domingo, 17 de julho de 2011

A REVOLUÇÃO FRANCESA COMO O DESPERTAR DO ROMANTISMO DAS ARTES

Por Monique Ferreira Monteiro Beltrão*

À véspera da Revolução de 1789, a França não era ainda um país unificado׃ leis, costumes, privilégios, impostos, pesos e medidas eram diferentes de uma região para outra. Os gastos desenfreados da Corte levantavam a população contra ele, e a burguesia, rica e produtiva, aspirava a uma parte da direção dos negócios públicos. O País na realidade prosperava, mas os recursos eram mal repartidos, as finanças públicas faziam num estado lamentável, e os espíritos estavam tão exaltados que as reformas se revelavam indispensáveis. Tendo, porém, as classes privilegiadas – nobreza, assembléias dos notáveis e parlamentos – recusando qualquer concessão importante, o rei Luís XVI teve de convocar os chamados Estados Gerais. Estava começada a Revolução, que permaneceu monarquia constitucional, pela insurreição de agosto de 1792, que era uma resposta às ameaças das potências estrangeiras (Prússia e Áustria). A comuna de Paris decretou que o País se achava sem perigo e massacrou os detidos nas prisões. Uma nova assembléia, a Convenção, decretou a abolição da realeza e a execução de Luís XVI, em 1793, acusado de cumplicidade com o estrangeiro. A anarquia tinha chegado ao auge, mas logo a ditadura dos extremistas da esquerda, sob a direção de Robespiere, havia de se impor pelo terror, ao mesmo tempo em que a junta de Salvação Pública decretava o recrutamento geral contra o inimigo externo. As vitórias dos exércitos republicanos, em junho de 1794, indicavam que o País não mais estava em perigo. Formou-se contra Robespiere uma conspiração, que o abateu a 9 do tremedor (27 de julho). A situação, no entanto, continuava sendo de extrema instabilidade. Rebentavam movimentos realistas em diversas províncias e até em Paris, onde um general Jacobino, Bonaparte foi encarregado de desarmar a população.
Em outubro de 1795, foi dissolvida a Convenção. A Revolução estava terminada. A célebre divisa Liberdade, Igualdade, Fraternidade iria difundir-se por todo o mundo. Sua influência foi um dos fatores que ocasionavam a Inconfidência Mineira.
Revolução Francesa, movimento político e social que, no fim do século XVIII, derrubou o ancien regime na França e levou ao poder a burguesia. Colocou-se num contexto internacional extremamente efervescente e desorientado pelo sucesso da revolução americana, que foi um estímulo para a burguesia francesa na luta pelo poder político. Contemporaneamente, e em conseqüência da grave crise econômica de 1787-1788, com as péssimas colheitas e o espectro da carestia, também as massas populares estavam permeadas pelos fermentos revolucionários. Por sua parte o movimento cultural do iluminismo que teve na Enciclopédia, em Montesquieu, Voltaire, Rousseau e Denis Diderot suas maiores expressões, forneceu aos revolucionários os instrumentos ideológicos adequados, enquanto a crise financeira do Estado fazia preciptarem-se os acontecimentos ׃ para preencher, de fato, o déficit do estado era necessário impor taxas também à aristocracia (nobreza e clero) que, porém, se opôs às várias exigências dos ministros das finanças, chegando finalmente a pedir a convocação dos estados gerais, estes se reuniram no dia 5 de maio de 1789, mas o pedido do terceiro estado que se procedeu à votação por cabeça, e não por ordem, como queria a aristocracia, dividiu a assembléia e provocou a defecção dos liberais do clero e da nobreza que uniram os deputados liberais do clero e da nobreza que se constituíram independentemente em Assembléia Nacional (7 de julho) e no dia 20 juraram não dissolver-se senão depois de dar à França uma constituição. A tentativa de Luís XVI de sufocar o movimento em 14 de julho provocou uma insurreição popular e a tomada da Bastilha, símbolo perverso do antigo regime. Enquanto em toda a França surgiam revoltas camponesas, a constituinte abolia o regime feudal e aprovava a declaração dos direitos humanos e do camponês, em 26 de agosto, inspirada nos princípios de liberdade e propriedade, inserida depois na constituição de 1791. Em seguida a Assembléia Legislativa promulgou decretos contra os foragidos e atacou o inimigo externo declarando guerra à Áustria e à Préssia.
A Revolução Francesa foi a única ecumênica. Seus exércitos partiram para revolucionar o mundo, suas idéias de fato o revolucionaram. Foi o primeiro grande movimento de idéias da Cristandade Ocidental que teve qualquer efeito real sobre o mundo, local de nascimento ou residência do homem, tinha começado a se transformar, sob sua influência, em algo parecido com patrie, o termo “liberdade”, antes de 1800 sobre tudo uma expressão legal que denota o oposto de “escravidão”, tinha começado a adquirir um novo conteúdo político.
De acordo com César Augusto de Oliveira Casella, liberdade, igualdade, fraternidade, sua política e ideologia foram construídas fundamentalmente pela Revolução Francesa. É a revolução que dá o escopo para a ascenção da burguesia, é um marco inicial do nosso mundo burguês. É a revolução, também, que funda um imaginário próprio e nos legou códigos legais e morais, uma política liberal e nacionalista, certa organização técnica e científica, que vai se espalhar pelo mundo todo, geográfica e temporalmente. Dentre as muitas classificações possíveis para a Revolução francesa, com certeza uma é a de movimento que fundou a modernidade.

Sob os olhos de Baudelaire: “A modernidade é o transitório, o efêmero, o contingente, é a metade da arte, sendo a outra metade o eterno e o imutável”.

Para Argan, É a arte moderna se engendrou a partir do iluminismo e em estreita conexão com a revolução industrial.
Ao longo dos séculos XVIII a sociedade francesa foi o palco de um fenômeno que ajudou a redefinir o papel da cultura e da filosofia no que diz respeito à função social dos artistas e dos pensadores enquanto sujeitos engajados nos movimentos políticos de usa época. Usando a terminologia de Pierre Bourdieu, pode-se dizer que nesse período diversos integrantes do campo literário procuraram redimensionar seu capital simbólico seu status no meio artístico no sentido de interferir ativamente nas esferas próprias do campo de poder da monarquia francesa. Esse processo complexo de mudanças nas configurações sociais foi muito bem descrito por Pierre Lepage em Voltaire. Nascimento dos intelectuais no século das luzes, onde, utilizando a biografia do escritor como uma bússola e um fio de Ariadne, o autor narrou a história que, dos homens de letras, a se impor na sociedade francesa e somente nela como uma força autônoma, dotada de um poder social reconhecido e legítimo, grupo esse que mais tarde iria ser batizado de os intelectuais. (lepage, 1995, p.59).
Surge aí a arte pela arte, transformando a vida das pessoas, agindo sobre os livros, os interesses a s vontades de querer transcender os limites. Daí começou a surgir a opinião pública, que especializou pessoas e divulgou informações para todo o mundo.

* Monique Ferreira Monteiro Beltrão é Mestra em Educação, Pedagoga, Psicopedagoga, Especialista em Direito Educacional, Professora Universitária e Acadêmica em Treinamentos.

Bibliografia.

HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções. Europa 1789 – 1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1989.
- - - - - - - . A Revolução Francesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.

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