e a conduza no sentido humano".
A atualidade desse pensamento é evidente quando se considera os benefícios que a engenharia genética, a informática, a utilização de rádio-isótopos trouxeram à medicina. Que a zootecnia permite o aperfeiçoamento de espécies animais; que a agricultura, não depende somente da mãe natureza, pode produzir alimentos em escala.
Aparentemente, conseguimos realizar o sonho cartesiano de donos e senhores da natureza. Contudo, o que pode proporcionar melhorias nas condições de vida para o homem, como por exemplo a longevidade, o conforto, a comunicação, o aprimoramento em espécies animais, enfim, a produção do paraíso na Terra, dialeticamente traz consigo o seu contrário, o purgatório. Ou melhor, talvez, o inferno.
Anísio já sentia a turbulência desses novos tempos. Sua fala é uma advertência ao que hoje presenciamos: "os meios modernos de comunicação fizeram do nosso planeta um pequenino planeta e dos seus habitantes, vizinhos uns dos outros. Por outro lado, as forças do desenvolvimento também nos aproximaram e criaram problemas comuns para o homem contemporâneo. Tudo está a indicar que não estamos longe de formas internacionais de governo". De certa forma, o presságio de ontem já se efetiva hoje com um mundo de conquistas e ansiedades, de conforto e de insegurança, mas longe ainda da harmonia desejada.
É bem verdade que diminuímos os riscos da guerra atômica. Mas uma revolução silenciosa se estende nos quatro pontos do planeta: o desemprego estrutural como reflexo das conquistas científicas e tecnológicas. Sabe-se também que, mesmo no capitalismo, a tecnologia por si só não gera desemprego; ela exige, sim, condições mais favoráveis à produção. As condições que as organizações transnacionais exigem para investir na produção são muitas, mas uma é fundamental: o elemento humano - trabalhadores com maiores conhecimentos científicos e competências tecnológicas. Onde este fator é escasso, assiste-se à transferência de empregos de um lugar para outro, de um país menos favorável para outro mais favorável. Acentua-se assim o círculo vicioso da miséria, como diria o saudoso professor Josué de Castro. Uma das condições básicas para que haja investimento de capital não é a existência de mão-de-obra mais barata, mas na mais qualificada. Ou seja, a revolução do conhecimento se instala assim, dividindo o mundo entre os que sabem (e com isso se habilitam aos postos de trabalho) e os que não sabem (e ficam marginalizados em seus próprios países).
Vê-se assim que, se antes o problema do desemprego podia ser resolvido, fundamentalmente, pelo crescimento da economia, agora as mudanças na estrutura produtiva e na organização da produção, alteram essa relação. A transferência ou o fim do emprego, nos obriga a atentar para o fato de que o emprego, tal como o entendemos hoje, é um artefato social que resulta do processo histórico ocidental: uma forma de se colocar fronteiras ao redor de áreas significativas da vida humana e de se definir como é preciso agir para se ter sucesso dentro dessas fronteiras. Enfocar esta questão de frente significa reconhecer que o conhecimento científico-tecnológico produz mudanças profundas na cultura do trabalho e, conseqüentemente na educação. O trabalhador hoje lida com dados, ou seja, o operário de uma fábrica não trabalha mais necessariamente com as mãos nos produtos, ele se transformou num trabalhador da informação. No computador, com o auxílio de programas próprios, ele insere os dados da peça ou da engrenagem que necessita. O resto a máquina faz. O trabalho que foi informatizado não é mais físico, ao contrário, é uma seqüência de padrões de informação que pode ser manuseada quase como se fosse tangível. Ele é o antigo torneiro mecânico. Hoje ele não se suja de graxa... No mundo do comércio as relações virtuais se acentuam com possibilidades inimagináveis. Mesmo nas vendas presenciais, o vendedor hoje não segue a rotina de seus antecessores. No próprio escritório do cliente ele introduz em um computador o pedido, que a partir daquele momento torna-se um dado que passa a circular imediatamente em toda a cadeia produtiva, com um mínimo de intervenção humana adicional. Isso se reflete no departamento de compras, para os pedidos dos componentes necessários, nos fornecedores, que recebem novos pedidos, até chegar ao embarque daquilo que foi encomendado. Na fábrica onde as especificações dos produtos são codificadas, o sistema de fabricação é auxiliado por computadores e o produto é transformado por meio de maquinaria amplamente automatizada.
