domingo, 17 de julho de 2011

Contribuições de Rousseau à Educação Moderna

*Por Monique Ferreira Monteiro Beltrão.

Segundo Naradowski (1994, p.33), Jean Jacques Rousseau nasceu na Genebra, Suíça em 28 de junho de 1712 e faleceu em 2 de julho de 1778, aos 66 anos. Entre suas obras destacam-se: Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens; o Contrato Social, e Emílio ou Da Educação (1762).
Segundo Luiz Roberto Salinas Fontes em seu texto, Rousseau era filho de Isaac Rousseau, relojoeiro de profissão. A herança deixada pelo avô paterno de Rousseau foi dividida entre 15 irmãos. O pai sempre dependeu do que ganhava com o próprio trabalho para o sustento da família. Sua mãe era Suzanne Bernard, filha de um pastor de Genebra; faleceu poucos dias depois de seu nascimento. Rousseau tinha um irmão, François, mais velho que ele sete anos, o qual, ainda jovem, abandonou a família.
Considera-se que o fato de sua mãe ter morrido poucos dias depois de seu nascimento, em conseqüência do parto, tenha marcado Rousseau desde criança. É pelo menos curioso que chamasse “mamãe” sua primeira amante e “tia” à segunda. Foi criado, na infância, pr uma irmã de seu pai e por uma ama.
Num certo sentido perdeu também o Pai porque este, no ano de 1722, desentendendo-se cm um cidadão de certa influência, feriu-o no rosto em um encontro de rua. Este incidente o obrigou a deixar Genebra para não ser injustamente preso. Rousseau e o irmão ficaram sob a tutela do tio Gabriel Bernard, engenheiro militar, que era irmão de sua mãe e casado com uma irmã de seu pai
Rousseau não teve educação regular senão por curtos períodos e não freqüentou nenhuma Universidade. Ainda na casa paterna, leu muito: lia para o pai, enquanto trabalhava em casa. Usava os livros deixados por sua mãe e pelo Pastor seu avô materno.
Muito antes do nascimento de muitos filósofos. Rousseau propôs a liberação do indivíduo, a exaltação da natureza e da atividade criadora, e a rebelião contra o formalismo e a civilização, sempre partira de uma filosofia otimista que vinculava ao homem a natureza.
Seu pensamento político baseava-se na idéia da bondade a desnaturalização, a injustiça e a opressão da sociedade contemporânea. O Contrato Social (1762) e Emílio, o Da Educação(1762), são entre suas obras, as de maior conteúdo pedagógico. Por meio delas postula um sistema político, educativo, moral e religioso, extremamente controvertido.
O que nos intriga é o fato de não ser formalmente uma pessoa estudada, mas que conseguiu m sua vida e experiências, sobrepor algumas formas de entender como se ensina e como se aprendem reconhecendo possibilidades, imaginando caminhos e esclarecendo as falhas no ato de reproduzir, repassar e ensinar algo. Politizou a educação quando entendeu que todos tem que saber igualmente sobre tudo. Com direito de poder obter os mesmos conhecimentos e saberes.
Rousseau, filósofo da natureza, da liberdade e igualdade, com suas obras, ainda inquieta a humanidade. Friza bastante a desigualdade como um problema político e social. O que vemos nos dias de hoje.
A Educação como forma de se tornar ideal, adequada e moderna buscava em Rousseau valores ainda não resgatados, mas que formulam uma ação natural para uma educação correta e adequada com legitimidade.

Sua proposta tem interesse tanto pedagógico quanto político, nesse sentido, propunha tanto uma pedagogia da política, quanto uma política de pedagogia. Um dos instrumentos essenciais de sua pedagogia é o da educação natural: Voltar a unir natureza e humanidade, A família, vista como um reflexo do Estado é outro dos elementos centrais de sua pedagogia. Considerado por vários estudiosos como autor da “concentração motriz de toda racionalidade pedagógica moderna”, Rousseau vê a infância como um momento onde se vê, se pensa e se sente o mundo de um modo próprio. Para ele a ação do educador, neste momento, deve ser uma ação natural, que leve em consideração as peculiaridades da infância, a ingenuidade e a inconsciência” que marcam a falta da razão adulta (NARADOWSKI, 1994, P.33-34.).


