sexta-feira, 15 de julho de 2011

Os brilhos que a escola apresenta.

Somos todos seres humanos capazes, idênticos ligados a uma imagem e semelhança de Deus e que em algum momento somos ligados a religião e ou ao social como ponto de partida, numa vida discreta e cheia de dicotomias e insucessos políticos e acadêmicos. Somos integrados numa visão muita das vezes elementar diante de tantos entraves e lições de condutas de vida. Somos a razão de todo o estudo e de toda vida acadêmica de muitos outros. Somos a plataforma “up” para enxergarmos o que somos e o que queremos. Alguns se medem pelo que se apresentam, outros se medem pelo que lhes contam. Na verdade somos muita das vezes produto de constantes lições e de profundos entraves que nos chegam por intermédio de cada momento que temos e de cada lugar acadêmico que nos encontramos. Somos produto, ou do meio, ou do lar, ou ainda da nossa condição às vezes limitadora.
Aprendemos diante de fatos, rumores, perspectivas, linhas de pensamentos e condutas e muitas vezes através dos outros e de suas opiniões, aprendemos mesmo não querendo aprender, mas nos é trazido pra dentro de nós como parte integrante de nós mesmos. Somos uma linha inovadora de contato com as nossas idéias e sendo assim, conseguimos entender, rebuscar e alimentar as visões que se mostram quando aprendemos e somos ideais de alguém e para alguém.
Entendemos que temos razões para sermos aprendizes... Somos seres autônomos. Temos mundos distintos e de igual valor pelo nosso conhecimento e expectativas. Somos rebuscados quando tentamos e simples quando precisamos para fortalecer o conhecimento de alguém e de nós mesmos. Por outro lado numa das razões só precisamos aprender algo para suportarmos diante de tantos momentos intensos e diversos, fabricamos nossa própria atividade de ensino sem sobrepor a nada, apenas a nós mesmos. Em uma das razões só podemos aprender o que somos predispostos. Isso, quando não entendemos que podemos fazê-lo sozinho e sem nenhum empecilho, ou entrave pedagógico. Aprendemos sem ao menos precisarmos entender isso.
Crianças não são limitadas, conseguem ser deferentes de cada pessoa dita adulta porque constroem o seu próprio conhecimento, sua própria identidade e sua própria característica como uma marca pessoal e individual. A criança é liberta das expressões, dos tabus e dos reclames providenciáveis que ocorre diante de cada lugar e momento. Ela formula suas idéias, opiniões e constroem suas estruturas de conhecimento a partir do que vê e estabelece de mais justo, normal, afetivo e lúdico. Consegue ser livre em suas idéias, sem reter a opinião de ninguém mais velho que ela e que busque uma afirmação social. A criança só se afirma em suas atitudes, jamais entende se relacionar com um mundo político ou social, formula o seu próprio mundo e suas intenções são interativas com suas necessidades pontuais e pessoais. Dessa forma o seu limite não é o meu olhar nem o meu limite, mas o limite construído por ela sem ao menos passar por nenhum sensor social dos adultos. Daí uma forma sincera de se fazer educação a partir da educação mediadora e clara que se faz presente nas idéias de cada criança.
Em alguns momentos de nossas vidas temos a escola como um lugar de muitas cores, mas de poucos brilhos, porque nos tange ao necessário que é irmos a escola e sermos alunos e bons alunos. Cada momento desses é necessário para sabermos o quanto somos conduzidos e preparados para tal, afinal, ser bom aluno não nos compete num primeiro momento, sem ao menos sabermos o que significa isso para o nosso conceito de aluno na prática da palavra. Alunos ou aprendizes, não sabemos neste primeiro momento da escola, mas sabemos que cada momento intenso sem brilho nos leva a crer o quanto temos que nos refugiar em nós mesmos. Cada um com o seu ritmo, sua fala, seu sabor e ninguém igual a ninguém, mas todos numa mesma condição de aprender a aprender. Alunos ou não, são e devem ser capazes de reproduzir, somar, multiplicar e jamais de ser indivíduos brilhantes de idéias sortidas e inovadoras. Não apenas bonecos sem alma no olhar puro e acadêmico de teorias inovadoras e que as vezes e muitas delas, não se aplicam. Alunos sem brilho. Escolas com muito brilho e sociedade brilhante diante dos rumos e dos fatos de termos alunos que correspondam aos efeitos efêmeros dos bons resultados e das ótimas alianças governamentais com o mundo.
Alunos são pessoas pensantes e que produzem acordos sinceros entre uma pessoa e outra. Constroem imagens e sobre elas habitam de fato os seus entendimentos. Alguns são poderosos porque entendem com mais facilidade e torcida cada momento, outros perpassam pelos momentos sem saber como e porque sobreviveram a eles... Na verdade, se impomos as condições somos adultos que inconstantemente não tratam da autonomia como um fator social e que não entendem a liberdade de se conhecer o que se aprende. E essas condições nos fazem permitir cada caminhada e cada olhar desse aluno que pode muito mais do que propomos, mas que traz consigo a idéia de fazer brilhar aquela escola ou a sua condição de aprender a fazer e a apreender.
Em nossas relações com a escola causamos muitas das vezes o abandono, o idealismo, o individualismo sem percebermos a causa das nossas ênfases didáticas, que difunde as nossas adequações e princípios. Somos muita das vezes na escola, existenciais. Sem nos depararmos com a condição humana, muitas das vezes nem pensadas.