Enfim, em cada passo do caminho, pessoas que costumavam preencher e arquivar papéis tornaram-se desnecessárias e, com isso, perderam seus postos de trabalho e enfrentam sérias dificuldades. Vulgarmente são chamadas de analfabetas tecnológicas na medida em que não estão capacitadas a ocupar outros postos de trabalho naquela empresa, e em muitos casos, fora dela. O desemprego estrutural é, pois, um fenômenos resultante basicamente do fim de postos de trabalho convencionais.
No nosso caso e, talvez, de grande parte dos países latino-americanos a situação do desemprego estrutural se agrava ainda mais pelo fato de grande parte de sua população possuir baixa escolaridade, o que dificulta a sua absorção no mercado de trabalho. Ele representa o que Anísio Teixeira chamou de ineducados; um grupo que não sonha com a sua própria emancipação e, dialeticamente, ajuda a manter o sistema de privilégios que favorece a exclusão de contingentes de pessoas tanto da produção como do consumo. Este fenômeno, no entanto, tem um limite a partir do qual ele passa a ameaçar as condições de governabilidade de qualquer país. É tentando manter sob controle esse limite, que as economias nacionais estão buscando estabelecer estratégias para a reorganização dos setores produtivos, de maneira a atender às demandas do mercado, cada vez mais competitivo e volátil, ao mesmo tempo que procuram criar novos postos de trabalho. Nas estratégias políticas a educação aparece no primeiro plano. Esse é um quadro que não se reporta apenas aos países altamente desenvolvidos como também nos aos países periféricos.
Na América Latina como um todo, as dificuldades assumem características ainda piores que nos países do chamado primeiro mundo. O processo atual de globalização das relações de troca impõe, como regra geral, uma logística para o mundo do trabalho favorecendo empregos de base tecnológica, de forma a responder aos desafios de novos mercados.
Os países que dispõem de grandes quantias para investimentos de capital, aí incluindo-se ciência e tecnologia, saem na frente, e com isso delimitam seus próprios espaços de concorrência, lançando seus produtos com alto padrão de qualidade. Enquanto isso, os países que não dispõem do mesmo volume de recursos financeiros, humanos e tecnológicos correm o risco de submeterem-se ao processo de defasagem tecnológica, com sérias conseqüências para o seu desenvolvimento. Reconhecendo a importância da ciência e da tecnologia nas sociedades modernas e a sua íntima relação com a soberania nacional, Anísio afirma taxativamente que "o nosso século se acha num páreo entre educação e catástrofe. Não chega a dizer: o socialismo ou a barbárie pois não era um marxista, mas é evidente sua perplexidade e seu anseio em encontrar soluções para problemas da nossa sociedade que não estavam e, mais, ainda não estão resolvidos.
Nosso autor tinha consciência das implicações do avanço cientifico e tecnológico que se processava de forma desigual mundialmente. Uma dessas implicações é a ameaça de uma espécie de neocolonialismo, como diria o filósofo Jean Paul Sartre: uma forma própria de dominação que prescinde da presença física do colonizador. Seus interesses, suas determinações, suas vontades são atendidas teleologicamente, não é necessária a imposição da força física, a energia informacional é soft e muito mais eficaz para isso.
O que fazer então para diminuir esse risco? Como eliminar a lacuna que a sociedade do conhecimento nos impõe? Como favorecer o nosso desenvolvimento para que se possa levar esperança ao nosso povo? Em que espaços podemos atuar para diminuir a voracidade do mercado globalizado, da lógica perversa de acumulação do capital? Diria Anísio Teixeira, como se buscasse uma racionalidade para a irracionalidade vigente que, "mais do que nunca são necessários investimentos na Educação".