A função social da educação para Rousseau propõem a liberação do indivíduo, a exaltação da atividade criadora. Servia para ele como fonte de liberdade de ação consciente e implacável da criação do homem em relação ao aprender. A sociedade para ele limitava a todos com seus hábitos, formatos e modelos de cada um ser como é cada um. A sociedade profunda marido, só marido, cidadão, sócidadão, patriota, só patriota e que criança sempre seria inocente sem saber de nada, ingênua e “boba”. Percebo nas leituras que Rousseau previa os papéis das pessoas em sociedade. Já naquela época se preocupava com a educação sem a previsão de quem educa, sem rótulos, sem barreiras, daí uma educação voltada para a espontaneidade e o prazer de viver a partir dos interesses e individualidades de cada um. Jean Jacques Rousseau; ”Introduziu a concepção de que a criança era um ser com características próprias em suas idéias e interesses, e desse modo não mais podia ser vista como um adulto em miniatura”.
Com este pensamento Rousseau causou um impacto grande às pessoas e a educação infantil daquela época, pois acreditava que a educação inicial não era uma educação para a vida, pois era mutável a cada dia e em cada fase da vida possuía características únicas, individuais. Jean Jacques Rousseau; “A educação não vem de fora, é a expressão livre da criança no seu contato com a natureza”.
Sendo assim, o uso da memória em demasia, a disciplina rigorosa e outros não faziam sentido. O pegar, o contato, o envolvimento da criança com o canto, a massa, a terra, a geometria e outros estaria envolvendo a criança no caminho do aprender e do seu relacionamento com a vida. Daí a função de educar a partir dos interesses dados pela natureza do educar.
Afinação em Ré, afinação do coração, seria a proposta de Rousseau para a educação e para o viver de cada um. Jean Jacques Rousseau; Percebemos que o papel do professor seria bem mais específico que apenas oferecer conhecimento, mas iniciar um processo de humanização, de valorização do ser humano, onde ele possa reconhecer o seu aprendizado como uma prática na sua vida, no seu viver. Essas idéias e propostas docentes facilitam a vida acadêmica, mas se tornam correntes, modismo, falação e discurso obtuso do que se quer fazer com essa realidade.
Até hoje, somos levados a praticar uma pedagogia falada, que não se corresponde à escrita e, portanto, não acrescenta em nada o prosseguir de Rousseau.

Para tanto, construir um novo amanhã através da educação só será possível desde que as intervenções educativas se aportem nas virtualidades humanas, que estão presentes na infância, criação, empreendimento, liberdade e cooperação e que potencialmente possibilitarão a construção de uma nova sociedade (o capitalismo par Rousseau, e o socialismo humanista, para Freinet) (NASCIMENTO, 1995. P.46.).