““A condição humana”, Hannah Arendt alerta: condição humana não é a mesma coisa que natureza humana. A condição humana diz respeito às formas de vida que o homem impõe a si mesmo para sobreviver. São condições que tendem a suprir a existência do homem. As condições variam de acordo com o lugar e o momento histórico do qual o homem é parte.” Arendt, 174.


Ensinar então as nossas crianças significa muito o nosso respeito para com as suas limitações, interesses e como podemos apresentar essa escola pra ela diante de muitos olhares curiosos por soluções e respostas. Essas crianças são o que de melhor temos na educação hoje, são as idéias que formularemos como resposta para o amanhã. Cada criança abandonada ou não, se declara para muitos educadores e professores o que de melhor conseguiu captar, trazendo a tona as nossas dificuldades e os nossos erros, as vezes ainda sem ser notados.
As famílias sobrepõem a tudo, são distantes, omissas e de repente inanimadas, sem forma própria e que nos consome pela sua imparcialidade e falta de dinamismo e vida. Cada criança possui uma família diferente e em sala de aula são apenas uma grande família. Será? Isso causa um impacto social diferente e imponente onde os fortes e convíctos, conseguem e os fracos e sem oportunidades se desfalecem na proposta educacionalvigente e perturbadora que nos leva as somas e aos percentuais imponentes e sem servidão. A essas crianças são trazidas a formalidade da aula e a criação de novos valores as vezes não incluídos na sua visão familiar e social. Mas que comove e promete ser fiel até o fim. Crianças que enxergam e que por tantas vezes nos remete a uma visão mais recatada e primitiva com brilho próprio de sua construção.
Essas famílias são a presença das idéias, das vontades e das forças sociais existentes. Cada família se mostra de modo a inovar sua questão de educação e de confronto social das suas vontades, e essas crianças são o motivo de um mundo diferente para um futuro mal pensado; mas escolar. E nossa educação deste século XXI deve valorizar o pensar, o agir pelo pensar e o fazer pelo que se pensou.

“ Uma educação que não exercita o ato de pensar, com todos os seus riscos, além da própria ausência de pensamento, tem como efeito o não comprometimento, o não tomar decisões, ou não se responsabilizar por elas . "A tarefa fundamental do pensar é descongelar as definições que vão sendo produzidas, inclusive pelo conhecimento e pela compreensão e que vão sendo cristalizados na história. A tarefa do pensar é abrir o que os conceitos sintetizam, é permitir que aquilo que ficou preso nos limites da sua própria definição seja liberado. é livrar o sentido e o significado dos acontecimentos e das coisas da camisa-de-força dos conceitos " CRITELLI, 2006, p. 80.