Como um bom representante do pensamento liberal ele admite que "somente a educação e a cultura poderão salvar o homem moderno e que a batalha educacional será a grande batalha do dia de amanhã" . Uma educação adequada aos novos tempos, pois só ela irá "concretizar a revolução que não é o resultado de revoltas populares mas conseqüência do progresso do conhecimento humano e do despertar das aspirações que, a difusão, pelos novos meios de comunicação, gera inevitavelmente. Nesta situação é que já se encontra o Brasil, cuja necessidade maior é a da preparação do homem para os novos deveres de produção da sua conjuntura atual e os direitos que decorrem daqueles deveres".
É um libelo em favor da educação e uma crença radical em seu poder. Se ele estava equivocado, ou não, ainda não temos condições concretas para avaliar isso. Mas somos obrigados a reconhecer que Anísio Teixeira, como democrata por excelência, fiel aos ideais do Iluminismo, filiado ao pragmatismo de Dewey, manteve viva a idéia do poder da Educação e viveu toda sua vida admitindo que ela era a mola mestra do desenvolvimento social.
Desnecessário dizer que o mesmo discurso se mantém presente no mundo atual, não só aqui mas em vários países. Uma revolução na Educação que até pode começar com as Leis, mas não acabam nelas. Para Anísio Teixeira, uma verdadeira revolução na Educação começa, principalmente, no que hoje denominamos Ensino Básico e na correta formação dos professores. "Não será espontaneamente que haveremos de sair da estrada do medo e da catástrofe para a da segurança e do razoável". Diz ele: "os professores e a escola - cada vez mais importantes na civilização voluntária e inteligente que estamos criando, hão de ser os pioneiros nessa fronteira de progresso moral, que se terá de abrir de agora e por diante, na conquista do verdadeiro poder não só material mas humano sobre a vida neste planeta".
Assim fica lançado o grande desafio de se ampliarem os recursos educacionais em quantidade e qualidade e se chegar à universalização da escola necessária na preparação de uma geração para o futuro.
Defendendo fundos para a educação, apontando para a necessidade de mudanças curriculares com característica de transversalidade, para a importância do ensino das ciências nas escolas, para o emprego de metodologias da Educação à distância nas escolas e na formação dos professores, para a eliminação da escola dual, para a importância da pesquisa nas Universidades, Anísio Teixeira aborda, à sua maneira os pontos nevrálgicos da nossa educação e que a nova Lei de Diretrizes e Bases (Lei 9394) vem enfrentando.
Vou tentar a partir de agora mostrar como é possível identificar no pensamento de Anísio os traços da atualidade no que se refere à formação de professores. Coloco como pano de fundo de minhas observações as advertências feitas por Merleau Ponty no que se refere a este tipo de trabalho. Segundo o filósofo francês, encontramos no texto o que queremos. Imbuída dessa preocupação tive o maior cuidado em selecionar as transcrições que seriam feitas procurando não forçar os encaixes dos textos em outros contextos. Por que digo isto neste momento? Porque, ao revisitar as obras do professor Anísio Teixeira, tive a grata surpresa em identificar aspectos que não chamaram minha atenção há anos atrás. Pela intencionalidade da minha consciência ou pelos vícios de leitura, o fato é que reconheço que o professor Anísio fala como se tivesse comentando acontecimentos de hoje. Poder-se-ia dizer que isto se deve ao fato da sociedade não ter mudado. Entretanto vale lembrar que as críticas que ele fez à sociedade de consumo, de sua época, têm muito a ver com as críticas que são feitas hoje, mesmo decorridos vários anos e mesmo se sabendo que a velocidade das mudanças nesse campo foi intensa.