Para Rousseau toda educação é sempre e também hetero-educação: É na relação com o outro que alguém, de pretensa pura naturalidade, chega a constituir-se como humano. A educação passa pelas pessoas até que chegue ao seu consciente e entranhas, a razão; pois só assim, será possível destacar o homem do cidadão. O homem só se torna livre para aprender e quando reconhece a aprendizagem no outro. Precisa conhecer o quanto não nasce o homem entendendo tudo, mas acontece politicamente a partir da sua casa e das suas observações, seu contexto acelera suas virtudes, vontades e crenças. Mas apenas a sua vontade o transforma.
Sócrates em suas falas ignora o que não sabia, mas tinha certeza do que queria realmente. Sendo assim, educação para ele era algo que oderia mudar o temperamento da lama e trazer a fora à pessoa que existe no profundo dela.
A consciência faz parte da vida das pessoas e do momento em que elas se encontram, principalmente para aprender e mudar as suas vidas pedagógicas e de aprendizagens modestas. Acreditava no bom mestre e nos ensinamentos de cada um por todos em uma união normal do saber.
Observamos que durante a sua vida seus sentimentos através de suas dificuldades e fatalidades encontradas pelo caminho. Cada um poderia se sentir assim, caso tivesse um passado tão extremo como o de Rousseau. Preservava a natureza e o modo individual das pessoas lidarem com seus conhecimentos. Na verdade poderia acrescentar sempre que fosse colocado diante de impasses educacionais.
Rousseau percebe a natureza humana, daí imagina e começa a formular idéias que façam mudar este ponto de vista e passa a valorizar e a acrescentar os passos que um dia foram vividos por ele e que deveriam ser abastecidos e concluída por todos, formulando assim uma educação ideal e profunda, holística para atingir todo o ser humano valente e cidadão como ele.
Tentava-se fazer com que a criança estabelecesse vínculos afetivos e de troca, fortalecendo ainda mais a auto-estima e ampliando, gradativamente, suas possibilidades de comunicação e interação social. A criança precisa observar e explorar os ambientes com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente, valorizando atitudes que contribuam para a sua conservação, para que a intervenção educativa seja eficiente, é preciso conhecer o aluno e o objeto de ensino. Daí a importância enorme do educador se conhecer, entender o conteúdo e ter vivências para passar aos alunos, numa prática pedagógica de compromisso com essa perspectiva de trabalho onde o aluno se torne um integrante e não apenas um mero participante e agregado às normas a seguir. O compromisso que hoje é o nosso diferencial é a criatividade, o talento e a competência em lidar com o aluno do jeito que ele verdadeiramente é. Sem maquiagem e intenções de privilégios.
O movimento indica solidez de expressão de sentimentos, emoções e pensamentos. Enquanto vivem: ouvem música, se tocam, brincam, correm e observam; podem crescer com maior habilidade no âmbito da credibilidade e acrescentando mudanças significativas. Neste sentido Rousseau pensou há tantos anos e séculos atrás. Mas só hoje conseguimos apenas começar o caminho...

*Monique Ferreira Monteiro Beltrão é Mestra em Educação, Pedagoga, Psicopedagoga, Especialista em Direito Educacional, Professora Universitária e Acadêmica em treinamentos.
Bibliografia:

TEIXEIRA, Anísio. A Mensagem de Rousseau. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Rio de Janeiro. V. 38, nº88, out/dez. 1962 p.3-5.

NARODNSKI, Mariano. Infância Y Poder: La conformación dela pedagogia moderna. Buenos Aires: Aique, 1994. p. 33-34.

NASCIMENTO, Maria Evelyna do. A pedagogia Frenet: Natureza, educação e sociedade. Campinas: Unicamp, 1995 p.46.
Texto Rousseau: O Bom Selvagem de Luiz Roberto Salinas Forts. p. 1-3.

ROSSEAU, Jean Jacques, Discurso sobre as ciências e as artes – Ridendo Castigat Mores. 2001.

CHAUÍ, Marilena. Filosofia – Série Novo Ensino Médio – Volume Único Editora Ática. P.71-73. 1ª edição – 5ª impressão.
Coleção Lastro Educacional – Diretriz Pedagógica – Educação Infantil Ensino Fundamental e Ensino Médio. 200. p.13-14. Editora Lastro Educacional.

Um comentário:

  1. Rousseau combateu idéias que prevaleciam há muito tempo. Entre elas, a de que a teoria e a prática educacional, junto à criança, deviam focalizar os interesses do adulto e da vida adulta. Ele também chamou a atenção para as necessidades da criança e as condições de seu desenvolvimento.
    Como conseqüência, a criança não podia ser mais entendida como um adulto em miniatura. E se a criança era um ser com características próprias, não só as suas idéias e seus interesses tinham de ser diferentes dos adultos; também o relacionamento rígido mantido pelos adultos em relação a elas precisava ser modificado.
    Com as suas idéias, Rousseau desmentiu de que a educação é um processo pelo qual a criança passa a adquirir conhecimentos, hábitos e atitudes armazenados pela civilização, sem qualquer modificação. Cada fase de vida: infância, adolescência, juventude e maturidade foi concebida como portadora de características próprias, respeitando a individualidade de cada

    http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/per03.htm

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