Alunos hoje não querem pensar, nem saber falar com dignidade acadêmica, se presta a ouvir músicas sem letras plausíveis e maduras, mas letras que consomem e trazem um sofrimento eclético de vida imatura e sem solidez para um futuro adequado e digno de ser humano. Alunos despreparados para um social deprimente e sofrido, onde sem o seu interesse apagam as chances de fluir com cultura que se aprende na escola. Essa escola deste modo não consegue fluir, não consegue brilhar. Pois, desta forma não consegue então se agregar em valor para ser perseguido e eloqüente aos olhos de futuro do aluno acadêmico. Criança ou não, deve enxergar na escola um ponto de partida, e essa escola deve superar as canções do mundo e as canções banais. Para que num futuro não se veja a banalização da escola que não conseguiu brilhar.
Precisamos pensar numa escola que seja educadora como fonte social com inesgotável forma de encantamento e desdobramento, trazendo para o dia a dia do aluno, uma visão prazerosa do que é o aprender e de como esse aprender fará parte de sua vida no sentido de comover e construir valores sólidos de família e de boas maneiras de modo aceitável no convívio humano.
A escola pode mudar vidas, tem essa função e marca presença hoje por mudar sonhos e aprimorar desejos com visão futurista e de empreendedorismo com ênfase no social, político e no ideal de vida e de construção de sonhos e desejos. Essa historia formata com dignidade a reprodução social, onde sozinha e com sua proposta efetiva consegue detonar as letras impuras de músicas, de uma sociedade singular e imatura. Deste modo, constrói mudanças e idéias. Essa escola possui brilho de dignidade e carrega consigo um imenso sustentáculo de interesses e de grandes expectativas para um mundo melhor e melhor trabalhado com didática e satisfação escolar na conclusão dos nossos diálogos e pedidos de socorro expresso por uma escola fadada ao fracasso, mas que pode ser dinâmica e ainda causadora de grandes conceitos populares e políticos em sua fusão com o mundo moderno e dinâmico. É nessa escola que colocamos os nossos sonhos e nossas aspirações quando falamos de educação humanitária e para todos numa visão de mundo feroz e proveitoso para todos. Pretendemos uma educação que brilha para uma escola que assume o seu papel e o seu valor, independente de onde estiver locada, mas que esteja vislumbrada pela vontade de querer fazer algo pela proposta de educar para um futuro onde haja educação e ensino, sem reflexos de mídia ou da conduta trazida pelos órgãos públicos, mas através da disposição de uma ação unitária e solidária de educar para mudar e ver o amanhã cada vez melhor. Sejamos todos melhores em nossas vontades e aspirações.



Conclusão:

A fala da autora Pretende tecer algumas reflexões sobre o pensar, que olha para os acontecimentos que se passaram e procura atribuir um significado as nossas experiências, e sobre a relevância dessa faculdade do espírito para a educação num momento de crise, no qual o passado não oferece mais um sentido pre-estabelecido e seguro para o mundo. O pensar é um dos grandes temas na obra de Hannah Arendt, embora tenha recebido menos atenção de seus leitores do que suas reflexões anteriores relacionadas à política. A educação é primordial deste que se fundamentem na mudança pela qual vemos o mundo e como esse mundo nos localiza enquanto participantes do processo educativo. Desta forma, ser educador causa polêmica, expectativas e desejos, porque muda o mundo de tal maneira que não consegue limitar as idéias, mas acrescenta a elas um olhar único e um foco simples que altere o rumo de cada horizonte plantado por cada um no seu processo educativo e de futuro. Numa visão holística a educação alcança o seu lugar. No que segue, estabeleceremos algumas relações entre o pensar, enquanto busca de sentido, e a educação num mundo em crise. Formatamos uma escola com um insuportável brilho de ser.

Por Monique Ferreira Monteiro Beltrão.







Bibliografia:

ARENDT, Hanna. A crise na educação. In: Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 2001, p. 238-9.
CRITELLI, Dulce. O ofício de pensar. In: Rev. Educação: Hannah Arendt pensa a educação. São Paulo: Segmento, n.4, 2006, p.74-83.

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