A exemplo pode-se citar os meios de comunicação de massa, sua influência sobre o mercado vem se acentuando cada vez mais mas, principalmente, a televisiva, não dispunha da força que tem hoje. Contudo seu poder já é denunciado por Anísio com muita argúcia. Diz ele: "entramos na fase do desenvolvimento científico até certo ponto inesperado, levando-a na indústria à automação, na vida econômica a um grau espantoso de opulência e na vida politica e social a um desenvolvimento dos meios de comunicação de tal extensão e vigor que os órgãos de informação e de recreação firam-se subitamente com o poder de condicionar mentalmente o indivíduo, transformando-o em um joguete das forças de propaganda e a algo de passivo no campo da recreação e do prazer. O desenvolvimento contemporâneo no campo dos processos de comunicação pode ser comparado à descoberta da imprensa". Vale aqui destacar que esse texto é da década de 60, portanto, cerca de 40 anos se passaram e, naquela época, a mídia, principalmente a televisiva, não dispunha dos recursos que tem hoje. Mesmo assim, nosso mestre pode ver que "somos pela propaganda, condicionados para desejar o supérfluo, para atender necessidades inventadas, antes de haver atendido as nossas reais necessidades materiais e mais: uma sociedade cujo objetivo é o consumidor cada vez mais quantidades de bens materiais, inventando necessidades, lança o homem num delírio de busca ilimitada de excitação e falsos bens". Defende-se de possíveis críticas às suas observações em relação a defasagem da escola em relação aos meios de comunicação, dizendo: "Não se diga que estou a apresentar observações que somente se aplicam às sociedades afluentes. O caso dos países subdesenvolvidos não é diverso, porque os recursos tecnológicos da propaganda e do anúncio, também já lhe chegaram e não lhe será possível repetir a história dos sistemas escolares mas adaptar-se às formas mais recentes da escola de hoje." Ou seja, o desenvolvimento dos meios de comunicação de massa lançou à escola o grande desafio de ter de mudar para poder continuar existindo, não só pelo poder de sedução que a mídia exerce mas, também, pelos perigos que ela traz consigo. O caminho da comunicação oral - pessoa-a-pessoa -, passando pelo telefone, pelo cinema, pelo rádio e chegando à televisão fez, do homem comum, um habitante do mundo. Ele não vê somente sua rua, seu bairro, sua cidade, seu estado mas, literalmente, tornou-se participante de uma rede planetária de informações que ninguém consegue escapar. "Os anúncios só conseguiram isso, ou seja, êxito. Porque os meios de influir e condicionar o homem se fizeram extremamente eficazes. Mas, ao invés de se colocar em oposição aos meios de comunicação, atribuindo à televisão a culpa de todos os males, Anísio Teixeira, como um pensador moderno, vê as possibilidades que esses meios trazem para a educação.
Não se trata, pois, de uma batalha vencida pela comunicação sobre a educação mas um alerta de que a escola precisa mudar, inclusive, mudando a mentalidade de seus professores, fazendo-os entender a importância da utilização dos meios da educação à distância.
Assumindo a humildade dos sábios, porém falando enquanto educador, ele reconhece que - "a educação para este período de nossa civilização ainda está para ser concebida e planejada e, depois disto, para executá-la, será preciso verdadeiramente um novo mestre, dotado de grau de cultura e de treino que apenas começamos a imaginar". A formação desse mestre precisa ser em nível superior. Embora convivesse com um grande número de professores leigos, Anísio mostra a necessidade de se mudar este estado de coisas. Infelizmente, somente agora com a nova Lei de Diretrizes e Bases é que isto deve mudar. Não é de estranhar que idéias como essas tenham vingado numa lei cujo relator foi seu grande amigo Darcy Ribeiro. Em conferência proferida no Colégio Pedro II, o professor Newton Sucupira, se referindo ao texto Mestres do Amanhã, diz que Anísio teve o mérito de bosquejar em traços vigorosos e sugestivos, a imagem do mestre que terá a seu cargo a concretização dos objetivos culturais da escola de amanhã.
Também seria contraditório admitir o avanço do conhecimento em nível planetário mantendo-se os professores com o mesmo nível de formação. Ao contrário, essa formação precisa ser muito consistente. Os mestres de amanhã precisam ter uma formação intelectual muito mais ampla e aprofundada do que vem sendo feito até agora em nosso processo para formá-los. É necessário que esta nova formação contemple os problemas e complexidades dos dias presentes. E é possível se pensar nisso quando se conta com os recursos tecnológicos disponíveis nos dias de hoje. A televisão, o cinema, o disco, a Internet, são instrumentos de trabalho do futuro professor. Que vai poder utilizar tudo isto de forma inteligente, apresentando a seus alunos grandes mestres, especialistas nas artes ou nas ciências. A partir destes instrumentos, o professor pode desdobrar as idéias apresentadas com suas próprias observações e, assim, discutir e completar as lições que foram vistas ou ouvidas. Isto significa dizer que "será imensa a tarefa do professor e grande deve ser o preparo, para que possa conduzir o jovem nessa tentativa de dar a sua cultura básica a largueza, a segurança e a perspectiva de uma visão global do esforço do homem sobre a terra". Uma das implicações que a explosão do conhecimento e as modificações tecnológicas que eles acarretam permite que se imagine a instituição de uma nova cultura onde a força dos costumes, dos hábitos e das velhas crenças e preconceitos vai ser destruída. "Daí em diante o homem vai depender de sua cultura formal e consciente, de seu conhecimento intelectual, simbólico e indireto, para se conduzir dentro da nova e desmensurada amplitude de sua vida pessoal. São portanto de assustar as responsabilidades que aguardam o mestre de amanhã".
Passa pela nova formação do professor uma mudança de foco da prática pedagógica. Não tem sentido alimentar a idéia de que ele será um transmissor da cultura e do conhecimento acumulado socialmente. Seu fazer é muito importante para se reduzir a isso. Já a biblioteca servirá para mudar essa idéia, levando o professor à condição de condutor de estudos. Imagine-se então, uma era onde os novos meios de comunicação chegaram onde se chegou. É o momento em que o professor dá outro salto em suas funções. De condutor de estudo, ele passa a ser um estimulador, e assessor do estudante. Ora guiando sua atividade de estudo, ora orientando-o face às dificuldades de aquisição das estruturas e modos de pensar fundamentais da cultura contemporânea de base científica e tecnológica. Procurando um exemplo que se aproximasse dessa nova imagem de professor, Anisio diz que "ele parecerá com uma mistura de certos jornalistas de revistas e páginas científicas, um pouco de autores de enciclopédias e livros de referência, ao mesmo tempo, mais do que tudo isso". Sua atuação ficará muito próxima dos operadores dos recursos tecnológicos modernos para apresentação e o estudo da cultura moderna. Tornado-se íntimo dos equipamentos e da tecnologia produzida pela ciência, não lhe seria difícil ensinar os métodos e a disciplina intelectual do saber que tudo isso produziu e continua a produzir.
Mais do que transmissão de conteúdos de conhecimento em permanente expansão, diz Anísio, "cabe-lhe ensinar aos jovens como se processam os métodos de pensar das ciências naturais e sociais". A escola de amanhã diz enfaticamente nosso mestre, lembrará muito mais um laboratório, uma oficina, uma estação de televisão do que a escola de ontem e ainda de hoje. São idéias cujos pressupostos estão em Dewey, em Claparede, mas são, também suas, na medida em que ele as admite a partir de seu projeto de sociedade. Os mestres de amanhã que conseguirem ajustar seu fazer a essa proposta terão ajudado a seus alunos a desenvolver capacidades que jamais se perderão, capacidades estas que venham um dia a fazer toda sua vida uma vida de instrução e de estudos. Por tudo isso para a formação do cidadão do nosso tempo, a Weltanschung da cultura contemporânea precisa ser acompanhada do firme propósito de desenvolver nos jovens, um interesse permanente e vivo de aprender sempre, e mais.
Convencido de tudo isso, Anísio é categórico: "teremos que ter novas escolas e novos mestres, embora venham a ser eles aqui muito mais os iniciadores do método científico nas escolas do que os simples adaptadores das escolas das sociedades afluentes já em pleno domínio da produção e do progresso científico. Cumpre-nos esforçar-nos para queimar etapas e construir a sociedade moderna com uma escola ajustada ao tipo de cultura que ela representa".
Como se pode ver, é evidente a presença de suas idéias no ideário da nova LDB. Mais ainda, elas refletem o espírito de uma época em que tanto o aluno como professor, precisam adquirir autonomia de vôo em sua busca de conhecimento. Isso é possível contando com os meios de comunicação, com a Internet, com a televisão....
Este é um dos desafios para os professores de amanhã. Desafios que emergem nesses novos tempos. Essa educação, sob muitos aspectos, será uma educação que nos habilite a tomar sobre os ombros a tarefa dos novos métodos e processos da produção material. Mas cabe lembrar, também, que esse desenvolvimento traz consigo a necessidade de uma nova disciplina e um novo interesse para o homem. Trabalhar com esses interesses, orientar o jovem em suas escolhas possíveis é de fundamental importância para se fugir de uma educação tecnicista, que em geral se reduz a educação à aquisição de metodologias do conhecimento. Por isso mesmo é dever da escola mostrar a seu aluno que ele, por em si e por si, é um ser de carências e necessidades. Que sua existência depende dos outros e por causa dos outros, que a sua ação é sempre trans-ação com as coisas e pessoas e que o conhecimento nada mais é do que um conjunto de conceitos e operações destinados a atender àquelas carências, àquelas necessidades pela utilização adequada das coisas e pela cooperação com os outros, no trabalho que, hoje, é sempre de grupo, cada um dependendo de todos e todos dependendo de cada um. Passar isso para o aluno é contribuir com uma sociedade mais humana. Significa dizer que o professor não precisa ter receios de ser substituído pelos meios de comunicação, pois, ao contrário de muitas profissões em extinção, ele tem por tarefa a missão não só de transmitir a cultura dominantemente complexa e mutável como, também, desenvolver em seus alunos o gosto e o hábito de estudar sempre. É um grande desafio sim, mas lembrando que o homem só se coloca problemas quando já é capaz de resolvê-los, resta dizer que os instrumentos que a escola dispõe hoje permite esse novo fazer do professor. Os recursos que ele conta vão além do rádio, do cinema e da televisão.
Seja na escola ou fora dela, a multimídia, com os computadores, oferecem muitas vantagens aos seus usuários. Mas a utilização desses recursos não será suficiente para o salto qualitativo da escola se, junto a isto tudo, não houver uma mudança nos hábitos de pensar do professor, se ele não aprender a conviver com novas idéias, a entender que junto com a física newtoniana há o vigor dos conceitos da física quântica; que a idéia de ordem geométrica se conjuga com a concepção de caos, (não caos como desordem mas sim como uma nova modalidade de relação tempo/espaço); que existe a complementaridade entre o simultâneo e o sucessivo; que ele pode mostrar a seus alunos o quanto é possível manter um sistema em funcionamento tendo apenas as informações como energia. Circulando em redes planetárias, as informações proporcionam uma verdadeira revolução e que, sem dúvida, passa também pela escola. Trabalhar com a realidade virtual, interagir em processos de simulação, não só permite a fixação da aprendizagem mas, sem dúvida alguma, incita a inteligência humana a perseguir outros jogos, novas descobertas, enfim, a arriscar-se em grandes viagens reais e imaginárias e, com isso, poder criar novas soluções para antigos problemas. Pode-se ver, assim, que a produção de conhecimento assume uma nova dimensão nesses novos tempos e que o professor tem muito a fazer. Infelizmente as condições objetivas para que se efetive esses ideais de procedimentos pedagógicos ainda estão muito distantes das nossas escolas. No que se refere então à rede pública de ensino, com honrosas exceções, a situação é muito precária. Isso sem falar que nosso professorado ainda vive em condições de vida muito desfavoráveis. Mesmo com os recursos do FUNDEF, ainda não se pode ver melhoras significativas nesse quadro. Isso para dizer que, sem sombra de dúvidas, se o professor Anísio Teixeira vivo estivesse, estaria ainda lutando pela escola pública de qualidade. Pela escola de seu sonho que é, também, a escola dos nossos sonhos. Uma escola onde o professor de amanhã estivesse em plena atividade.
Chego ao final da minha fala relembrando uma mensagem do querido Professor Anísio Teixeira quando ele diz assim: "o mestre do amanhã, reunirá as funções de preceptor e de sacerdote. Ele será o sal da terra, capaz de ensinar-nos, a despeito da complexidade e confusão modernas, a arte de vida pessoal em uma sociedade extremamente impessoal".
Muito obrigada.




Reproduzido com autorização da autora.